Em certos momentos da vida gosto de pensar que as pessoas são parecidas com furacões. Elas causam estrago por onde passam, dizendo o que pensam e fazendo o que acham certo.
Mas certas pessoas causam um estrago maior do que outras. O que falam e fazem machucam, deixando buracos negros em nossas almas e em algum momento o espírito da incerteza irá vagar por esses buracos, relembrando toda a dor sentida.
Esses furacões, no entanto, muitas vezes não sabem dos danos que causam. Acham que o quê falam são apenas brincadeiras e nunca, nunca mesmo, elas vão machucar alguém.
Durante anos carreguei os danos desses furacões. Aceitava esses buracos e nada dizia. O silêncio falava por mim. Cada xingamento, cada dúvida, me causavam incerteza. Me questionava se eu era normal; Se eu estava vivendo errado. Eu achava que eu era o problema.
Meus amigos se afastaram. Passei a não confiar em ninguém e todos os dias pedia a Deus que esse pesadelo passasse.
Em algum momento Deus ouviu as minhas preces.
Depois de algum tempo, conquistei o respeito que merecia. As pessoas passaram a me conhecer e a se aproximar, depois de todos esse anos. E encontrei neles, felicidade e amor, suficientes para preencher os meus buracos negros.
Só que a vida não é um conto de fadas, não foi e nunca vai ser.
O Furacão que mais me devastou, e ainda devasta, se aproximou no ano seguinte. Trouxe as minhas incertezas na bagagem e mais uma pá para remexer na minha alma ferida.
Enquanto escrevo esse texto olho para esse Furacão. Feliz, alegre e sorridente, nos braços de seu namorado. Não desejo nada de mal a ela, nem a ele, só queria que ela parasse.
Como uma pessoa que mal me conhece pode falar isso?
Por que ela faz isso comigo?
Quer se sentir superior?
O que se passa em sua mente?
Essas perguntas me rondam todos os dias e como todas as vezes, a resposta é o silêncio. Ele fala por mim.
Todos os dias um furacão passa por mim e causa destruição. Algum dia posso ficar totalmente negra e sumir na escuridão da noite.
Meu nome é Stephany França e a cada dia me encontro mais perto da rua da Amargura.