.capítulo único

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Talheres tilintavam, preenchendo o apartamento com os sons metálicos. Jongin admirava, em silêncio, o mais novo enquanto comia a comida que havia feito com tanto carinho.

— Você vai ficar secando meu macarrão desse jeito? — Perguntou, indignado, roubando o copo do namorado mesmo que ainda houvesse vinho em seu próprio.

— Vou.

— E eu posso saber o porquê?

Jongin sorriu, afrouxando sua gravata sem tirar os olhos do outro.

— Porque eu estou embriagado e gosto de ficar te olhando que nem um idiota. — Disse, repousando o queixo sobre uma de suas mãos. — E porque eu sou seu namorado, felizmente, então posso ficar te encarando até meus olhos se fecharem para sempre.

Sehun escondeu o rosto entre as mãos, rindo baixinho. Não estava envergonhado, muito pelo contrário — depois de um tempo convivendo com Kim Jongin, é normal ser bombardeado com essas nuances carinhosas do moreno —, gostava desse tipo de elogio. As mãos de Jongin cobriram as do outro, tirando-as da frente do rosto. Ambos sorriam um para o outro.

— Tudo bem se eu ficar te admirando para sempre?

— Você vai se cansar, Jongin. É muito tempo.

— Eu não me importo.

Suspirou, derrotado. Perder uma discussão dessas nem era tão ruim, afinal.

— Só se eu puder retribuir o olhar todas as vezes.

A voz aveludada de Jongin fazia um carinho na mente do outro, que fechou os olhos e sorriu, apertando a mão do moreno. Julgava que tê-lo ali era uma verdadeira dádiva.

Seus lábios selaram os dedos e mão de Jongin, passeando pelo pulso e logo em seguida dando um salto enorme até o maxilar deste. Não ligava para o fato de que tinha que se levantar para fazer aquilo, o esforço era mínimo quando o destino eram os lábios de seu namorado.

Deixaram completamente de lado a refeição e o vinho caro e Jongin se ocupou de acalentar o rapaz que agora estava sentado em seu colo com beijos e toques que poderiam perdurar uma noite inteira se possuíssem todo o fôlego do mundo.

O toque frenético do telefone de Jongin havia sido o suficiente para acordá-lo do sono leve, levando embora todos os seus sonhos. Os braços do namorado o envolviam e ele sentia a respiração dele batendo contra o próprio pescoço. Ele se levantou lentamente, da forma mais graciosa possível tentando não acordar Sehun, mas foi impossível devido ao corpo dele grudado ao próprio.

— O que foi? — Perguntou sonolento.

— Estou indo atender o telefone... não precisa se levantar. — Respondeu Jongin. — Pois não?

— Jongin? Eu preciso que você venha até aqui, imediatamente. — Falou um homem do outro lado da linha, o estresse na voz dele era evidente e o moreno revirou os olhos, era seu chefe.

— O que houve? — Tentou parecer o mais calmo possível.

— Taeyong não fez o trabalho corretamente, está tudo feito da maneira mais porca possível e eu só confio em você para consertar.

— É de extrema urgência? — Respondeu o rapaz, estava bravo por dentro, mas não podia transparecer isso em sua voz. Era incrível como seu chefe o tratava como um escravo, o obrigava a fazer tudo o que ele queria e infelizmente não podia contestar.

— Claro! Se não fosse, eu não te chamaria. — Respondeu aumentando o tom da voz.

— Tudo bem, daqui a alguns minutos eu chego aí. — E finalizou a ligação sentindo uma extrema vontade de quebrar aquele aparelho para descontar sua frustração, ele poderia descansar durante o resto da noite, com a pessoa que mais amava o abraçando e zelando pelo seu sono somente com a sua presença, mas teria que ir na madrugada trabalhar e consertar um erro que nem era dele.

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