Eu te odeio, Park Jimin, porque você me faz sentir assim.
Era inverno, quinta-feira. Recesso escolar. Um simples "Vem dormir aqui em casa? Estou com saudades." foi tudo que eu precisava para deixar minha semana melhor. Não havia feito nada, dormi muito mais do que seria considerado saudável, então sair com alguém me deixaria respirar melhor. Me sentir normal.
Jeong Hoseok era um amigo, o conheci com uns três anos de idade, e ele tinha um espaço especial no meu coração. Ele era extremamente exagerado, e às vezes chegava a ser irritante, mas o sorriso dele era radiante, e mesmo sendo chato para caralho, ele deixava meus dias melhores. Me fazia rir como ninguém, e eu podia ser quem quisesse com ele, porque ele não se importava.
E o melhor: ele gostava tanto de beber quanto eu.
Eu sei, isso soa demasiado ruim, já que eu tinha só dezesseis, e ele, quinze, mas éramos jovens, e jovens fazem coisas ruins, certo?
Cheguei na casa dele perto das cinco horas da tarde, e ele tinha um amigo com ele em casa. O nome deste não era relevante, então o deixarei de fora.
Lá, uma única frase já foi suficiente. "Meu, Yoongi, você não tá a fim de sair com a gente? Vamos sair pra beber."
A resposta era óbvia. Sim, eu estava a fim, eu sempre estava a fim. No final o amigo dele não conseguiu levar-nos junto, então eu acabei por conseguir outra casa para irmos eu e Hoseok. A casa de um amigo, Jeongguk. Acabei por convidar Namjoon – meu melhor amigo, que sempre fazia tudo comigo. Todas as festas que ele ia, eu ia, e vice-versa. Assim como eu, Namjoon tinha uma tendência a virar alcoólatra. Ele era o melhor parceiro para festas.
Todavia tudo mudou no dia em que nos beijamos. Duas vezes. Eu não sei, talvez eu seja muito insensível, porque, pra mim, aqueles beijos não significaram absolutamente nada. Na verdade, eles foram tão insignificantes para mim que eu nem me lembrava mais de como havia sido beijá-lo, mas ele se sentiu extremamente mal depois. Primeiramente, porque ele percebeu que fica completamente fora de si quando bebe. Segundamente, porque ele percebeu que ele nunca se lembra das coisas no dia seguinte(eu tive que contá-lo). Terceiramente, porque, mesmo não tendo nada oficial com Kim Seokjin, o mesmo ficou muito chateado consigo, e os dois acabaram brigando por conta dos beijos que eu dei no meu melhor amigo. Arrisco dizer que eu inclusive estragueium pouco o romance que os dois tinham.
Mas, sabe, eu devo ser uma pessoa horrível, porque nada disso me atingiu. Nada disso me mudou, em nada, em nenhum aspecto sequer. Eu não me importei de tê-lo beijado, eu não me importei de tê-los feito brigar. Eu não me importei de Namjoon querer me bater depois disso. Até porque ele também quis. Inclusive,foi ele quem pediu.
Contudo, tudo isso já havia passado há muito tempo, e agora, estávamos bem. Tudo que ele fez foi me fazer prometer que não o beijaria, não importasse o que acontecesse ou o quanto ele implorasse. Como o maravilhoso amigo que sou, é claro que eu prometi.
Começamos a beber. Eu não sei quando exatamente comecei a caminhar torto, mas eu sei que eu acabei contando toda a minha vida para eles. Contei sobre tudo, sobre a época em que acreditei ter uma quedinha por Jeongguk, sobre a época em que eu pensava amar Namjoon. Tudo. Eles escutaram e depois esqueceram – e foi até melhor assim.
Depois de um tempo conseguimos arrancar de Jeongguk que ele era bissexual. Nunca havia nem passado pela minha cabeça a possibilidade disto acontecer. Para mim, ele sempre foi hétero, e nada poderia mudar isso. Ele estava namorando com a minha melhor amiga naquela época, e isso me fez esquecer que ele já havia tido um tipo de romance com um amigo nosso. O relacionamento dele com a minha melhor amiga já havia feito um aniversário de dois anos, e eu os admirava tanto por isso – por conseguirem manter-se, por conseguirem amar-se por tanto tempo.
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.eu te odeio, park jimin
Fanfiction• da série: inspirada na minha vida de merda • Depois do episódio com Taehyung, quando foi a primeira vez que beijei um garoto, as coisas melhoraram, minha vida ficou mais divertida, e eu finalmente pude admitir para mim mesmo que eu era um adolesce...