2. Vida nova

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Assim que volto para o quarto coloco a foto de Peter no criado-mudo. Faz cinco minutos que ele foi embora e eu já sinto tanta falta dele. É ridículo, mas o que eu não daria para estar em casa e fazer biscoitos agora. Fazer biscoitos me acalmam.
Resolvi ligar para Papai, mas o que ele pensaria? Que eu não conseguia passar nem a minha primeira noite sem dizer que queria ir pra casa? Porque eu queria.
Resolvo ligar para Chris. Não faço idéia de onde ela esteja ou se vai me atender mas, dependendo de Chris, tudo é possível.
Ela não atende, como esperado, por isso resolvo dar uma revisada no meu novo quarto.
Não é grande coisa, tem duas camas, duas escrivaninhas, dois armários, dois criados-mudos, luminárias, painéis, janelas, um frigobar, uma bancada e um banheiro literalmente minúsculo.
Minha colega de quarto chegaria no dia seguinte, sei que o nome dela é Clarissa e ela é Canadense.
Eu não sei como funciona esse tipo de coisa, eu devia deixar minhas coisas e esperar ela chegar e escolhermos na moeda qual cama é de quem? Será que ela se importaria se eu colocasse um forninho na bancada? Ela tinha muitos livros? As únicas vezes em que  dividíamos o quarto era quando íamos à praia. E mesmo assim eu não tinha que encaixar minha vida toda ali. Decidi por fim que como eu havia chego primeiro, ficaria com a cama da direita perto da janela.
Comecei a arrumar minhas coisas. Não que houvesse muito o que fazer ainda, papai fez questão de se certificar que tudo estava no mínimo aceitável antes de ir. Minha cama tinha um jogo de lençóis e edredons novos, rosa pêssego, presente da minha avó, almofadas, uma delas do  Darth Vader, presente de Kitty. Tive que dividir meu espaço, colocando metade da minha escrivaninha como penteadeira. Ajeitei o espelho, e minhas coisas.
No criado mudo eu coloquei alguns livros na parte de baixo, meu abajur em cima e ao lado, minha nova foto com Peter juntamente com minha caixa de chapéu.
Encontrei meus papéis de carta e coloquei-os na gaveta.
Na parede atrás da cabeceira da cama, fiz meu mural, que já havia preparado em casa, minhas fotos Polaroid, com Peter, com Margot, papai, Kitty, Josh, Chris, etc.
Luzes, comprei novas para levar. Fotos e mais fotos.
Quando acabei de colocar as roupas no armário eram nove da noite. Decidi comer alguma coisa mas a onde eu iria? Tomar sorvete de novo? Então, abri o frigobar e encontrei uma maçã, um suco de laranja e um sanduíche de peito de peru.
-Papai.- Eu penso alto.
Sinto tanta falta deles! Não gosto de ficar sozinha. Pego meu lanche e sento na cama. Fico olhando o movimento dos alunos lá em baixo, é um formigueiro de tanta gente.
Lá pelas dez horas eu tomo um banho, estou exausta, então tranco bem a porta e deixo uma das lâmpadas ambientes do quarto acesas lá em frente. Então pego o celular. Há uma mensagem de Peter, dizendo que chegou bem, seguida de uma foto dele com um saco de donuts de café. Sinto vontade de bater nele, por isso, mas acabo rindo da situação.
Antes de dormir mando uma mensagem para Papai dizendo que estou bem. Desligo o celular e fico olhando o céu escuro e brilhante de verão até pegar no sono.

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⏰ Última atualização: Oct 07, 2017 ⏰

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Para todo o sempre,Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora