NELÚMBIO

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Esta coletânea tem 111 poemas por um motivo certo. Nada nela é por acaso ou impensado. Nenhuma palavra é a mais - ou a menos.

O somário, que é um sumário com somatória dos 111 poemas, vai invertido, e você vai lendo de frente para trás, que é para que só chegue ao final do livro quem quiser se aprofundar em mim (mas a verdade é que você pode ler em qualquer ordem).

Quando estiver lendo os poemas que considero noturnos, você provavelmente estará embarcando nas emoções mais sombrias e estranhas que já me assolaram. E é uma delícia, não é?

Para aqueles que puderem entrar na frequência do momento e sorver seu licor tal qual narcótico entorpecente, eu sei que será.

A cada poema, um prelúdio para reforçar ainda mais o instante, para aliviar a memória e lançar átimos de curiosidade autobibliográfica no leitor.

Tudo isso para que você possa se identificar com o personagem que quiser - aquela coruja soturna enviesada no telhado, forçando para enxergar dentro da casa; o voyeur que mira pela fechadura, com a ponta do nariz rubra e a testa gotejada de sal; a criança escondida embaixo da cama, com medo, mas com vontade de ver mais; o rato esquivo subindo pelas beiradas, sempre atento, sempre rápido, mas nem sempre triunfal.

Ou somente você mesmo, uma criatura como eu, abandonada à própria sorte de um mar diverso, onde ninguém explicou que para viver também seria preciso indagar. Ou será que não é preciso?

Mas vou indo que já me estendi muito, vejo o avançar das horas, sinto o repuxar nas costas - e ainda há ânsia por respostas.

Hum, sim, e quase que me esqueço - nelúmbio, e não prelúdio, porque o nelúmbio é radioativo e você já está infectado. Adeusinho!

Inflexões - Coletânea de 111 Poemas Noturnos de Amanda ReznorOnde histórias criam vida. Descubra agora