— Edward já está quase chegando, amor. - mamãe fala, enquanto estou terminando de me arrumar.
- Obrigada por me arranjar um noivo, mamãe. Sempre quis ganhar isso de presente de aniversário. - falo irônica.
- Eu sei que não está muito feliz com isso, querida. Mas, Edward vai ser muito bom pra você.
- Edward é um imbecil.
- Você nem o conhece, Renesmith. - mamãe rebate.
- Mas já trocamos mensagens. -retruco.
- Dê uma chance, Renesmith. Não só pra ele, mas pra você também. - mamãe fala, reviro os olhos indignada, perguntando-ne qual o problema dela. A campanhia toca e vejo mamãe saltitando até a porta.
- Boa noite, senhora Dayton. - ouço a voz que provavelmente pertence a Edward.
- Ah, querido, pode me chamar de Amélia. - mamãe fala, e chama Edward para entrar.
Tento não arregalar os olhos quando ele entra. Edward tem em torno de dois metros, fazendo qualquer detalhe da sala parecer pequeno e inútil demais perto dele. Fico assustada, sentindo-me minúscula e indefesa em comparação a ele. Vejo-o ajeitar seus emaranhados cabelos castanhos e finalmente me ver.
- Boa noite Renesmith. -Edward sorrir pra mim.
- Boa noite.
- Onde vocês vão jantar? - mamãe pergunta.
- No restaurante que eu comprei semana passada, foi um presente de aniversário para Ruivinea.
- Sua filha filha deve ser adorável. - mamãe fala e eu arregalo os olhos.
Filha?
- Ela é sim. -Edward concorda com um sorriso orgulhoso. - Vamos, Renesmith?
- Claro. - beijo a bochecha da minha mãe e segundos depois estamos no carro de Edward, em caminho do restaurante.
- Ruivinea tem quantos anos? -pergunto.
- Catorze anos, ela está louca para te conhecer.
- E você, tem quantos anos? - mordo o lábio inferior, ansiosa pela pela resposta. Por favor, tenha idade o suficiente pra ser velho demais e me fazer desistir. O olho pelo canto dos olhos e sei que Edward no máximo deve ter uns vinte e sete anos.
- Trinta anos. Quando Ruivinea nasceu eu tinha dezesseis. E você tem quantos anos? -Edward volta a olhar pra mim por um breve momento, antes de voltar a dirigir.
- vinte e quatro.
Edward estaciona o carro e entramos no restaurante. A recepcionista nos deseja boa noite e vemos uma garota de um metro e meio correndo até Edward.
- Papai. - ela o abraça e depois olha pra mim. - Você a trouxe. Renesmith, certo?
Ruivinea é loira, com cabelos que vai até a cintura, olhos azuis e vibrantes, que me lembram dos de Edward.
- Sim. E você deve ser Ruivinea, tem os olhos do seu pai. -falo, sendo recebida por um abraço.
- Obrigada. Sintam-se a vontade, eu vou...
- Não vai jantar conosco? - Edward a interrompe.
- Não papai, talvez mais tarde. James está na cozinha, finalmente o convenci de cozinhar comigo. Estamos fazendo bolo de limão.
- Quero um pedaço para sobremesa. -Edward fala, beijando a testa dela, que saí sorridente.
- Ruivinea cozinha? -pergunto me sentando.
- Sim, desde os nove anos. Vinho? -ele pergunta, olhando o cardápio.
- Sim. E você? O que faz da vida?
- Sou advogado, assumi a empresa da minha mãe quando ela morreu.
- Oh, sinto muito. - falo, enquanto ele pede vinho tinto.
- E o que você faz da vida? Trabalha? Faz faculdade?
- Não, eu não consegui entrar no curso que eu queria na faculdade. Eu sou voluntária a seis anos em um orfanato e trabalho meio expediente como assistente em uma editora.
- Que curso da faculdade você queria fazer?
- Advocacia também. - resmungo, enquanto servem o vinho.
- Se quiser, posso te colocar na faculdade em que me formei. - Edward bebe um pouco de vinho e me analisa.
- Sério? - sinto um calafrio pelo corpo todo, em estado de choque. — Eu... Eu adoraria.
Edward sorrir fraco pra mim e quando terminamos a primeira taça de vinho ele serve outra, pedimos frutos do mar com macarrão e na sobremesa Ruivinea e um garoto ruivo um pouco mais velho que ela se juntam a nós.
- Renesmith, esse é o meu namorado, James. - Ruivinea diz sorridente. - Amor, essa é a noiva do meu pai.
- Um prazer conhecê-la. - James me lança um sorriso tão sereno que me pego retribuindoo sorriso automaticamente, sem me dar conta.
- Está gostando do bolo, Renesmith? - Ruivinea pergunta com os olhos brilhando.
- Está maravilhoso, Ruivinea. -limpo minha boca com o guardanapo e sorrio pra ela. - Nem em outra encarnação eu conseguiria fazer algo assim.
Ruivinea rir e voltamos a comer o bolo em silêncio.
- E seus pais, James, como estão? - Edward pergunta quando acabamos de comer.
- Estão bem. Eles querem marcar um almoço para o próximo domingo, juntar nossas famílias.
- Uma ótima idéia.
- Que bom que gostou, papai. - Ruivinea fala e olha pra mim. - Você também pode ir, Renesmith.
- Obrigada pelo convite. No sábado vou escolher meu vestido de noiva, você quer ir comigo?
- Eu adoraria! - Ruivinea fala animada. - Assim eu escolho o meu também.
- Acho que está na hora de te levar pra casa. - Edward diz depois de olhar as horas. - Você vai com a gente, Ruivinea?
- Não, papai. Vou mais tarde, o motorista vem me buscar, não se preocupe.
- Juízo. - Edward beija a testa dela, antes da gente sair do restaurante.
- Sua filha é encantadora. - falo, quando entro no carro. Edward me olha e suspira fundo.
- Sei que sua família está precisando de dinheiro, Renesmith. E que é por isso que você está sentada aqui comigo.
- Sim, mas eu não sei o motivo de você estar aqui também e querer o casamento. - falo com sinceridade, não consigo pensar em nada que o beneficie nesse casamento.
- Ruivinea está crescendo e sinto que ela sente falta da mãe, de uma presença feminina para...
— Não, Edward. - o interrompo. - Não faça esse discurso. Você e Ruivinea pelo que pude ver, tem muita intimidade. Ela parece ser uma pessoa doce e maravilhosa. Tive a presença da minha mãe a minha vida inteira e te garanto que ficaria muito melhor com somente meu pai tomando conta de mim. Tenho muitos traumas por conta dela e fui criada com muitas limitações, para minha mãe sou uma mulher que necessita de um marido, não uma pessoa independente e suficiente pra sí mesma. Ruivinea não precisa de uma presença femina, como você diz. Precisa somente de alguém que a ame e a apoia, instruindo-a para que alcance qualquer coisa que queira, contanto que saiba ter bom senso para suas escolhas.
Vejo um sorriso de canto se formar no rosto de Edward.
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Infelizmente noiva.
RomanceCasar? Nunca esteve na minha lista de desejos. Sempre quis sair de casa, morar com amigas da faculdade e depois sair viajando pelo mundo, sem ter ninguém me esperando para que eu voltasse. Mas, infelizmente, nenhum item da minha lista de desejos foi...