Prólogo

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Ele olha o celular. 21:32 marcava na tela. Ele já estava perdendo a paciência. Ao longe podia ouvir o som alto da festa, que já havia começado há algum tempo, e nada dos seus amigos e sua namorada chegarem.
Fernando não era do tipo que chegava cedo, mas estava muito empolgado para essa festa.
21:33.
- Arghh!! Só vou esperar mais 5 minutos. Não quero nem saber.
Liga para sua namorada mais uma vez. E ela não atende mais uma vez. Decidiu mandar um áudio.
- Clara, cadê vocês, amor? Faz uns 20 minutos que espero aqui.
Ela recebeu e não visualizou. Ele não iria entrar sem ela, então decidiu sentar no banco que tinha próximo. Antes de sentar, viu a pintura da parede. As conhecidas asas. Lembrou de todas as vezes que já se reuniu com os amigos naquele bequinho e sentou naquele banco para conversar. Não fazia ideia de quantas fotos já tinha tirado com aquelas asas de fundo. Respirou fundo e sentou.
21:34.
Na entrada do beco, várias pessoas passando em direção à festa.
21:35.
Fernando estava nitidamente incomodado, mas resolveu continuar esperando.
21:37.
- Aaah! Eu não aguento mais. Não é possível!
Nesse momento um vento forte passou por ele. Uma embalagem de plástico foi tirada do chão e parou no ar, se movendo sem sair do lugar.
- Mas... O que...? - falou se aproximando do objeto.
Quando tocou na embalagem sentiu um sensação muito estranha. Era uma sensação de sucção, puxando ele para a parede oposta do beco. Percebeu uma parede quase invisível alguns centímetros a sua frente, que o estava sugando com uma força absurda. O desespero bateu e Fernando começou a tentar voltar. Ao tirar os pés do chão, perdeu o equilíbrio e a força que o puxava para a parede foi forte o suficiente para arrastar ela. E então tudo ficou escuro.

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