- Regina esse é o Jhony meu marido.- Cris apontou para o homem alto de cabelos escuros e uma barba perfeitamente bem feita, e que eu já conhecia.- E esse é o marido da Ana, o Marlon.- Apontou para o cara que estava ao lado da Ana. Ele tinha estatura média e cabelos claros. E eu também já o conhecia.- Eu sei Cris, eu já os conheço.- Falei, embora fosse óbvio demais para eu ter que lembra-las.
- Lê os cartões Regina.- Cris pediu e assim eu fiz.
- Hum...- Olhei pra os cartões em minhas mãos.- Não acredito que vocês já se casaram. Poxa, estou muito feliz por vocês. - Falei como um robô.- Cris, isso não vai dar certo.- Joguei os cartões em cima da mesa.
- Estamos tentando criar novas lembranças para você.
- Eu sei, e eu agradeço mesmo o que vocês estão fazendo, mas não é esse tipo de lembrança que eu quero, não quero que minhas novas sejam um teatro, quero lembranças verdadeiras. Quero que me ajudem a suportar as antigas, e aprender com meus erros do passado. Agora eu sei que meu passado, embora me machuque muito, ele vai me ajudar a criar um futuro melhor ao lado das pessoas que eu amo. Eu quero aprender com meus erros, e não fazer uma encenação de como seria minha vida se aquele acidente nunca tivesse acontecido. Tenho a chance de recomeçar e é assim que eu quero que vocês me ajudem, a recomeçar.
Cris me olhou com os olhos marejados e um sorriso nos lábios.
- Vamos fazer do seu jeito então.- Falou e se levantou.- Vem cá.- Me levantei e a abracei.
- Agora fiquei com ciumes.- Ana cruzou os braços.
Começamos a rir e a abraçamos também.- Agora vai lá fora, tem alguém que quer te ver.- Falou apontando com a cabeça em direção a porta.
Olhei para onde minha irmã apontou e vi meu marido ali segurando um buquê de rosas.
- Oi!- Falou quando parei em sua frente.
- Oi.- Sorri. Ele estendeu as rosas para que eu as pegasse e assim eu fiz.- São lindas.- Disse sincera.
- Bem semelhantes ao seu sorriso.- Falou acariciando meu rosto.- Bom, nossa programação para o hoje é um terceiro primeiro encontro.
- Terceiro primeiro?- Indaguei confusa.
- Bom, nosso primeiro encontro foi um tanto desastroso, quase não pude chegar perto de você.- Falou e eu ri.- Nosso segundo foi depois do acidente, mas agora vamos ter um terceiro primeiro encontro, vamos recomeçar.
Sorri com a idéia.
- Tudo bem!- Falei sem conter o sorriso.- E onde vamos?
- É surpresa, mas eu garanto que você vai gostar.- Falou e beijou meu rosto.- Te vejo mais tarde.
[...]
-Acho que assim está bom.- Ana me olhou da cabeça aos pés após minha terceira troca de roupa.
- Falta mais uma coisa.- Cris saiu do quarto e voltou segundos depois com uma caixinha em mãos.
- O que é isso?- indaguei.
- Isso, é o toque final.- Ela abriu a caixa e tinha lá um colar, com um pingente na forma da clave de sol.- Cris, ele é lindo.- Falei segurando-o.
- É pra você.- Ela falou me ajudando a coloca-lo.
Me encarei no espelho e sorri ao ver meu reflexo. Eu me sentia completa naquele momento, me sentia mais que feliz, o medo de tudo acabar havia sumido.
***
- Pai, posso conversar com o senhor?- Falei abrindo a porta de seu escritório.
Papai por ser arquiteto, sempre reservava um momento em seu escritório, no qual ele desenhava as mais lindas obras feitas, pelo menos na minha opinião.
Sempre admirei meu pai, ele cuidava bem da sua aparência, não por vaidade, segundo ele era pra estar a altura da beleza da mamãe.
Ele se mantinha fiel em tudo; trabalho, filhos, casamento, amigos, e por aí vai.
Ele também é um ótimo conselheiro. Motivo pela qual eu estou aqui na porta do escritório dele.- Pode entrar filha!- Ele tirou seu óculos e fez sinal para que eu me sentasse a sua frente, e eu fiz conforme ele pediu.
Suspirei antes de lançar tudo de uma vez sobre meu pai.
- Eu estou gostando de um jovem da igreja.- Meu pai permaneceu calado, apenas processando minhas palavras.- E ele também gosta de mim, temos conversado a algum tempo e... bom, ele ainda não teve a chance de vir aqui em casa. Então queria alguns conselhos seus, sobre o que eu devo fazer.
- Ele pediu você em namoro?- Papai perguntou.
- Não exatamente, apenas conversamos sobre nossos sentimentos, mas ele gostaria de conhecer minha família.
- Peça a ele que venha jantar conosco amanhã. Serei claro com ele.- Disse meu pai cruzando as mãos sobre a mesa.
- Como assim pai?
- Antes de namorar com você.- Ele apontou com o indicador para mim.- Ele terá que namorar comigo.- Eu o encarei confusa.
- Foi só eu, ou isso soou muito estranho.- Falei contendo a risada.
- Filha, uma coisa que você precisa saber, o namoro não é apenas abraços e beijos. É o momento em que você vai conhecer a pessoa com quem você poderá passar o resto da vida. Quero conhece-lo, prometo não ser muito mau.
Eu ri e me aproximei para beijar seu rosto.
- Eu te amo pai.- Falei segurando suas mãos.
- Também te amo minha princesa.
CONTINUA
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O Despertar
SpiritualitéUm minuto pode mudar nossas vidas. Nos últimos minutos de um parto nasce o filho que uma mãe espera por nove meses mudando a vida da família lhe trazendo mais alegria. Um minuto perdido pode nos levar ao atraso para o aeroporto nos fazendo perder...