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Abro os olhos e me apoio com os cotovelos quando sinto algo me atingir no braço esquerdo. Era East me dando leves chutes para que eu acordasse. Acabei caindo no sono embaixo do arbusto da vizinha - o famoso arbusto, que sofreu tanto na minha mão no decorrer do ano - e quando me dou conta o céu já está escurecendo.
Me seguro para não correr até a bike, para poder assistir o pôr do sol com Nestie Denvers. A realidade dói.
- O que diabos você está fazendo? - East pergunta como se eu tivesse algum tipo de doença - Que tipo de pessoa cochila no próprio jardim?
- Bom, pelo que parece, pessoas como eu - digo com os olhos ainda semicerrados do cochilo.
Ela dá de ombros e deita ao meu lado, observando junto comigo o céu rosa misturado com alaranjado.
- Qual é a sua pira de ficar observando o pôr do sol? - ela volta a perguntar, sendo totalmente irritante.
Penso em responder, porém paro para pensar. Por quê eu ainda tinha essa veneração ao pôr do sol? Quer dizer, tudo começou como desculpa para ver Nestie todos os dias, mas nunca vi nada de tão magnifico no ato, se não na própria garota de cabelos rosa. Agora, parecia totalmente sem sentido estar observando o céu escurecer. Na verdade, estou começando a questionar se fez algum sentido desde o início. Quando penso no pôr do sol agora, não vejo dança de cores nas sardas de ninguém, e sim dor. Dor de imaginar o que poderia ter sido. O que eu poderia ter feito para não dar errado.
Puxo o ar para meus pulmões e solto com tudo.
É complicado.
- Eu não sei - solto mais para mim do que para ela - Eu realmente não faço ideia.
- Então por quê insiste em ficar aqui?
- Porque parece que eu gosto de me machucar.
Estou ciente de que ela me observa, mas não viro para confirmar. Fecho os olhos e coloco os braços atrás da minha cabeça. Mesmo assim, posso sentir seu olhar cortante em minha direção, pretendendo ficar de olhos fechados até que parasse.
Não sei se eu aguentaria olhar para aqueles olhos verdes e preocupados.
- E quando você vai parar de se machucar? - sua voz é frágil com se segurasse o choro.
Ainda com os olhos fechados, levo minha mão até seu rosto e aperto seu nariz. Essa era minha forma de afeto. Minha forma de dizer "por favor não chore".
E eu não por quê, mas conto tudo.
Conto tudo sobre minha terrível vida amorosa para minha irmãzinha que vai fazer quinze anos daqui à três dias (que provavelmente tem relacionamentos bem mais agitados que os meus).
Não escondo detalhes. Desde o dia em que conheci Nestie Denvers, os avisos para que não me apaixonasse, sobre a ponte do High Man e de como eu me senti incrível com ela, até o dia em que ela estragou tudo.
Conto sobre cada sentimento, sobre cada medo, e sobre como eu havia sentido falta de me apaixonar. De como era estranho e dava um horrível frio na barriga. De como eu estava com medo e também de como isso resultou.
A faço escutar todas as reclamações, todos os xingamentos possíveis proferidos à Nestie Denvers. Como ela pôde fazer isso comigo? Eu repetia sem parar.
Depois de um silêncio desconfortável e de um longo suspiro vindo de East, ela finalmente se pronuncia:
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Não se Apaixone por Mim 🥀 - (Livro 01) DESVENTURAS DE UM CORAÇÃO PARTIDO
أدب المراهقين"- Não se apaixone por mim. Depois de um tempo olhando para a água, tomo coragem de perguntar. - Por quê? - Porque eu vou quebrar seu coração. Aquela frase... Sinto que já havia escutado aquela frase. - Eu não vou me apaixonar. Sua boca definitiv...