Ana Clara narrando:
Já faz alguns meses que eu estou em Washington, acho que eu precisava me afastar depois daquele baque que aconteceu com a minha mãe. Sim eu voltei a chamar ela de mãe, a final, se ela não tivesse mudado, não teria feito tudo o que fez e ter me contado a verdade. Bem, isso é um assunto no qual eu prefiro não tocar mais.
Eu e Caio ficamos amigos, só que amigos muito apegados.
Marcamos de assistir um filme hoje a noite aqui em casa.Termino de fazer o jantar e vou para o meu quarto tomar banho. Resolvo tirar o pingente e gardar no porta joias. Abro a gaveta do penteador para pegar uns papéis do trabalho da faculdade e não encontro, resolvo tirar tudo da gaveta e jogo em cima da cama.
Começo a procurar o papel, e um em específico cai, me abaixo para pegar, analiso melhor o envelope e vejo que é a carta que a minha mãe me mandou quando decidiu fazer contato comigo em Buenos Aires. Quando tomo a decisão de abrir, a companhia toca, eu coloco o envelope sobre o criado mudo e os outros papéis guardo de volta na gaveta.Abro a porta e me deparo com Caio, ele entra já com aquele sorriso dele que me contagia, de onde ele tira tanta alegria?
- Iai ja está tudo pronto?. - Ele fala se sentando no sofá e ligando a televisão.
- Ô..."dono da casa", oi pra você também, Boa noite.
- Boa noite Ana. - Ele da um sorriso e me abraça.
- O jantar ja está pronto eu só vou tomar banho. Se quiser pode ligar a TV .
- Tá.
Fui para o banheiro tomar banho e depois para o meu quarto me trocar.
Enquanto estou penteando meu cabelo esculto Caio me chamando.- Vem logo loira o filme já vai começar. - Ele fala da sala.
- Já estou aqui. - Digo saindo do meu quarto e entrando na sala.
[...]
Ficamos assistindo o filme por um tempo e quando acaba ele dorme e eu me vejo encurralada quando olho para a bagunça.- É. Vou ter que limpar né!.
Me levanto do sofá onde Caio está deitado e babando na minha almofada. Jogo uma almofada no rosto dele e o mesmo resmunga sem abrir os olhos.
- Para de babar na minha almofada.
O mesmo responde com nenhuma reação.
- Idiota.
Bufo, mas depois me esqueço.
Recolho as coisas de cima da mesa e levo até a cozinha. Lavo a louça e guardo tudo, não gosto de bagunça.
Desligo a luz da sala e vou para o meu quarto. Visto meu pijama de coala ( muito maduro eu sei).
Me sento na ponta da cama e olho de soslaio para o criado mudo e lembro do envelope que está a minha frente.
Pego-o com um pouco de receio de ter que lembrar de tudo novamente.
Abro e começo a ler.Filha estou te mandando esse presente junto a essa carta com a intenção de que você me perdoe por não ter sido a mãe que você tanto desejou. Sei que não sou presente na sua vida e você não deve nem lembrar mais de mim. Mas, só pesso que leia.
Ela explica tudo o que aconteceu, com ela e com meu pai, e porque eles se separaram, e principalmente a parte que mais me tocou. Não fazia a menor ideia de que Werllem tinha alguma coisa haver com isso. Agora consigo entender o porque dele não ter me ligado mais, ou entrado em contato.
É isso, eu espero com todo o amor do meu coração, que você tenha me perdoado ou pelo menos me entendido que eu errei, e que agora quero muito que você me perdoe.
De sua mãe Natalha para Ana Clara.
Algumas lágrimas escapam dos meus olhos, mas limpo, não quero mais chorar.
- Eu sempre vou te perdoar mãe, só espero que você não tenha me esquecido! - Digo baixinho com a intenção de manter o silêncio no ambiente.
Coloco de volta a carta em cima do criado mudo e me deito. Desligo o abajur e afundo minha cabeça no travesseiro. Demoro um pouco para dormir, mas logo o sono chega e eu apago.
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A garota da bolsa vermelha.
JugendliteraturAna clara é uma garota rica que mora com o pai em Buenos Aires. criada a vida toda por sua babá Violletta, e sem saber que tem uma mãe do outro lado do mundo (Brasil). Até que sua mãe resolve dar um sinal de vida mandando um presente pra ela ( Uma b...