– tchau querida, vamos sentir sua falta – disse minha mãe, me dando um último abraço.
Não me lembro muito bem do resto da despedida, acho que meu pai disse algo sobre ser responsável, enquanto eu o abraçava, e minha mãe disse para ter cuidado enquanto eu finalmente subia no ônibus.
O caminho até o acampamento foi tranquilo. Os outros adolescentes ficaram conversando e rindo enquanto eu colocava fones de ouvido e pegava meu skechtbook para fazer um desenho. Fiz um menino, que parecia ter uns cinco anos, de pé em frente à um lobo albino. O menino estava acariciando o animal, que era alguns centímetros mais alto que ele. Tanto o lobo quanto o menino pareciam admirados pela estranha criatura à sua frente.
O ônibus fez um barulho metálico ao frear. Havia estacionado em frente à um enorme portão de madeira, com uma placa logo acima dizendo "Bem vindos ao acampamento monte Olimpo".
Eu e os outros descemos do ônibus em uma fila direto para os portões, onde um funcionário estava checando o crachá de identificação que nos deram. Na metade do caminho alguém cutucou meu braço.
– Hã... Com licença? Você é a Patrícia? – Era um garoto de, provavelmente, 18 anos, com cabelo loiro e pele bronzeada. Seus olhos negros eram um contraste escuro no meio de tanto dourado, suas roupas, calça e tênis esportivos e a blusa branca do acampamento, o deixavam com um visual atlético. Não que ele precisasse das roupas para parecer um atleta, dava para ver que tinha um corpo bem fitness alí.
Fiquei paralisada por um momento, em parte porque estava impressionada com sua beleza, mas principalmente por estar confusa.
– P-Patrícia? – Fiquei com raiva de mim mesma por ter gaguejando, mas ele nem pareceu notar, em vez disso, deu um sorriso que pareceu meio envergonhado, que fez o meu coração parar uma batida. Foi um gesto tão fofo!
– Na verdade... eu sei que o seu nome não é Patrícia... ou talvez seja, eu não sei. É que eu meio que não tinha nada pra falar.
– Hã... certo... então porque não me perguntou como está o tempo? – Ele riu, uma risada curta e melodiosa.
– Sabe, eu achei que seria tipo mais uma daquelas conversas de elevador, então decidi inovar um pouco.
– Bem, pode apostar que ninguém tinha me perguntado se meu nome é Patrícia antes, então é realmente inovador. – Ele riu de novo, e eu tive vontade de fazer mais piadas só para ouvir aquele som de novo.
– Crachá? – Pediu o funcionário. Eu nem havia percebido que a fila havia chegado ao fim. Mostrei à ele a pequena placa de metal que estava pendurada na pulseira que eles me deram ao subir no ônibus. Nela estava escrito meu nome, o número da minha cabana, idade e o número de identificação. – você terá que ir para a fila das meninas, onde uma funcionária as levará às respectivas cabanas.
– Parece que eles separam meninas e meninos. Te vejo mais tarde?... Há e por sinal meu nome é Paulo, mas pode me chamar de Apolo.
– Apolo? Não é o nome daquele deus grego?
– Exatamente. Me procure mais tarde, minha cabana é a de número 22.
– Vou sim, a minha cabana é a de número 7. Se não me encontrar lá pergunte por Patrícia. – dessa vez sua risada foi mais linda ainda.
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O menino do acampamento de verão
Teen FictionTina é uma garota de 16 anos que poderia até ser dita como "comum", se não fosse por sua paixão pela natureza. Ela simplesmente não consegue ficar nem um fim de semana sequer sem ir acampar ou fazer trilha com os amigos. Imagina a sua alegria quando...