CAPÍTULO 39: Nova complicação

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      Eu já estava perdendo as esperanças de que alguém pudesse me encontrar. Já não aguentava mais andar, minhas pernas doiam, meus pés furmigavam, minha cabeça parece que ia rachar de tanta dor.
      Já tinha andando por mais de duas horas em linha reta na estrada de terra. Meu celular estava sem sinal oque me deixou mais desanimado. Mas isso era melhor do que ficar com Carlos. Ele teria me feito ir pra cama com ele, agora eu o odiava, me separou de Pablo mais uma vez. A escuridão não ajudava em nada, eu nem ao menos sabia a onde estava indo.
      Enquanto eu estava naquela casa pude descobrir que, Carlos era a terceira pessoa que estava no escritório do meu tio, foi ele quem mandou matar Pablo da primeira vez. E ele matou uma pessoa, quem era o Carlos de verdade? Ele não é nada do que pensei que ele fosse.
      Parei de andar, toquei meu rosto pra medir a temperatura, eu não conseguia mais andar, não tinha mais nenhuma força.
      Foi ai que vi ao longe um carro prata, uma caminhonete, estava tonto, a pessoa daquele carro podia me ajudar a voltar para casa. Mas meu corpo me traiu e eu cai desmaiado no chão de terra.

°°°

      Acordei e me assutei ao ver as paredes azuis, as cortinas bejes, os enfeites de parede. Eu estava no meu quarto. Isso me deixou feliz, não, muito mais que feliz, eu queria chorar pelo fato de ter conseguido voltar pra casa. Mas como consegui? Será que isso é um sonho? E quando eu acordar ainda vou estar amarrado no quarto escuro?
      Mas oque me fez acreditar que não era um sonho foi ver ele ali na minha poltrona dormindo tão sereno e calmo, era Pablo. Ele abriu os olhos e ao me ver acordado um enorme sorriso brotou nos lábios dele.

— Enfim você acordou. — Ele se levantou calmante da poltrona.

— Sim, essas horas me deixaram bem!

— Horas? Você ficou dormindo por dois dias.

— Oh dois dias? — Eu estava chocado.

— Calma Vítor, chamamos um médico e ele disse que você estava muito esgotado,você machucou seu rosto, deve ter batido seu em alguma pedra. — Toquei minha testa e senti uma leve dor. — Você vai ficar bem. — Ele sorriu e pegou minha mão.

— Como você me achou?

— Eu estava indo atrás daquele filho da mãe, sabia que ele estava fora da cidade. Mas eu te encontrei na estrada caído, fiquei desesperado mas você estava respirando.

— Ah. — Ele passou a mão no meu rosto. Fechei os olhos.

— Eu fiquei desesperado.

— Você não achou que eu tinha ido embora com Carlos não é?

— Não, em nenhum momento!

— Que bom. 

— O que ele fez com você? Vocês não...

— Claro que não, eu tive que fugir ou isso ia acontecer.

— E fugiu como?

      Contei tudo para Pablo, ele escutava e as vezes sua expressão mudava, raiva e compaixão era o que seus olhos demonstravam.

— Podia ter dado errado Vítor você tem noção disso?

— Eu sei mas não foi assim, tive sorte.

— O importante é que você está bem.

      Ele me beijou, seu beijo me trouxe a vida de novo. Passei minha mão sobre o pescoço dele e o puxei para mais perto. Ele se afastou lentamente.

— Durma você tem que descansar.

— Mas eu dormi por dois dias inteiros.

— Não seja teimoso e durma.

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