BARCO SEM RUMO
Eu me encontro perdida
Com os cabelos longos bagunçados
Nas confusas águas da vida
Perdida e consumida pela névoa fria e esquecida
O barco flutua sobre as águas calmas
Mas que escondem a profundeza da minha alma
Quem me olha, não me entende
Somente me vê
Mas não repara no espelho a sua frente
Localizado nos meus olhos verdes
Que escondem o que eu quero tanto esquecer
O barco balança e me assusta
Tenho medo de cair
Afogar-me nas águas geladas
Que podem me ferir
Eu não sei nadar
Nem remar
Só continuo em cima do barco
Esperando a maré me carregar
Tudo parece tranquilo
Calmo até demais
E quando o silêncio me consome
Eu esqueço que ao meu redor
Existe algo mais
É inebriante essa sensação
De puro esquecimento na solidão
Não há pássaros
Nem há terra
Não há ninguém
A minha espera
Talvez esse seja o meu destino
Esquecida na névoa de um mar sem fim
Abraçando a mim mesma com medo da escuridão
Envolvida no silêncio de um pequeno barco
Sem nenhuma opção
Que isso tudo seja efêmero
Que logo eu encontre um lar
Ademais, eu espero me encontrar
Acalantar minha alma e meu coração
Em suma,
Espero encontrar uma razão
Para que eu possa em fim, ser feliz
- Daniela Quédina
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Para Lugar Nenhum
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