Amnesia - Imagine Jimin

Prólogo

 Quando a dor cortante o coração maltrata e tristes gemidos ferem nossa alma, 

apenas a música e seus sons de prata, rápido nos trazem outra vez a calma! 

- William Shakespeare    

Amnesia - Prólogo

Eu tentei! Eu juro que tentei. Fiz de tudo pra te ter pra mim. Fiz de tudo pra te tirar dela, mas no final você a escolheu. No final você entrou naquele avião e foi embora. Você nunca me amo. Nem mesmo me iludiu. Sempre disse que era ela quem queria e que era com ela que iria ficar não importando o que eu fizesse. E mesmo ouvindo de sua boca eu tentei.

Por sua causa, por minha causa, por causa desse amor eu enlouqueci. As pessoas começaram a se afastar, eu já não era mais um alguém correto, na verdade eu nunca fui. Nunca fui doce, nunca fui a vítima, sempre fui a vilã, mas por você eu estava disposta a virar a mocinha. No entanto, você me desprezou. Jogou meus sentimentos fora e, então, perdeu o sentido tentar da forma correta.

Utilizei de métodos baixos e sujos pra te ter. E não me arrependi e nem me arrependo. Não me arrependo de nada. Pois eu tentei. Tentei viver meu amor, tentei ser feliz. Tentei. Tentei tanto que no fundo o que alcancei foi a mais profunda solidão. Meus pais já não me apoiavam mais, diziam "você não é a nossa filha". Estavam certos. Eu não era a pessoa que eles tinham idealizado que eu fosse. Eu era a pessoa que o mundo me transformou.

As pessoas me odiavam e passaram a odiar mais depois de tudo que fiz pra ter. Mas, querido, eu mudei. Mudei. Pra pior. Sim, é possível ficar pior. É possível ser pior. Sabe o que me transformou no pior? Você.

O meu amor e a rejeição. Duas coisas que eu não sabia lidar. Foi a primeira vez que amei. Foi primeira vez que eu, verdadeiramente, amei. E foi a primeira vez que fui rejeitada.

Nada em minha vida se comparou ao receber a notícia que você tinha ido. Partido com ela pra tentarem ser felizes, para tentarem continuar com o relacionamento longe de mim e de minha perseguição. Ah.... esse sentimento foi como um tiro. O último tiro. Ali, pra mim, tudo se acabou. E agora estou aqui. Ouvindo sirenes, ouvindo gritos e pedidos para que eu mantenha os olhos abertos.

Eu enxerguei tudo. Tudo. Eu vi o caminhão. Eu vi que não daria tempo. E, sinceramente, não tive medo. Só desejei que fosse rápido. Só desejei que me tirasse esse sentimento de uma vez. Por que já não aguentava mais amar e lutar por alguém que nunca teria. E ali, no chão daquela rodovia e me entreguei aos braços da morte.