Capítulo 38

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Será que ele estava falando sério ou estava só me testando pra ver até onde eu ia?
Mesmo estando muito nervoso e amedrontado, eu tive que pensar rápido para sair por cima naquela história, afinal ele não podia desconfiar da minha verdadeira opção sexual.
- Agora não – tentei não transparecer o meu nervosismo e dei um sorriso amarelo. – Na verdade eu quero outra coisa.
Ele correspondeu ao meu sorriso e entrou na minha conversa.
- O que você precisa?
- De um guarda-chuva. Isso é, se você puder parar o que estava fazendo para me ajudar, é claro.
- Você viu o que eu estava fazendo, né safado?
- Pois é, ninguém mandou você não fechar a porta – eu estava tremendo de medo. Será que ele tinha percebido o meu interesse?
- Eu te empresto o guarda-chuva se você me ajudar a terminar o que comecei – ele deu um sorrisinho safado.
- Não obrigado – respondi rindo. – Prefiro me molhar.
Ele continuou com aquele sorriso safado e apertou o cacete por dentro da cueca. Mesmo não desviando os olhos da face daquele macho, eu consegui enxergar aqueles pelos pretos que estavam totalmente a mostra,
- E você gosta de guarda-chuva grande ou pequeno? – ele perguntou depois de um minuto.
- Grande - respondi na lata. – Assim ele me cobre por completo.
- Deu sorte. O meu é do jeito que você gosta.
- E você me empresta? – nossos olhos não desgrudavam.
- Quantas vezes você quiser.
- E por que você não o traz logo?
- Estou esperando você pegar.
- E onde ele está?
- Aqui.
Vinícius puxou a minha mão e colocou em cima de seu dote, mas por cima da cueca. Eu não sabia o que fazer.
Meu coração batia tão forte que as veias do meu pescoço estavam saltando sem parar. O pau estava duro, quente e pulsava forte.
- Já disse que não tô a fim de te ajudar agora – tirei a minha mão, mas abri um sorriso para parecer simpático.
Vinícius deu risada e andou até o lado do guarda-roupa, voltando com o guarda-chuva em seguida.
- Pega – ele estendeu a mão e eu fechei meus dedos em volta do cabo preto daquele objeto.
- Obrigado. Eu já te devolvo.
Antes de sair, troquei mais um olhar com aquele monumento e quando entrei no meu quarto, caí deitado na minha cama tamanho o medo que eu estava sentindo.
Por que eu tinha feito aquilo? Por que eu tinha brincado com o Vini daquela forma? Será que eu tinha feito a coisa certa? Pedir o guarda-chuva emprestado foi a primeira coisa que surgiu na minha cabeça. Será que ele tinha caído na ladainha?
Será que ele sabia que eu curtia homens? Será que o Rodrigo tinha contado a ele a verdade sobre a minha orientação sexual?
E se ele tivesse percebido alguma coisa? Por que ele perguntou se eu queria dar "uma conferida"? Ele estaria interessado em mim?
O Vinícius não podia ser gay. De jeito nenhum! Ele não tinha o menor jeito para a coisa... Ele era do tipo garanhão que passava o rodo, como o meu irmão gostava de fazer na escola...
Ele até tinha transado com uma garota na nossa casa! Será que ele curtia a parada no sigilo? Seria bom demais pra ser verdade...
A única coisa que eu ia ter que fazer à partir daquele momento, era disfarçar melhor as minhas olhadas e o meu interesse. Não podia deixar que ele soubesse da verdade. De jeito nenhum. Eu não sabia do que ele seria capaz se desconfiasse que eu era gay. Isso é, se ele já não soubesse de fato o que estava acontecendo.

Quando voltei para casa, ele estava terminando de tomar uma latinha de cerveja na cozinha, já completamente vestido.
- Deixei seu guarda-chuva na garagem escorrendo a água.
- Ah, beleza. Comprou o seu?
- Comprei. Valeu por ter emprestado.
- Ele é todo seu – ele falou aquilo e deu um gole na bebida, mas não tirou os olhos de cima de mim.
- Não preciso mais. Já tenho o meu.
- Mas ele não é tão grande quanto o meu!
- Como você sabe?
- Por que o meu é único!
Dei um sorriso e saí da cozinha de propósito. Eu não queria que ele continuasse com aquelas brincadeirinhas de duplo sentido. Por mais que eu estivesse gostando, ele não podia perceber meu interesse. Não mesmo.

- Posso te fazer uma pergunta? – eu aproveitei que ele estava sentado no equipamento de braço.
- Pode – ele soltou o ar pela boca.
- Você não contou para os meninos que eu sou... Gay não né?
- Não. Por quê?
- Ah, por nada. Puro desencargo de consciência.
- Ih, o que foi? Não confia em mim, caralho?
- Confio, porra. É só para saber.
- Sei. Quem não te conhece que te compre.
- Terminaram? – o gostosão do Felipe apareceu.
- Falta só mais uma série para mim e a gente termina – eu expliquei.
- Então agilizem e vamos para o próximo. Vocês precisam crescer esses bracinhos logo. Andem, andem!!!
O que o Felipe tinha de gostoso, tinha de mala-sem-alça. Ele ficava mais no nosso calcanhar que no dos outros alunos. Aquilo me deixava irritado.
- Vai, faz logo sua série e vamos pro próximo – Rodrigo estava de regata e eu já estava conseguindo enxergar os músculos dele mais salientes.
- Já vou – murmurei de contra gosto.

BrunoOnde histórias criam vida. Descubra agora