55 • Desespero

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Quando percebi o que ia acontecer, o meu coração começou a bater tão rápido que eu achei que ia explodir.

Senti todo o meu corpo a ser esmagado, apesar de o Gabriel ainda nem sequer me estar a tocar.

Ele aproximou-se mais de mim e eu tentei recuar mais. Apenas consegui encolher-me mais contra a parede dura e fria. Olhei em volta mas não vi nada nem ninguém que me pudesse ajudar. Estávamos numa rua suja e escura, preenchida apenas por alguns prédios ainda em construção.

Gabriel - Não chores, Bianca. Tu vais gostar, a sério.

Nem sequer me tinha apercebido que comecei a chorar. Olhei para as minhas mãos molhadas e vi-as a tremer imenso. Comecei a fungar e apercebi-me que ainda estava a respirar. Não sei como, mas estava.

Eu - Na... não me faças mal, po... por favor. Eu não digo a ni... ninguém.

Gabriel - Shiu, eu não te vou fazer mal nenhum.

O tom carinhoso dele fazia um enorme contraste com o olhar de predador que ele me dirigia. Ele aproximou a cara dele da minha e acariciou-me a bochecha. De seguida, sem eu estar à espera, colou os lábios dele nos meus. A língua dele sabia a uma mistura de vodka e cerveja, que me deu imediatamente vontade de vomitar.

Pensei no Diogo e senti uma lágrima a escorrer-me pela bochecha. Ele tinha razão. Ele avisou-me tantas vezes sobre o perigo que eu corria nas mãos deste monstro e eu nunca lhe dei ouvidos. Agora, estou aqui, drogada, a ser beijada pelo seu maior inimigo e prestes a ser violada.

Tentei afastar-me dele mas não consegui, ele estava a agarrar-me firmemente. Senti tanta repulsa dele que nem pensei nas consequências, apenas lhe mordi o lábio com toda a minha força. Ele gemeu e afastou-se violentamente de mim, dizendo:

- Sua cabra, estás a brincar com o fogo!

Senti outro estalo, desta vez mais forte, e tentei conter as dezenas de lágrimas que se estavam a acumular nos meus olhos. Respirar estava a tornar-se cada vez mais difícil, devido ao enorme nó que se estava a formar na minha garganta.

O Gabriel afastou-se mais, para despir completamente as calças, e eu aproveitei a distância a que ele se encontrava para reunir todo o ar disponível nos meus pulmões e gritar com todas as minhas forças:

- Socoorrooo!! Ajuuudem-me!!

Ele apenas riu e aproximou-se novamente de mim, dizendo:

- Ninguém te vai ajudar, querida.

Sem me dar tempo de processar o que estava a acontecer, ele virou-me de costas e segurou-me firmemente, impedindo-me de mexer um milímetro.

Senti-o a tirar-me as calças e, nesse momento, não aguentei mais. Todas as lágrimas presas começaram a cair umas a seguir às outras. Ele mandou-me calar, mas eu não quis saber. Continuei a gritar e a pedir ajuda, mesmo sabendo que ninguém me ia ouvir.

Enquanto me mentalizava do trágico desfecho que esta noite iria ter, pensei novamente no Diogo. Só espero que ele me consiga perdoar. Ele não merece nada disto. Ele não merece viver com o desgosto de saber que a namorada foi violada por causa de uma estúpida vingança.

Talvez seja melhor ele não saber...


☆ ☆ ☆


Olá!

Desculpem-me e preparem os vossos corações porque ainda há muito para acontecer! ;)

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora