— Apareça, Brianna! Ninguém vai lhe fazer mal! Nós prometemos!
Apenas a voz de Clodagh se fazia ouvir na caverna, ressoada como de uma multidão.
— Essas galerias não levam a lugar algum, criança. Não há saída! Por favor, venha até nós!
Como não obtinha resposta, Clodagh fez um gesto com as mãos, pronunciando algo quase inaudível. Cobras surgiam de buracos nas paredes e espalharam-se pela caverna a mando da feiticeira.
— Brianna, é perigoso ficar sozinha! Venha, vamos cuidar de você! — era Fiona quem gritava enquanto esquadrinhava cada parte do túnel que percorria, com uma chama flutuando em sua mão direita.
Brianna estava completamente às cegas, apalpando uma parede úmida e cheia de musgos enquanto fugia das duas feiticeiras. Não podia ficar naquela caverna para sempre em hipótese alguma; precisava encontrar sua mãe; precisava encontrar Hy Brazil. Ouvia os ecos das duas chamando por ela, mas não podia retroceder. Apalpou uma entrada circular na parede e constatou que conseguiria passar por ela. Engatinhou na completa escuridão, esforçando-se ao máximo para não fazer nenhum barulho.
Ouviu novamente aquele som aterrorizante de barulho característico das cobras. Vinha da sua frente.
Começou a engatinhar de costas, cada vez mais rápido, à medida que a cobra também o fazia. Quando sentiu o pé saindo do pequeno túnel, um par de mãos a puxou para trás, pouco antes que uma cobra de cores vermelha, preta e amarela desse o bote no ar.
Brianna gritou.
— Calma, menina, calma, eu peguei você — disse Clodagh pondo-a no chão, mas segurando firme seu braço. — Nem todas as cobras aqui estão sob meu comando; o encantamento de cobras se restringe às cobras que comandei no momento do feitiço. E este lugar está cheio delas. Aranhas, escorpiões, lacraias e cobras. Não sobreviveria nem mais cinco minutos sem ajuda.
Brianna ficou imóvel, de cabeça baixa. Clodagh tinha razão, ela estava completamente perdida na escuridão; nem queria imaginar com que outros bichos poderia se deparar. Uma onda de tristeza tomou conta dela. Mamãe...
Fiona aproximou-se com a chama flutuando em sua mão. Sua expressão era de alívio.
— Vamos voltar para a gruta maior.
Brianna nada disse. Seus olhos começaram a transbordar lágrimas.
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Brianna e o Demônio [completo]
FantasyBrianna é a personificação da inocência. Com apenas sete anos de idade, acredita que as pessoas boas quando morrem viram borboletas e vão para o céu, e as ruins viram mariposas e vão para o inferno. Foi sua mãe quem contou a história. Sua mãe que s...