"Amazônia, Brazil,
29 de Abril de 2009"
De: Oh Sehun
Para: Kim JongIn
Querido Joginnie, ainda tenho direito de chama-lo assim?
Bom, provavelmente, antes de receber isto, você estava se lamentando, não? Só espero que não esteja com raiva de mim e jogue esta carta fora antes de conhecer minha história e meus motivos.
Desde pequeno, Hyung, fui obrigado a controlar isso que tenho, para não correr o risco de machucar pessoas como você. E então como uma borboleta saindo forçadamente de seu casulo, fui mandado há uma cidade grande qualquer da Coreia, fui mandado até você, em Seul.
Lá, nas primeiras horas já tinha percebido que o mundo em que você vivia era completamente diferente do qual eu estava acostumado, fui colocado a inúmeras regras severas, muitas vezes sendo punido por não segui-las e não obedece-las, e essas regras, Hyung, proibiam pessoas como você, de serem quem realmente são, e foi nesse momento que percebi que deveria te proteger e te mostrar um pouco do meu mundo, e eu juro com todas as minhas forças, aqueles momentos foram inesquecíveis pra mim, eu te amei com todo o meu frio coração, você ocupa um grande espaço na minha mente, um espaço e um sentimento que eu nunca soube lidar, havia vezes que eu me preocupava mais com você do que comigo mesmo.
Humanos são cruéis, Hyung.
Eles nos impõem regras e nos obrigam a seguir um estereótipo onde todos são cópias perfeitas um dos outros, como robôs, sem nenhum direito de escolha. Você era uma dessas pessoas Hyung, e eu me senti no dever de te fazer feliz, pois eu te amo e espero que você entenda e me ame intensamente.
Você seguia religiosamente as regras impostas pela sua raça, JongIn, como se fosse errado ser livre, ou como se fosse crime, o que me faz pensar, que se eu não tivesse surgido em sua vida e virado tudo de cabeça para baixo, você seria uma das inúmeras imperfeitas máquinas escravas dos humanos?
Mas meu objetivo ao escrever esta carta não é ofender sua raça, é justificar meu sumiço, justificar o porquê de eu ter sumido e te abandonado no meio de uma madrugada aleatória te deixando no lugar horrível que é Seul.
Eu me senti preso.
Eu passei grande parte da minha vida correndo por entre as florestas, caçando em enormes bandos, pulando pelas árvores, nadando e me divertindo com quem me criou, minha "família", sentindo a adrenalina correr pelas minhas veias entre o meu sangue a cada nova caçada, somos livres, JongIn totalmente livres, de um jeito que, infelizmente, você nunca foi, mas eu dei o meu melhor para mostrar como vivemos por aqui.
Mas o que eu quero dizer, é que ser mandado há uma cidade grande, sendo colocado dentro de várias ordens severas, fez com que meu cérebro entrasse em conflito e um enorme peso foi jogado contra as minhas costas de uma só vez, afinal, trocar uma liberdade por um cubículo onde tenho que trabalhar pelo menos 16 horas por dia, não foi muito bom para as minhas condições mentais, a melhor parte do meu dia era quando eu te encontrava, Hyung, era a única parte do meu dia na qual eu conseguia sorrir e relaxar os meu ombros e a minha mente parava de se confundir para prestar atenção nas suas histórias e teorias sobre o espaço, que sempre foi o seu sonho.
Percebe como eu desvio do assunto e sempre acabo falando de você?
Eu acabei me descontrolando, eu machuquei pessoas, destruí vidas, deixei minhas frustrações serem descontadas em pessoas inocentes, derramei sangue, e fui embora, culpado, por ser um monstro e viver na presença constante de um anjo como você.
Foi em meio a pensamentos vagos, que decidi voltar ao lugar que sempre pertenci, lugar o qual eu nunca deveria ter saido.
Eu sinto muito, Hyung.
Hunnie
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Run
FanfictionEu me apaixonei por você de modo muito rápido JongIn, mas o mundo em que você vivia destruía minha mente, e eu não pude estar aí por você.