─ Quero começar esta conversa dizendo que eu não confio em você. – Depois de falar com o Kadu, criei coragem e liguei para a minha mãe. Ela atendeu na primeira chamada e, apesar do que eu disse, não parecia chateada.
─ Eu te entendo, meu amor. – Ela segurava minhas mãos e as enchia de beijos. A atitude me causava certa repulsa, parecia forçada demais. – Só de você estar aqui, conversando comigo. Eu já me sinto realizada. Senti tanto a sua falta.
─ Resolvi, em memória da minha avó, dar uma chance para nós duas. – Eu tentava manter a distância, mas a verdade é que também senti demais a falta dela. A gente marcou de se encontrar num barzinho arrumadinho da comunidade, pois nem eu tinha coragem de ir onde ela estava morando agora, nem a queria bem alojada na minha casa ainda. – Mas acho que precisamos ir bem devagar com isso aqui...
─ Não faz mal, Bruninha. Um passo de cada vez. – Ela sorriu. – Cedo ou tarde, eu vou provar para você que eu mudei. Enquanto isso, deixa eu cuidar de você. Deixa?
Combinamos de nos encontrar uma vez por semana para começar. E eu não posso negar, fiquei muito satisfeita de não mais me sentir tão sozinha no mundo.
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Por Onde Andei
Teen FictionNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...