Cap 49 | O torneio

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Após dias de luto, em fim chegou o grande dia. O dia em que todos os mais valorosos e destemidos guerreiros de Verdejante iriam disputar entre si pela mão da princesa Cristal. Pedro estava confiante, como sempre. Nada o abalava. Ele tinha plena consciência de que treinara muito e estava mais que preparado para vencer e ficar com a moça que ele amava. E iria fazer o que estivesse ao seu alcance para ganhar esse torneio.

Cristal estava uma pilha de nervos, Laune tentava acalmá-la em vão. Mesmo sabendo que seu amado era valente e forte, e tinha capacidade de sair vitorioso e salvá-la, ainda sim, uma insegurança afligia-lhe a alma.

- Cristal, Pela Juba do Leão, acalme-se! - Laune implorava.

- Cunhada, estou quase tendo uma crise de ansiedade! - a princesa andava de um lado para o outro, em seu quarto.

Estavam apenas ela e Laune.

- Desse jeito você vai fazer um buraco no chão! - sua cunhada tentava fazer-lhe ficar quieta.

- E se ele não conseguir? Laune, por Aslam, ele tem que conseguir! Mas e se der tudo errado, eu não posso nem imaginar! Pedro tem que ganhar esse torneio maldito, só aceito me casar se for com ele! Você sabe quantos guerreiros conseguiram passar pelos testes de aprovação para participar?

- São 78 guerreiros, ao todo. - Laune respondeu, mordendo o lábio ao ver a expressão de angústia de Cristal.

- Isso vai durar o dia todo! - Cristal caiu em sua cama, com o rosto afundado no travesseiro, visivelmente tendo um ataque de nervos.

Sua cunhada estava pensando seriamente e amarra-la e amordaça-la, caso ela não parasse com o chilique.

- Chega, Cristal! Você não confia no Grande Rei?

- Claro que confio! - ela confiava, mas o problema é que Cristal era muito insegura.

- Então para de insegurança!

Cristal ficou olhando para Laune por cinco segundos, e desabou sobre a cama de novo.

- Eu quero fugir daqui. - começou chorar como uma criança birrenta.

Laune revirou os olhos, a princesa precisava de um calmante.

***

Pedro já estava no local onde aconteceria o torneio, havia chegado cedo para fazer uns alongamentos. Por onde ele passava, as pessoas se curvavam. Os outros competidores estavam se sentindo intimidados por ele, menos Duque Leafar.

- Vossa Majestade Imperial vai mesmo competir! - exclamou o duque, aproximando-se de Pedro.

- Você ainda tinha alguma dúvida, nobre duque? - Pedro apenas o olhou por cima do ombro.

- Está muito confiante, Grande Rei.

Pedro virou-se para encará-lo com um sorriso sutil.

- Um guerreiro tem sempre que estar confiante. Por acaso, você não está?

Leafar desfez o sorriso debochado e assumiu uma expressão sombria.

- Estou, é claro que estou. - respondeu, sentindo o ódio tomar conta de cada uma de suas entranhas.

- Pois que vença o melhor. - Pedro virou-se para conferir seus materiais.

- É o que veremos. - o duque sussurrou e saiu.

Leafar sabia muito bem que Pedro possuia enormes chances de ganhar, não que subestimasse a própria habilidade, ele era um dos melhores guerreiros de Verdejante, se não o melhor. Mas para ele, era sempre melhor prevenir. E era isso que ele iria fazer.

Livro 1 As Crônicas De Nárnia - Aslam Os UniuOnde histórias criam vida. Descubra agora