Ele parou com a violência mas não saiu do lugar. Ficou especado a olhar para um ponto distante, enquanto uma lágrima solitária lhe escorria pela bochecha. Depois, afastou-se do Gabriel e veio ter comigo, dizendo:
- Desculpa, Bianca. Desculpa, estás bem?
Eu - Sim... eu...
Usei o resto das minhas forças para abraçar o Diogo como se a minha vida dependesse disso. De certo modo, até depende. Ele salvou-me.
Diogo - Bianca, peço imensa desculpa por não ter chegado mais cedo...
Tive vontade de chorar novamente, mas nem uma lágrima caiu. Acho que as gastei todas nos piores 15 minutos da minha vida.
Olhei para o Gabriel deitado no chão, de olhos fechados e boca aberta, com sangue a escorrer das várias feridas, e senti um arrepio a percorrer todo o meu corpo. Se o Diogo não tivesse aparecido, nem quero imaginar o que é que o Gabriel me teria feito...
Diogo - Existem algumas coisas que eu já te devia ter contado há algum tempo...
Por cima do ombro do Diogo, vi um grupo de pessoas a caminhar na nossa direção. Provavelmente foram atraídas pelos gritos.
Eu - Diogo! Temos de...
Diogo - Não, espera, tu tens mesmo de saber!
Eu - Diogo! Temos de ir embora, agora! Vem aí gente!
Ele afastou-se de mim e olhou em volta. Depois, agarrou a minha mão e disse:
- Tens razão, vamos embora.
Eu - Mas... não é melhor esconder o corpo?
Diogo - Não, esta zona é bem escondida. Ninguém se vai lembrar de vir aqui. Vá, vamos.
Apesar de saber que já estava fora de perigo, fui o resto do caminho a correr, com o Diogo ao meu lado. Nesse momento, consegui esquecer tudo o que aconteceu. Apenas senti o vento a refrescar-me a pele e a despentear-me os cabelos. Acho que aquela maldita droga já não me está a fazer efeito. Ou então, todas as emoções que senti se transpuseram ao resto.
Alguns minutos depois, parámos numa rua movimentada e bem iluminada. Estávamos a despertar todas as atenções, pois o nosso estado não era propriamente normal. Eu estava toda despenteada e com marca de lágrimas na cara e o Diogo estava com a camisola e as mãos cobertas de sangue. Ignorámos os olhares das pessoas e sentámo-nos num banco. Eu continuei agarrada ao Diogo com todas as minhas forças, enquanto ele me fazia festinhas no cabelo e me dava beijos na testa.
Diogo - Ele não chegou a fazer-te nada, pois não?
Eu - Não, só me bateu.
Diogo - Filho da puta...
Lágrimas começaram a escorrer-me pelas bochechas à medida que os últimos acontecimentos começavam a piscar na minha mente.
Diogo - Bianca, desculpa. Eu não sei o que dizer...
Eu - Podes dizê-lo. Tu avisaste-me, mas eu fui uma idiota... Eu é que tenho de pedir desculpa por não ter acreditado em ti.
Diogo - Não digas isso, tu não tens culpa nenhuma. Eu sei que o Gabriel consegue ser bastante convincente, quando quer.
Eu - Sabias que ele anda a vender drogas?
Diogo - O quê? Não, não sabia. Mas não me admira...
Eu - Ele disse-me que desde que o pai morreu que ele e a mãe têm andado...
Diogo - Espera, o quê? O pai dele não morreu.
☆ ☆ ☆
Hey!
Novamente, desculpem pela demora. Os últimos dias têm sido muito agitados.
Espero que estejam bem!
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Borboleta Lutadora (✔)
Teen FictionBianca terminou o 11° ano da melhor maneira possível: começou a namorar com um dos rapazes mais giros da escola e finalmente encontrou a felicidade tão desejada. Após uma infância sofrida, a vida de Bianca parece finalmente estar a ser perfeita, mas...