Capítulo 10

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Minha semana foi cansativa ao extremo. Era de casa para o trabalho, do trabalho pra casa. Eu estava exausta, nunca me esforcei tanto na minha vida e até que estava me saindo bem. Dois dias depois da minha briga com Aaron, ele pediu desculpas por ser tão irritante e por estar sendo um ciumento de merda. Ele diz que é só porque ele não quer que as pessoas pensem coisas. Claro, e eu acreditei demais.

Esse sábado está muito desanimado. Não tem nada que eu possa fazer. E eu queria me divertir um pouco. Resolvo ligar pra Ellie, faz um tempinho que não falo com ela. E estou com saudades.

Ligo para a mesma, que atende no terceiro toque.

- Quem é vivo sempre aparece. - Disse assim que atendeu.

- Estou com saudades. Minha vida está uma merda de tão chata. Eu não aguento mais trabalhar, essa vida não é pra mim. - Reclamo.

- Também sinto muito a sua falta Ems. Tá onde?

- Em casa.

- Tô indo aí ok?

- Ok.

Preparo um lanche, algo que eu saiba fazer. Claro que por pouco não sobra nada. Eu sempre faço alguma coisa e como mais do que faço. Coloco também pipoca no micro-ondas. Assim que fica pronta, coloco em duas caçarolas. E espero Ellie chegar.

Depois de 20 minutos, ouço a campainha. Corro pra abrir. Dou de cara com Ellie, não espero nem ela entrar, já pulo pra cima dela, dando um abraço apertado.

- Eu sei que você me ama Emma, mas não sabia que era tanto. - Debocha, tentando se equilibrar.

- Cala a boca e entra. - Ela entra e eu fecho a porta atrás de si.

Ela se joga no sofá.

- O que tem pra fazer aqui? - Pergunta.

Reviro os olhos.

- Se tivesse algo fazer você acha que eu estaria nesse tédio? Vamos assistir alguma coisa. - Olhei pra ela e suspirei.

- Educação mandou lembranças. - Reclama. - Pode ser né. É o que temos pra hoje. O que você quer ver?

- Quero uma coisa bem triste, pra eu desidratar. - Digo. - A culpa é das estrelas? - Sugiro.

- Não. Eu choro muito. - Diz.

- Ótimo. Então vai ser esse mesmo. - Rio.

- Você e essa mania de não ouvir ninguém. - Murmura.

Apenas dou de ombros.

- Pega a comida pra mim? - Peço.

Assente.

Ela vai buscar as coisas e eu alugo o filme. Vou no quarto e pego uns cobertores, jogo no sofá e espero.

Vejo a Ellie trazendo as coisas e coloca na mesinha do centro. Sento no sofá maior e ela senta perto de mim. Cubro as pernas com o cobertor e ela faz o mesmo.

- Cadê o Aaron? - Pergunta antes de eu apertar o play.

- Reunião com acionistas, eles estão desenvolvendo um projeto novo. - Reviro os olhos.

- Ah. E ele não deveria estar aqui pra te ver frágil quando você chorar? - Sorri torto.

Lanço uma almofada em sua direção e aperto o play.

[...]


Preciso dizer que a sala deve estar alagada com tanta lágrima minha e da Ellie? Não sei de onde sai tanta lágrima. Estou em prantos e eu não consigo segurar as lágrimas. É comovente, e só de lembrar o final eu sinto mais vontade de chorar. Um amor assim é tão bonito, pena que isso não existe na vida real.

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