Cativa

Face a face

"... Você percebe o perigo que está correndo, quando ele enfrenta um rosto contigo ..." Sue. Cativa

-Desde muito cedo, a jovem herdeira da segunda maior e mais influente família sul coreana, foi capacitada para ser uma boaesposa. Uma esposa que lavaria, passaria, cozinharia e seria um exemplo de senhora do lar e mãe. Era esse o seu destino, eraisso que sua mãe planejava para sua vida, e não havia ninguém que pudesse mudar tal decisão. A jovem era tão submissa àsvontades de sua mãe, que ninguém via seu rosto, o qual estava sempre coberto por um longo véu de renda pura, a mais cara daregião. Ninguém, absolutamente, ninguém, apenas sua mãe, seu pai, e duas seletas serviçais, que eram expressamente proibidasde comentar sobre a face de vossa senhorinha. Sua mãe quem penteava seus cabelos todas as noites, e a obrigava a rezar umrosário inteiro. Era essa a sua rotina diária até que surgisse um bom casamento, porém, se o mesmo não aparecesse, a garotaseria mandada para um convento, onde se faria freira até o dia da sua morte.

É, talvez uma vida religiosa, ou uma dedicada totalmente à vontade e um conforto de alguém, não é tão fácil, mas a garota não ambicionava tais destinos. Ela queria estudar, viajar, se tornar uma professora e educar como crianças pobres, que não é acesso à boa educação. Era um desejo nobre, mas que só se mantêm em seus pensamentos. Se tornasse audíveis suas querades, sua mãe e estapearia e castigaria de diversas formas. Não existe o que ser feito, era apenas aceito pelo destino e morrer infeliz.

- Querida, se vista de forma apropriada. Hoje tememos convidados ilustres para o jantar. - De cenho franzido, uma menina questionou silenciosamente a sua mãe, que estava visivelmente animada. -Se tudo correr como eu e vosso pai planejamos, essa noite entregaemos a tua mão ao jovem Park.

Está bem, minha mãe. -Mesmo com uma vontade insana de gritar aos quatro ventos que não se casaria e que tudo aquilo não é passivo de loucura, uma menina optou por assentir e virar-se para o espelho, onde contempla uma beleza do seu olhar, o qual tinha um fundo triste mas que continuamente ostentando uma pureza de tirar o fôlego.

- Vou mandar Tereza vir te ajudar com seu vestido. - Valquíria, mãe da jovem menina, se retirou dos aposentos da mesma e desceu como longas escadas indo para uma cozinha, onde ordens para que se passem outros servos fossem até os aposentos da herdeira para auxilia-la.

Com as ordens dadas, uma mulher retornou ao escritório de vosso esposo, o coronel mais temido da região, título que Olavo conquistou pouco tempo depois de fazer fortuna em terras orientais, fortuna conquistada via plantação de algodão. - Querido, posso entrar? - Pedindo permissão de forma calma, uma senhora com sua entrada aceita e não demorou a encontrar vosso esposo sentado na cadeira de couro marrom, acompanhada por uma dose de uísque. -Já avisei a nossa filha que teremos visitas.

- Como ela reagiu? - Perguntou, simplório.

-Calmamente. Eu eduquei muito bem a nossa filha, meu senhor. - O homem de cabelos claros e rosto coberto por barba em mesma cor, sorriu.

-Errado, minha senhora, vosmicê ensinastes a nossa filha, uma serra submissa, uma garota medíocre que me irrita profundamente. Nem parece que naquelas veias queima o meu sangue

- Valquíria negou e caminhou até o coronel, que acompanhou os movimentos da senhora. -Meu senhor, é assim que uma boa esposa deve ser.

Prefere que a nossa filha se torne uma mulher indomável e chula? Eu quero que ela seja uma dama respeitável e doce, tão doce como o mais puro mel.

- O coronel estalou os lábios em desgosto e se colocou de pé. -Sabes que eu nunca aprovei este tipo de educação para a nossa filha. Ela é a nossa única herdeira. Achas que eu gostaria que o meu futuro genro a pusesse um cabresto e no final das contas tomasse tudo que a pertence? Esse é um grande risco. - A senhora assentiu e permaneceu em silêncio.