7 anos de idade

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- Você é o meu melhor amigo agora. - Falou a pequena garotinha, com um sorriso inocente.

- E você é a minha melhor amiga, Amanda. - Falou o garoto, dando um abraço desajeitado na menina.

- Promete nunca me abandonar? - Perguntou a pequena, com um olhar triste.

- Não vou, eu prometo.

- De dedinho? - Perguntou, erguendo o seu pequeno dedo mindinho.

- Sim, de dedinho. - o garoto ergueu seu dedinho também, tocando com o da garotinha.

...

Minha amizade com o Pedro sempre foi verdadeira, desde que tínhamos apenas 7 anos de idade e não sabíamos nada do mundo. Nos conhecemos em um parquinho de diversões, onde eu caí e machuquei o joelho, e ele veio me ajudar. Nossas mães viraram amigas e depois disso ele sempre ia em minha casa, pra a gente brincar.

Ele sempre me ajudou em muitas coisas, e realmente sou grata por isso, pois se não fosse por ele, eu não iria aguentar tanta coisa sozinha.
Pedro perdeu um pouco de seu brilho quando seu pai morreu, mas ele sempre fazia questão de lembrar de que eu fui a pessoa que mais o ajudou.

- Não sei o que faria sem você, Mands. - ele falou, secando as lágrimas de seus olhos com a manga de seu casaco. - Obrigado por me ajudar em tantas coisas.

Sua mãe também perdeu o brilho dos olhos, quando seu marido morreu, se fechou para o mundo. Ela não falava com Pedro e nem com ninguém que tentasse. E se alguém tocasse nela, ela começava a gritar, chamando o nome de seu marido. Mas com tempo ela foi se acostumando com a dor e voltou aos poucos, a ser a mesma pessoa de antes.

Mas Pedro nunca deixou de ser sorridente, nunca deixou de fazer as outras pessoas felizes, mesmo ele não estando bem. E mesmo que ele tentasse disfarçar a dor pras outras pessoas, eu sempre percebia. Era como se fossemos amigos á mais de 30 anos, quando na verdade, nossa amizade não passava de 8 anos.

Ele sempre foi meu anjo da guarda, isso ele mesmo fazia questão de dizer. Me protegia de tudo, e as vezes acho que só estou viva até agora por sua causa, já que sou bastante desleixada.

Nossa amizade não tinha muitas brigas, pois sabíamos resolver as coisas de uma forma "madura". Na verdade o Pedro sabia. Isso era o que irritava nele, e as vezes eu me pegava pensando: "como uma pessoa de tão pouca idade consegue ser mais responsável que um adulto?", enquanto eu, não conseguia abrir um pote de milho e ervilhas direito.

Minha mãe sempre aprovou minha amizade com Pedro, mesmo quando nos pegou dando um selinho enquanto brincávamos de papai e mamãe.

Muito errado, eu sei, mas nem prefiro lembrar disso.

Minha amizade com o Pedro foi a mais verdadeira que tive. E eu faço questão de lembra-lo que o amo muito.

- Eu te amo, Pedrinho. - Falei, dando um abraço bem apertado nele, na porta da minha casa.

- Eu sei, eu também me amo - falou brincando, acariciando meus cabelos, enquanto ainda estávamos abraçados.

- Seu ridículo - dei uma risada e me soltei dele.

- Brincadeira, também te amo, Mands. - Falou e beijou minha testa. Saindo logo em seguida.

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