Capítulo 8 - Fala Comigo

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Eu estava extremamente irritada comigo mesma, como não pude ver que a gasolina estava na reserva? Agora estou no meio do estacionamento com o carro que não quer ligar por falta de combustível, e o posto mais próximo fica há dez minutos daqui. A minha única solução era ligar para um guincho. E pra piorar esse momento, eu estava morrendo de fome.

- Ei Princesa! Com problemas aí?

A única pessoa que me chamava assim era o Finn, então eu nem precisava olhar para ele para saber com quem estava falando.

- Oi Finn.

- Sem gasolina de novo?

- Você fala como se isso fosse rotina.

Ele cruza os braços encostando-se ao carro.

- Semana passada foi à mesma coisa.

- Semana passada foi diferente, eu só achei que daria para chegar...

Semana passada eu estava muito atrasada como de costume, eu sabia que estava na reserva, mas resolvi arriscar, o resultado é que o carro parou no meio do caminho.

- Faz o seguinte... chama o táxi. Eu o levo para você depois.

- Tá tudo bem, eu ligo para o guincho - Peguei o celular na minha bolsa e procurei o número na agenda.

- Você que sempre precisa deles, já deveria saber o quanto eles demoram a chegar.

Nisso ele tinha razão, o serviço deles era muito demorado e se eu tivesse que esperar, só iria chegar em casa depois do almoço.

- Você faria esse favor por mim?

Fiz minha melhor cara de coitada, não que eu precisasse, porque Finn era o tipo de garoto que sempre estava disposto a ajudar alguém, na maioria das vezes esse alguém era eu. Pena que o problema lá em casa ele não conseguiria resolver.

- Eu passo no posto para pegar gasolina, volto aqui e depois levo o carro - Ele disse pegando a chave da minha mão - E não precisa me agradecer.

O problema é que em alguns momentos ele era muito convencido, mas ninguém é perfeito né?

- Obrigada Finn.

Antes de ir ele me olha e dá uma piscada e eu apenas sorrio em retribuição. Agora é só ligar para o táxi, que ao menos esse serviço costuma ser mais rápido.

Antes de ir embora, pedi ao taxista para fazer uma rápida parada no restaurante para que eu pudesse comprar o almoço. O cheiro da comida estava literalmente me matando de fome.

Ao chegar em casa e entrar pela porta principal, sinto o ar gelado tocar minha pele quente. Como de costume, a casa estava em seu completo silêncio e o único barulho que se podia ouvir, era do ar condicionado em sua temperatura ideal.

Levo as compras até a cozinha e amarro meu cabelo para ficar mais confortável ao arrumar a mesa para o almoço.

Não sei se era uma boa ideia subir e chamar a Raven para comer, provavelmente ela estava acompanhada por aquela coisa, então eu só torcia para que ela tivesse me ouvido chegar. Eu costumava ser alguém bem receptiva, não podia ver visitas em casa que eu já ficava em cima oferecendo o possível para que elas se sentissem a vontade, mas agora era diferente. Era como se eu me escondesse delas.

Cada dia que se passava me sentia tão distante da antiga Clarke que meu medo era de olhar no espelho e não me reconhecer.

Torcendo que Raven descesse para almoçar, sento-me à mesa e começo a me servir com a boca cheia de água.

Clarke + A-Lexa - ImpossibleOnde histórias criam vida. Descubra agora