Cartas de Outra Vida

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P.O.V. Emma

Sempre via Regina chegando ao trabalho e indo embora caminhando quando o expediente tinha terminado. Achei de verdade que ela morava ali por perto. Mas no dia que ela abaixou a guarda e aceitou minha carona por causa das latas pesadas de tinta é que percebi que aquela morena misteriosa e teimosa fazia uma baita de uma caminhada para ir trabalhar todos os dias. Uma trilha no meio de uma mata aberta, porém de fácil acesso. Qualquer pessoa podia andar por ali, e quando digo qualquer pessoa estou incluindo aquelas que vieram nesse mundo para fazer o mal. Tudo bem que Storybrooke era livre desse tipo de gente, mas pra quem cresceu em Connecticut o sinal de alerta ficava ligado o tempo todo.

Até onde eu sabia a cabana era de Gepeto e ele não morava ali a um bom tempo. Além disso, por ser um lugar afastado da cidade poucas pessoas moravam ou até mesmo passavam por ali. Eu me preocupei com Regina. Eu conhecia o Granny's muito bem, e sabia que o expediente lá ás vezes ia até o início da madrugada. Não seria boa ideia uma mulher bonita ficar zanzando por aí naquele período. Pensando nisso fui até o galpão que tinha nos fundos da minha casa, que inclusive ficava virando a esquina no Gold Store. Eu não entrava muito ali. Aquele era o lugar preferido de Belle e depois que ela morreu não consegui me desfazer nem do lugar e muito menos das coisas que ela guardava lá. Os únicos momentos que eu entrava no seu espaço eram quando a responsabilidade de criar sozinha o nosso filho me sufocava. Num canto do galpão, ficava uma mesa de ferro onde por vezes encontrei minha esposa escrevendo cartas. Ela nunca me deixou ler nenhuma, mesmo eu pedindo com todo o carinho do mundo. Belle dizia que essas cartas eram para ser lidas nos momentos certos e me fez prometer que esperaria por eles a vida toda se fosse necessário. O que aquela baixinha me pedia que eu não fazia? Era impossível.

No dia em que ela se despediu de nós, fiquei por horas aqui dentro tentando entender porque a vida tinha sido tão cruel comigo. Sentada em sua poltrona e debruçada sobre a tal mesa, me permiti desabar. Eu estava transtornada com a sua morte, pra falar a verdade estava bem puta. Não era justo comigo, nem com ela e muito menos com Henry que ainda era praticamente um bebê de três anos. Eu lembro bem do momento onde esmurrei a mesa de ferro, e um fundo falso se abriu, caindo sobre as minhas coxas. O que tinha ali? As cartas!

"Quando Henry entrar na escola"

"Quando Henry passar na faculdade"

"Quando Henry se formar"

"Quando Henry se casar"

"Quando Henry tiver um filho"

"Para o novo amor"

Eram muitas cartas, para vários momentos. Eu tive que fazer um esforço enorme e lógico para tentar colocar aquilo em ordem cronológica dali pra frente. Quando me senti segura o suficiente, abri a carta que eu jamais gostaria de ler. "Para Quando Eu Morrer"

"Minha amada Emma,

Eu sabia que você ia encontrar as cartas. Agora me faça o favor de cumprir a promessa que fez de abrir todas elas apenas nos momentos certos.

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