Capítulo Único

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Um som de frustração escapou dos lábios de Lily ao entrar em casa e não conseguir ligar as luzes. A princípio pensou que a lâmpada havia queimado, mas de acordo com a vizinha da frente que vivia na janela fazendo fofocas, a energia de toda a rua havia caído e não tinha previsão para voltar.

Ótimo. Aquilo era tudo o que Lily precisava para fechar o dia com chave de ouro.

Depois de flagrar Amos Diggory, seu namorado, aos amassos com Emmeline Vance em frente ao seu local de trabalho, ela enlouquecera completamente. A raiva que sentiu dele foi tamanha que perdeu completamente o controle, avançou neles e deu uma surra no cretino que no dia anterior fazia planos para o futuro de ambos. Emmeline acabou apanhando também por tentar defender o canalha, Lily não tinha intenção de bater nela, até porque o único comprometido ali era Amos, mas já que ela decidiu interferir e defendê-lo, Lily não foi capaz de controlar sua raiva.

Os três foram parar no hospital.

Horas se passaram para que ela fosse atendida, apenas para fazer um curativo em seu joelho e um em sua bochecha, o que a deixou terrivelmente irritada, poderia fazer aquilo em casa, afinal.

Então no caminho de volta para casa, atropelou um servo que havia surgido de Deus-sabe-de-onde e foi obrigada a parar para prestar socorro ao animal que graças aos céus não havia se ferido gravemente, apenas enterrou seu chifre em uma árvore podre, que Lily passou quase uma hora tentando tirar. Mas, o animal resolveu agradecer dando um coice em Lily que caiu de costas na terra úmida.

Lily não sabia como sua vida poderia piorar naquele dia. Mas é claro que ela podia, aliás, ela era Lily Evans e aquela era uma sexta-feira 13.

Parada ali na entrada da porta, ela não sabia se entrava na casa completamente escura ou ficava ali pensando em como sua vida havia se tornado uma merda em menos de vinte e quatro horas. Como a vizinha fofoqueira havia voltado para dentro de sua própria casa, decidiu fazer o mesmo, não seria sensato ficar para o lado de fora quando toda a vizinhança estava no escuro, poderia ser perigoso. E contando com a sorte de Lily, um serial killer poderia estar naquele exato momento a observando.

Mas ao fechar a porta atrás de si e se deparar com a completa escuridão, Lily gemeu em frustração. Tudo o que queria depois daquele dia insano era tomar um banho quente e tirar qualquer vestígio de sangue e terra de seu corpo. O que seria impossível já que estava sem energia, e como estava frio não podia se arriscar a congelar embaixo do chuveiro.

Céus, por que nada era fácil pra Lily?

Como se não bastasse toda aquele desastre que acontecera desde que decidiu abrir os olhos aquela manhã, Lily ouviu um barulho estranho vindo do andar de cima da casa.

Ficou imediatamente em alerta, com o coração palpitando no peito. Seus pais estavam viajando para comemorar seus vinte e cinco anos de casados, Petunia estava na casa de Vernon e ela deveria estar sozinha. Então o que estava produzindo aquele barulho?

Deu um pulo quando o barulho voltou ainda mais alta do que antes. Definitivamente havia alguém na casa. Estava prestes a perguntar quem era, quando se lembrou de todos os filmes de terror que assistira, amaldiçoando até os antepassados de Marlene McKinnon, que muitas vezes a obrigara a assistir aquele gênero de filmes, ela respirou fundo e deu um passo a frente.

Pegou o celular em seu bolso, então percebeu que a tela estava rachada, provavelmente efeito do coice do animalzinho indefeso que ela tentara ajudar depois de atropela-lo.

— Mas que merda... — resmungou e soltou um palavrão, tão horrível que sua mãe a deixaria de castigo até que ela completasse seus trinta anos, ao perceber que sua bateria havia acabado.

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⏰ Última atualização: Oct 13, 2017 ⏰

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