Prólogo.

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A garota estava bem acomodada na cama, curtindo de seu sono tranquilo e gostoso. Mas logo acordou-se com o barulho alto de vidros quebrando.

Levantou-se rapidamente e colocou uma roupa qualquer para ir a sala ver oque estava acontecendo.

Será que era um ladrão? Oque faria?

Mas quando enfim chegou a sala impressionou-se com o cenário de destruição que a sala de sua casa se encontrava. Os jarros ornamentais, espelhos, e aparelhos eletrônicos estavam todos destruídos. Além de um dos sofás estar completamente rasgado.

A morena não sentiu surpresa alguma quando avistou seu pai ajoelhado num canto da sala em frente a um pequeno altar onde ficava a imagem de nossa senhora de Fátima, tão apreciada por sua amada mãe.

Nas mãos de seu pai estava um retrato onde estavam ela, sua mãe e ele, todos com sorrisos largos e felizes num dia bonito de sol.

Shirley notou também que ao lado do pai estava uma garrafa quase vazia de vodka, logo deduziu que seu pai estava bêbado, de novo.

Essa situação vinha acontecendo desde que sua mãe estava internada após um acidente de carro, lutando pela vida. Enquanto isso seu pai se afundava mais e mais no álcool.

E Shirley se desdobrava para estudar, cuidar da casa e, nas horas vagas, fazer algo para que conseguisse algum dinheiro para comer.

Bufou e se aproximou de seu pai.

Abaixou-se na altura dele e tocou-lhe o ombro.

- Pai, oque aconteceu...? - Ela perguntou temerosa.

- Sua mãe Shirley, ela... - Seu pai respondeu com a voz embargada, mas não completou a frase devido a uma onda de choro.

Shirley teve uma sensação estranha, não sabia o motivo de estar com aquela sensação desconhecida e incômoda.

- Oque tem a mãe, pai? - Perguntou

- Ela morreu, minha filha. Estive hoje no hospital para vê-la e o médico me contou... - Disse seu pai, ele chorava e a garota percebeu que aquilo não era delírios causados pelo álcool, aliás, contrariando seu pensamento anterior, ele estava totalmente sóbrio.

- Não pai, diz que isso é mentira. Por favor... - Ela pediu chorando.

Não podia ser. Sua mãe, seu porto seguro estava morta. Precisava ver com seus próprios olhos.

Levantou-se e foi no quarto para pegar um casaco qualquer e uma bolsinha que continha algum dinheiro.

Passou rápido pela sala, mas quando estava próxima a porta seu pai a chamou.

- Onde você vai?

- Vou ao hospital, preciso vê-la com meus próprios olhos... - Disse com a voz um pouco embargada.

Logo abriu a porta e deu as costas a seu pai, pouco se importando se ele iria ou não acompanhá-la. Fazia um bom tempo que a morena não sabia oque era ter um pai ao lado.

E não era hoje que ela acreditava que teria.

Caminhou por entre algumas esquinas quase desertas até encontrar um ponto de táxi, sinalizando para o homem que estava encostado ao carro.

Shirley estava próxima ao carro quando avistou seu pai na esquina, ele estava com o rosto molhado, como se tivesse passado um punhado de água no rosto a fim de aparentar que não havia bebido.

- Oque está fazendo? - Ela perguntou, observando seu pai entrar no táxi.

- Não vou deixar você ir sozinha...

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