CAPÍTULO 40: Xeque-Mate

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      Acordei no outro dia decidido, hoje tudo acabaria, eu ficaria novamente de frente com Katarina e um de nos dois não voltaria vivo. Eu estava esperando ela me ligar, ou me mandar uma mensagem. Pablo estava sentado na cama.

— O que vamos fazer?

— Não sei, eu estou esperando ela ligar. — Eu me levantei da cama e fui pra o banheiro.

— O que será que ela quer?

— Eu não sei, a única coisa que eu sei é que tenho que salvar Robert, eu devo isso a ele. — Pablo entrou no banheiro e ficou na porta.

— Me diga, vocês dois tiveram alguma coisa?

— Depende do que você fala em "ter alguma coisa".

— Não gostei disso. — Ele sorriu e me abraçou.

— Não tivemos nada muito sério.

— E quanto sério estamos falando? — Eu ri, ele ia querer saber de tudo.

— Bem, nos beijamos, muitas vezes. — Ele virou a cara e eu ri silênciosamente. — Mas ele nunca conseguiu superar você. — O abraçei. — Porém, você mereceu, me trocar por uma mulher, francamente.

— Ela me enganou.

— Filho não é motivo para você se casar com ninguém. — Ele se calou, acho que ele não ia conseguir se defender. Fiquei mais aflito com o silêncio, eu preferia que começassemos a discutir a ter que ficar no silêncio.

— Você está nervoso não é?

— Aflito, eu não aguento mais esperar aquela mulher me ligar.

— Ela vai ligar, eu vou lá embaixo arrumar algo para você comer. — Ele saiu do banheiro. E eu tomei banho. Sai do banho desanimado.

      Meu celular começou a tocar,e com a pressa de atender eu quase deixei ele cair no chão.

— Alô.
— Oi fofinho, estava me esperando?
— Sua ridícula, fala a onde está o Robert.
— Hmmm, não sei.
— OLHA AQUI SUA…
— Vamos manter a classe, vou dizer tudo que você tem que fazer. E pra começar, quero que você tire Pablo desse problema.
— Ok, Pablo já está fora.
— Ótimo, não chame a policia.
— Certo.
— Você conhece a antigo salão de dança que fica na saída da cidade?
— Sim,conheço.
— Venha pra cá. — Ela desligou o telefone.

      Me sentei na cama sem reação, eu tinha que fazer com que Pablo não fosse comigo, mas esse não é uma tarefa nada fácil.
      Me deitei na cama e fechei meus olhos, eu não tinha muito tempo, e eu não tinha nenhum plano.

— Você está bem?

— Bem? Pablo, você acha que estou bem?

— Desculpa. — Ele deixou a bandeija que trouxe nas mãos e colocou na mesinha. — Ela ligou?

— Não, eu ainda estou esperando. — Menti. Me senti mal por estar mentindo pra ele, porém, não tenho escolha.

— Tudo bem, eu vou tomar banho. — Ele se levantou e se despiu entrando no banheiro. Essa era a minha chance, a porta do banheiro tinha chave, e eu o tranquei lá dentro.

— Eu sinto muito.

— Que brincadeira é essa Vítor? Abre essa porta. — Ele estava nervoso, batendo na porta.

— Eu amo você.

      E sai do quarto, corri escada abaixo e quase cai, claro. Por sorte o carro de Pablo estava com a chave na ignição. Ele iria me matar, primeiro por ter trancado ele e depois ter roubado o carro.
      Enquanto eu estava dirigindo eu apenas pensava em uma forma de sair desse problema, vivo. Mas eu não tinha muita chance, eu estava desarmado, e com certeza Katarina não estava. Mas eu precisava salvar Robert, ele não tem nada a ver com essa história, e se eu salvasse ele então tudo vai ter valido a pena.

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