Capítulo 6

572 75 2
                                    

Sinto-me incrivelmente nervosa naquela sala de espera insípida, embora extremamente elegante.

Assim que cheguei, fui recebida por uma moça bonita e com um uniforme impecável, e por um momento não soube como me apresentar.

"Oi, sou a barriga de aluguel do Gabriel Collins. Ou pretendo ser. Acho".

Mas acabei optando por dizer que provavelmente tinha uma hora marcada. E assim que confirmei meu nome, a moça verificou em seu computador e sorriu solicitamente pedindo que eu aguardasse.

E enquanto estou ali, sem saber o que esperar, pergunto-me se Gabriel também estará presente. Eu devia ter perguntado a ele qual o protocolo nestas situações, porque não faço ideia.

E será que eu também finalmente conheceria sua esposa? Sinto-me nervosa só de pensar.

– Amelia Edwards? – a recepcionista chama meu nome e eu me levanto, a seguindo.

Sou levada por um corredor iluminado até uma sala espaçosa e, como deveria esperar, sofisticada.

É óbvio que aquela clínica requintada é para pessoas seletas. E com dinheiro.

Um homem jovem e loiro por trás de uma mesa de vidro se levanta e vem em minha direção com a mão estendida.

Eu franzo a testa, porque ele não é nada o que eu esperava.

– Olá, como vai? Você deve ser Amelia Edwards. – ele diz e eu seguro sua mão para um aperto firme. – Eu sou Max Goldman.

– Olá. – digo ainda meio ressabiada e ele sorri, soltando minha mão e fazendo um gesto para que eu sente em frente à mesa, dando a volta e sentando também.

– Tudo bem? Você parece meio confusa.

– Oh, me desculpe. Acho que não esperava um médico tão...

– Jovem? - Ele ri agradavelmente e eu coro.

– Sim. Mas me desculpe.

– Não, tudo bem. Não é a primeira a dizer isto. Mas eu tenho diploma, fique tranquila.

– Claro, eu não achei...

– Está tudo bem. Não fique acanhada. Se ajuda, você também não é o que eu esperava.

Agora eu coro e fico mais confusa ainda.

– Você esperava algo? - Me pergunto o que Gabriel teria dito de mim.

– Bom, você é bem jovem também para quem quer ser uma barriga de aluguel.

– Eu sou maior de idade, fique tranquilo. – eu o imito e ele sorri.

– Eu espero que sim, senão Gabriel estaria em maus lençóis.

– Me desculpe, mas... O que foi que Gabriel disse sobre mim?

Ele junta as mãos na frente da mesa, como se pensando no que dizer.

– Bem, esta situação não é a usual, embora não seja estranha. Mas geralmente trabalhamos com agências especializadas em mulheres interessadas em serem mães de aluguel.

– Eu não vim de uma agência.

– Claro que não. Gabriel me falou.

– Falou o quê?

– Que ele a escolheu e lhe propôs este acordo. E que você concordou. Por isto está aqui hoje. Para que seja informada sobre tudo o que esta decisão implica. – ele está mais sério agora.

Por um sonho -DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora