Capítulo 17

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Na hora do almoço, Rafael passou no meu quarto e pediu para estar na recepção do hotel em trinta minutos pois todos fariam uma reunião. Perguntei se iríamos almoçar lá mesmo ou outra coisa, e ele disse que por enquanto todos poderiam escolher onde almoçar. Concordei e ele foi embora.

Tomei um banho rápido para despertar pois tirei aquela soneca básica depois que chegamos, e me vesti metade formal, metade informal. Sim, isso o que você pode ter pensado: jeans, blusa social, sapatilhas, rabo de cavalo. Levei meu celular, meu Notebook e meu caderno de anotações. Para a minha surpresa, quando saí do quarto, Elliot trancava a porta do seu. Nos encaramos e depois fomos em direção ao elevador. Elliot suspirou ao meu lado.

-Você não tem jeito.

-Que foi agora? Vai falar da minha roupa? Porque se for pode poupar saliva.

-Obrigado por isso.

Ele estava de terno e gravata, calças sociais e sapatos de velhinho. Pelo amor...
Apertamos o botão do térreo e esperamos o elevador descer. Lá na recepção, vimos Rafael, uma loura alta, magra, de óculos e vestida com um conjunto social azul marinho, um homem com as mesmas roupas que Elliot, cabelo castanho um pouco ondulado e lindos olhos azuis e... a vaca da minha irmã. Ela vestia um vestido tubinho preto destacando a brancura de sua pele e a escuridão dos seus cabelos, estes que aliás estavam presos num rabo de cavalo, assim como os meus. Seus olhos estavam concentrados numa folha, ela nem prestava atenção em Elliot e eu nos aproximando.

-O que essa...-respirei fundo.-tá fazendo aqui?

-Nós preferimos não contar que vocês duas trabalhariam juntas para não causar um transtorno muito grande.

-Nós duas, sabendo ou não disso, trabalhando juntas já é um transtorno enorme. Eu não sei o que meu pai estava pensando quando fez isso, sinceramente. Isso não é nada justo com as duas.-Suspirei. Era verdade, aquilo não era nada justo.

-O sr. Duques Câmara conhecia vocês mais que ninguém. Ele sabia muito bem o que estava fazendo.

-Sei, aham.

Cumprimentamos o pessoal, a loura era Margareth e o sr. Olhos Azuis era Tadeu. Olhei para Rosé e ela me encarou. Rafael começou a falar.

-A fábrica dessa filial é um pouco distante da empresa. Então visitaremos amanhã a fábrica e no dia seguinte cada um irá para sua casa. Rosé e Petúnia, o sr. Duques Câmara tinha uma casa aqui, bem próxima da empresa, então ambas ficaram na mesma casa pelos próximos meses.

-O que?!-Exclamamos juntas.

-Eu não vou fica na mesma casa que ela! De jeito nenhum!-Exclamei exasperada.

-Não vou conviver no mesmo ambiente que ela.-Rosé cruzou os braços e olhou para Rafael.

-Infelizmente meninas, vocês terão de dividir a mesma casa. Eu acredito que a sra. Duques Câmara ficará lá com vocês.

-Isso não fica menos pior.-Suspirei.

-Ah, só me faltava essa, trabalhar com ela e ainda ter que morar na mesma casa com ela! É o cúmulo!-Rosé exclamou.

-É só isso?-Perguntei.

-Sim, é. Podem aproveitar o resto do dia. Amanhã, às oito, todos devem estar aqui na recepção para que possamos ir à fábrica. É isso. Dispensados.

Nos dispersamos, cada um indo para o seu canto. Eu iria para o meu quarto trocar de roupa e descer para almoçar quando ao mesmo tempo: Elliot me abordou e meu celular vibrou. Olhei para ele que olhava para mim com uma certa expectativa. Expectativa? O que ele estava pensando?

Herdeira LegítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora