Thor considera o universo um lugar maravilhoso. Loki o considera uma fonte eterna de sofrimento e decepção. Apenas um dos dois está certo, e a resposta inevitavelmente trará a morte até a Yggdrasil. Resta saber quem irá sofrê-la, se apenas um ser ou...
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Notas: Coloquei a capa aqui de novo, porque não coube no espaço dela, mas é tão bonita ;~; Foi feita pela Ramida-R, que me permitiu o uso pra capa da história. Tem a assinatura dela ali no canto.
Esta história foi feita como presente de um Amigo Secreto e eu gostei bastante dela, então resolvi postar aqui também. Espero que gostem!
Eu também tenho outra história thorki em andamento, a Beneath the Surface, para quem tiver interesse.
O título da história quer dizer "onde jaz a morte" ou "onde a morte mente". O título do prólogo é "o fim está próximo".
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Boa leitura e até o próximo!
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Que havia algo de errado com aquele mundo, ah, isso era inegável. Fazia meses que ele voava de um lado para o outro resgatando famílias de enchentes súbitas, deslizamentos de terra próximos a montanhas e nevascas intensas poucos dias antes do inverno. Alguma alteração também se dera no comportamento dos animais, pois aumentara de forma preocupante o número de ataques de lobos a tribos da região, mesmo as mais protegidas.
Embora fosse um deus, Thor era apenas um e não conseguia responder a todos os chamados que os mortais lhe faziam. Cogitara pedir ajuda dos Três Guerreiros, porém, isso evidenciaria sua fraqueza, algo que abominava mostrar aos súditos, ainda que aqueles fossem seus amigos. Ademais, se Loki o encontrasse em Asgard e descobrisse o motivo do retorno prematuro, veria Thor como um fraco e o zombaria por toda a eternidade. Deboche era um item dispensável na cama.
Concentrado no topo de uma árvore, ele cerrou as pálpebras e pôs-se a ouvir as preces que o vento trazia. Em meio à balbúrdia de lágrimas e gritos de terror, alguns nomes se destacavam, como Balder, Freyja, Odin. Zelar pelo bem-estar da humanidade não se limitava a girar o martelo e provocar ou parar chuvas; as plantações requeriam bênçãos para gerarem frutos, os rebentos careciam de saúde para crescerem fortes e se tornarem homens, os guerreiros buscavam aprovação antes de partirem para a batalha. Tratava-se de um trabalho coletivo, e Thor andava realizando-o sozinho desde que conseguia se lembrar.
"Por que se recolheram às sombras?", perguntou-se em silêncio, mirando as nuvens no céu e ultrapassando as barreiras da atmosfera para alcançar a ponte de arco-íris. Sua visão não lhe permitia chegar até Asgard, no entanto, o guardião da ponte, Heimdall, notaria sua contemplação e a mensagem seria enviada da mesma maneira. O verdadeiro mistério repousava com o depois. Comprometera-se a resolver a crise que se abatera sobre Midgard, sim, mas falhara em prever a extensão dela. Sentia saudade de casa, de treinar com os outros guerreiros, de desfrutar de um bom hidromel nas fontes quentes ao norte da Cidade Dourada.
Thor suspirou.
Sentia falta do gosto doce de Loki.
Caso se blindasse contra as influências externas, podia se imaginar, por um momento, de volta à companhia dele. O sorriso torto o cumprimentaria, os braços finos se recusariam a envolvê-lo até que Thor desse o primeiro passo. Quando estivessem entre quatro paredes, Loki o abraçaria com prazer usando as pernas, percorreria a pele do deus do trovão com a língua e o faria bradar, sem o menor embaraço, que sucumbira, que pertencia a ele.
Na contagem total, há mais de um ano não se viam, uma vez que o príncipe feiticeiro possuía seu próprio leque de obrigações em Asgard e que a missão Thor, complexa como era, dispensava interrupções. Loki tampouco retribuía as orações dos mortais em seu nome; reinava caos o bastante em Midgard para que ele jamais precisasse pisar naquele mundo de novo. Em determinado momento, irritado com as vozes que inundavam seus ouvidos, Thor o amaldiçoara por ceder tantos desejos aos homens e desequilibrar a balança, porém, tinha sido o silêncio dos deuses restantes que obliterara o equilíbrio.
Ele se rendeu à tarefa, alçando voo da árvore e rumando em direção a um comboio que procurava água nas terras da tribo inimiga. Uma das mulheres pedira que as passagens de ida e volta se dessem sem quaisquer contratempos. A água roubada era uma necessidade; o povo dela morria de sede.
O céu escureceu assim que Thor sobrevoou o lago. Ciente de que não chamara suas nuvens, ele entrou em estado de alerta. Aliado ou inimigo; não saberia até que estivessem frente a frente. Baixar a guarda seria uma sentença de morte.
Materializando-se em um círculo mágico na grama, Fandral, um dos Três Guerreiros, apareceu em sua armadura de batalha. Thor desceu tão rápido quanto possível, listando mentalmente qual reino poderia ter arrastado Asgard para a guerra.
— Meu amigo, receio ser o portador de más notícias — Fandral começou, intensificando seu desconforto. — Precisa voltar para casa neste instante. Loki foi preso. Ele será executado em dois dias.
