Já era o segundo dia de caminhada de Erick e Elise, desde que ambos saíram do reino e nunca mais olharam para trás, pois se olhassem, sabiam que as lágrimas rolariam e eles correriam para casa, mesmo sabendo que não havia mais uma casa pra voltar. Os irmãos estavam famintos, eles tropeçavam nos próprios pés, e praticamente se arrastavam pela vasta floresta que circundava o reino.
_ Eu não tô aguentando mais, a gente precisa chegar em alguma vila logo! _ Erick reclama.
_ Aguenta só mais um pouco, segundo o que eu vi nos mapas do pai, a gente tá perto de uma cidadezinha.
_ Como assim viu nos mapas dele?
_ Na sala de reunião tem uma mesa com um mapa grandão, lá mostra as vilas e cidades próximas, as aliadas e as inimigas.
_ E ele deixou você ficar vendo?
_ Óbvio que não, eu entro lá e fico vendo o mapa quando não consigo dormir.
_ Qual o sentido disso?
_ Eu fico com sono quando tento entender então eu volto pro meu quarto e durmo, sempre funciona.
_ Mais quanto tempo acha que a gente vai ter que andar?
_ Uma hora talvez.
_ Ah! Uma hora!? _ Erick se despera_ Nós vamos morrer até chegar lá!
Elise apenas ignora os resmungos de seu irmão, e os dois continuam andando por uma hora, até que enxergam altos muros de pedra.
_ Ali! A cidade! _ Elise aponta.
_ Pra que lado fica a entrada? _ Erick pergunta.
_ Não sei, vamos nos aproximar para entrar.
Eles andam ao redor da cidade, até avistar os portões, guardados por dois guardas em armaduras pesadas de ferro, em cada lado, havia uma torre com um arqueiro posicionado, estas torres de vigias ficavam nos quatro cantos da cidade.
_ Fica aqui, eu vou lá falar com os guardas. _ Elise pede para Erick esperar e vai em direção aos portões.
_ Está perdida, mocinha? _ Um dos guardas levanta a viseira e pergunta.
_ Mais ou menos. _ Ela ri, sem jeito_ Eu e meu irmão podemos entrar?
_ Você sabe que para entrar precisa pagar uma taxa de dez moedas de ouro, não sabe?
_ Desculpe, é que eu não tenho esse dinheiro comigo, mas se nos deixar entrar, podemos trabalhar para pagar isso!
_ Sem chance, só entra se pagar! A Cidade de Mothrigan se mantém dessa forma há eras.
_ Mas a Cidade de Mothrigan é subordinada do Reino das Rosas, governado pela família Chrysler, da qual nós somos os herdeiros! _ Ela diz isso e mostra ao guarda o colar que todos da família Chrysler usavam, um colar com o pingente em formato de uma rosa.
_ Espere, vocês são os gêmeos Chrysler? O que fazem tão longe de casa? Aconteceu algo?
_ Nós somos sim os Chrysler, aconteceu algo mas podemos contar apenas ao regente da cidade!
_ Por que o rei e a rainha mandariam seus filhos ao invés de mensageiros?
_ Tem a ver com a informação que trazemos, agora, por favor nos deixe passar, e não diga nada à ninguém, nós precisamos passar desapercebidos!
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Rosas de Fogo
FantasyDuas crianças que são obrigadas à crescer muito cedo, devido à tragédias familiares, dedicam o resto de suas vidas à achar o responsável pelo fim das mesmas