Carlos Eduardo fechou contrato. Será mesmo meu vizinho a partir do fim de semana. Vai ser engraçado vê-lo tendo de lavar a própria roupa e desentupir a própria privada. Vou gostar de tê-lo por perto. Diminui um pouco a solidão. Quem sabe a gente possa jantar juntos algumas vezes por semana? Como amigos, é claro.
Agora que eu soube que se interessa por meninas como a Milena, o que para ser sincera, é até bem óbvio uma vez que são farinha do mesmíssimo saco, tirei totalmente meu cavalinho da chuva.
Liguei foi para o Altair, meu negro lindo. Pena que caiu na caixa postal. Também, deveria ser altas horas lá na Alemanha. Tudo bem, quando ele visse a ligação retornaria. Eu precisava era investir mais nesse namoro que pelo menos me trazia algum benefício, ao invés de ficar imaginando coisas com o garoto do tigre de olhos azuis.
Peguei a sinopse da novela das nove. Não paravam de me ligar pedindo a resposta. Eu não conseguia me decidir. Daniela estava a ponto de me matar por conta disso. Mas eu só conseguia pensar que a personagem era mais do mesmo que eu vinha fazendo, que não me acrescentaria em nada. Porém, recusar uma protagonista era insensatez até para mim.
Resolvi dar uma chance ao texto. Comecei a ler a sinopse e descobri que minha personagem teria uma irmã quase da mesma idade: cadeirante. No morro. E sem perceber ao certo como começou a vontade, percebi que era essa a personagem que eu deveria fazer.
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Por Onde Andei
Ficção AdolescenteNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...