Capítulo 2- O verdadeiro pesadelo

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Ela entra no carro como se nada estivesse acontecendo, como ela mesma diz "minha vida está totalmente desgraçada, mas um dia eu vou conseguir"
-Enfim chegamos é... qual o seu nome mesmo?-Diz Jim
-Natalie, senhor
-É, preciso de seu nome completo para fazer com que você se torne funcionária.
-Natalie Furler Hudson-
Ok, vou te mostrar onde você vai passar as noites, um cantinho todo seu!

Quem ouve essa expressão "cantinho todo seu", imagina algo aconchegante, certo?Pois é, de aconchegante não havia nada, era um cômodo com goteiras, formigas, e só um pedaço de papelão, que no caso era uma cama.

-Ma..mas o senhor disse que era um cantinho meu, isso aqui é como onde passo as noites!
-Então pronto, do que está reclamando? Você já está acostumada a esse tipo de ambiente, então não reclame.
-E quanto as roupas?
-Têm duas mudas de roupas aí, é só pegar e vestir.
-E refeições? 
-Você vai comer as sobras das panelas, e se quiser. Do ccontrário, passe fome.
-Por que o senhor me trouxe aqui? Para que tudo isso? Pode me explicar? Eu pensei que o senhor queria me ajudar, me trazer condições melhores de vida.
-Eu estou falindo, e como reparei que você é idiota, eu te trouxe para cá, para não gastar muito com funcionário.
-Idiota? Não sou idiota
-Mas claro que é, bobinha, agora entre aí e amanhã você começa a trabalhar.
 -Eu vou embora daqui!

Ela se retirou do hotel, mas Jim correu atrás dela e segurou seu braço:

-Se você for embora, eu mato você

Natalie ficou sem saber o que fazer, e como não queria morrer, ela acabou sendo obrigada a ficar.
Amanheceu, e Jim foi no buraco onde Natalie ficava:

-Vamos, amanheceu e você tem que trabalhar, ande! O que está esperando?
 -Já vou senhor Jim.
-disse Nattie com uma voz de choro.

Natalie se levantou, foi ao banheiro do hotel, fez suas higienes matinais, de forma precária, pois ele não deu nenhum tipo de material de higiene a ela.
Ela pegou seu uniforme, suas luvas, sua vassoura, pá, panos, materiais de limpeza.
O hotel era imenso, a limpeza era pesada, e ela não era acostumada a isso, mas tentava fazer o melhor que podia.

-O que está fazendo sua burra? Não é assim que se faz idiota! Você está atrasando o trabalho!-disse uma das funcionárias do hotel

-Mary, não fale assim com a moça, ela é nova aqui-disse Louise, outra funcionária

Você começou hoje, é?-disse Louise
-Sim, mas não tenho experiência nisso, mas estou tentando fazer o que posso.
-Quer ajuda? Eu não me importo em te ensinar o básico-disse Louise com um sorriso leve e sem jeito.
-Vou agradecer muito!
-Olha, pegue este pano e umedeça, depois enrole na vassoura e passe neste corredor, ok?
-Assim?
-Isso! Já está aprendendo!

 E assim eu fui, passando de corredor em corredor, estava ficando tudo limpinho, e eu estava me distraindo com aquilo ali, esqueci de tudo de ruim que me acontecera.
Estava gostando de limpar os corredores, pois apenas isso me fazia esquecer de tudo que eu estava passando no momento, a perda que tive dos meus pais naquele aeroporto, os 10 meses na rua, e agora esta situação precária que vivo.
Mas sei que um dia a oportunidade vai chegar até mim!
Tenho fé de que sairei dessa situação, um dia vou acordar desse pesadelo.

Passados 3 meses trabalhando, Natalie se irritou com algo, ela percebeu que todos recebiam o salário de mês em mês, menos ela.

-Sr. Jim?
-Fale Natalie
-O que houve com meu salário?
-Ah, espere, vou buscar
-Aqui está ele, como pedido
-50 dólares apenas? Eu trabalhei por 3 meses sem salário, e quando recebo, ganho apenas 50 dólares?
-Se não está satisfeita, saia. Ahh esqueci que não pode, não é?-diz Jim, com ironia. 
-Isso vai mudar, espere Jim
-Vou esperar sentado.

Eu estava absolutamente indignada com o que estava acontecendo no hotel, eu moro precariamente, como precariamente, durmo precariamente, e recebo 50 dólares por isso?
Não pode ser.

-Fim de turno Nat.. Nattie?-disse Louise-
Por que está chorando minha flor?-
Porque eu não aguento mais isso Louise, não aguento mais trabalhar por nada.
-Por que não reclama com o senh..
-Algum problema meninas?-disse Jim, já sabendo do que estava acontecendo.
-Não senhor-disse Nattie
-Natalie, vou para a minha casa, ok? Amanhã nos vemos!-disse Louise um pouco preocupada
-Tudo bem, se cuida, viu?

E lá se foi Louise.
Natalie estava pronta para ir para sua "casa" até que:

-O que pensa que está fazendo? Se você contar a alguém do que acontece, isso será como se você estivesse saindo por aquela porta. Você sabe o que acontece se você sair, não sabe?-
Sei sim senhor
-Então não me irrite, ou você estará a sete palmos da terra.

Uhhhh... respirei fundo enquanto sentei naquele papelão, meio úmido por sinal, e decidi falar com o único ser que realmente estava comigo. 

-Deus, me explique por que estou aqui, por que eu passo por isso?
-Poxa, eu nunca o desapontei, pelo contrário!
Mas, se eu tiver de passar por isso mesmo, me dê forças, e sabedoria para lidar com tudo isso!
Eu sou apenas uma menina, não devia estar aqui, mas, seja feita sua vontade.

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⏰ Última atualização: Sep 16, 2017 ⏰

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