Ashes of a Broken Life

Capítulo III

Sangue... morte... melancolia.

Estava tudo ensanguentado por onde Baekhyun andava, mas o líquido viscoso e escuro no chão parecia indicar um caminho desconhecido, no qual o garoto decidiu seguir. Aquele lugar fedia à morte, era escuro, mas não ao ponto de não conseguir enxergar nada.

O caminho feito com sangue chegou ao seu fim em uma sala silenciosa, mas que parecia abafar gritos de pessoas agoniadas e torturadas. Byun andou pela sala, até avistar uma mesa feita de mármore, ao se aproximar, ficou horrorizado, era Sehun. Como no último sonho que teve, o garoto estava em perfeitas condições, porém, morto. De repente, o menor sentiu algo agarrar seu braço, eram as mãos gélidas de seu amado, quando fitou o rosto pálido do garoto, testemunhou o mesmo abrir os olhos, negros e brilhantes, mas totalmente sem vida.

Baekhyun tentou gritar, mas não conseguiu, algo fazia sua voz travar na garganta, bateu no braço do mais novo na tentativa de se soltar, no entanto foi em vão. Viu os lábios do ex namorado se mexerem lentamente e emitirem palavras inconfundíveis:

"Você irá se arrepender."

E a escuridão tomou conta do lugar.

Baekhyun gritou no mesmo momento que abriu rapidamente os olhos, com o coração acelerado tentou regular sua respiração, que há momentos atrás não havia percebido que estava ofegante, suspirou aliviado e deduziu por si só: Foi apenas um pesadelo.

Porém era mais real do que todos os pesadelos anteriores.

Sua cabeça doía levemente e sua memória estava vaga. Sentou-se no sofá que não se lembrava ter caminhado e se deitado, e olhou ao redor, chegando em uma conclusão: aquela não era sua casa.

- Olha só, a bela adormecida finalmente acordou. - a voz de Jongin ecoou pela sala enquanto ele andava na direção do menor.

E foi então que a memória de Byun ficou clara. Ele não estava se sentindo bem e acabou desmaiando enquanto saía da entrevista que teve com Kim.

- Que lugar é esse? - perguntou, olhando ao redor até focar no moreno.

- Minha casa. Não achei que seria educado da minha parte te deixar jogado no escritório.

- Poderia apenas ter me levado para o hospital...

- Você gosta do ar hospitalar?

- Não... na verdade, eu odeio hospitais.

- Então, de nada. Te trouxe aqui para que ficasse mais confortável.

Baekhyun ficou de pé rapidamente e se curvou na frente do mais alto.

- Me desculpe incomodar! Já estou indo para casa.

O menor endireitou a coluna e Jongin o fitou de uma forma que Baekhyun se sentiu nu, parecia que o mais alto podia despir sua alma apenas com aquele olhar. Fraquejou por um momento, porém o encarou da mesma maneira.

- Por que não fica aqui por essa noite? Assim, caso tenha outro mal estar, eu poderei te ajudar. - aquele olhar ainda permanecia ali, intacto.

- N-não precisa! - gaguejou um pouco e se sentiu envergonhado - Eu iria apenas te atrapalhar, mas obrigado pela oferta.

- Baekhyun, se você me atrapalhasse eu não me daria o trabalho de cuidar de você.

Então era isso, Byun notou que havia leves olheiras em Jongin, será que estava preocupado com ele? Não, não, isso não era possível.

- Corpos humanos são tão frágeis. - falou baixinho, não desviando o olhar do menor e suspirando.

O silêncio pairou sobre aquela sala de estar, a luz da lua ainda invadia o lugar, deixando o clima um tanto quanto estranho. Ao longe, o som de um "tic-tac" era possível de se ouvir, aquilo fazia o mais velho ficar inquieto.