Erick e Elise, gêmeos, de quatorze anos, eram as crianças mais adoráveis do reino de Wosdhrael , mas isto não era surpresa já que eram filhos do rei e da rainha, e pertencentes à família de Chrysler, que zelava pela beleza em tudo o que faziam. Erick possuía sardas por cima de suas bochechas rosadas e seu cabelo era de um tom castanho-avermelhado, assim como seus olhos. Os cabelos de Elise eram da mesma cor que os cabelos do irmão, porém seus olhos possuíam um tom mais amarelado. Os pais de ambos sempre foram muito atenciosos, porém também eram bastante liberais em certos pontos, ao todo, o reino era muito calmo e pacífico, assim como a vida no grande castelo.
Porém, todos sabem que boas histórias não são completamente pacíficas, há sempre um evento que perturba a paz, não importa o quão absoluta seja a mesma, e aqui está o evento que originou a história destes dois irmãos e fez com que seus nomes se tornassem lendas, e inspirassem canções de bardos por todas as terras conhecidas.
Era um belo dia, estava de manhã, Elise e Erick estavam brincando de pique-esconde na floresta desde muito cedo. Embora a floresta não saísse do reino e fosse ao lado do castelo, seus pais os deixavam ir apenas até certa parte, pois era até onde conseguiam vigiá-los do alto da torre. Era a vez de Erick procurar e Elise estava escondida no topo de uma árvore, a garota sempre foi uma boa escaladora, enquanto ele, corria mais rápido que qualquer criança. Eis que de repente, Erick ouve um barulho, como um galho se quebrando no alto de uma das árvores, ele corre para ver o que é e sua irmã pula atrás dele, corre até a parede do castelo e toca três vezes dizendo o próprio nome e rindo da cara de Erick.
_ Droga Elise! Você tá roubando! _ O garoto reclama.
_ Não tô não, foi você quem disse que eu podia subir nas árvores, não lembra? _ Ela ri.
_ Ah é? Quero ver se é tão boa em terra, vamos apostar uma corrida, quem vencer refaz as regras da brincadeira!_ Mas se apostarmos uma corrida você ganha, eu não vou cair nessa.
_ Tá bom então, vai ser uma competição em duas etapas, uma corrida por terra e uma corrida pelas árvores, quem chegar ao limite primeiro ganha!
_ Tudo bem!
Os dois pequenos saem correndo em disparada em direção ao limite, que era uma árvore marcada pelo rei, o limite de onde eles podiam chegar. Obviamente Erick chega primeiro, mas ao olhar para frente, ele percebe algo estranho, algo se movia em sua direção, parecia com um homem, mas estava encoberto em chamas e se debatendo, a forma estranha se aproxima cada vez mais, cambaleando até que cai aos pés do garoto, centímetros após o limite.
_ Oh céus, Elise venha ver isso!! Rápido!!._ O que é isso!? _ Ela finalmente chega, e pergunta ofegante.
_ Eu não sei, estava pegando fogo, então simplesmente caiu aqui.
_ Veja se está vivo então ora, talvez a gente consiga ajudar._ Eu não, se passarmos um centímetro sequer do limite o pai nos mata! Eu não quero morrer!
_ Ei! Olha! _ A garota aponta, e Erick percebe que haviam vários daqueles corpos flamejantes andando pela floresta, em direção ao castelo.
Espantados, os dois correm, na esperança de chegar em casa, porém, percebem que na praça, todos corriam desesperadamente, gritando, puxando e empurrando, as mercadorias caiam ao chão e alguns sem-teto aproveitavam do caos para saquear os caixas e correr com as moedas de ouro. À princípio, os garotos não percebem o motivo do caos, mas após analisar, eles veem pessoas estranhas mancando pela cidade, com a pele pálida, esverdeada e suja, pedaços faltando, ossos a mostra, carne rasgada.
_ Zumbis!! _ Erick grita e aponta, se lembrando dos livros sobre monstros que ele lia escondido de seu pai, que não gostava que o garoto visse as figuras hostis.
YOU ARE READING
Rosas de Fogo
FantasyDuas crianças que são obrigadas à crescer muito cedo, devido à tragédias familiares, dedicam o resto de suas vidas à achar o responsável pelo fim das mesmas