Capítulo 10 - Segunda Chance

624 59 22
                                    




    Não sinto dor, não sinto frio e nem o meu corpo pesa como antes. Será que o remédio fez efeito ou estou sonhando? Ainda de olhos fechados tento aproveitar cada segundo, é raro me sentir assim, poderia ficar aqui por dias.

    Abro os olhos vagarosamente, mas a luz do ambiente incomoda minha vista fazendo com que eu volte a fechá-los. Sinto alguém segurar minha mão esquerda, mas a claridade me impede de ver quem é. Tento mais uma vez e agora com a vista um pouco embaçada, vejo alguém conhecido.

- Eii querida! Que bom que acordou.

    Minha mãe aparentava estar feliz em me ver, mas porque ela estava chorando?

- Onde estou? – Busco olhar para cada canto daquele quarto, mas não consigo reconhecer.

- Você está bem agora – Ela enxuga suas lágrimas e passa à mão em meu rosto – Você só precisa descansar.

    Sentia-me bem, diria até que uma nova pessoa. O que estava começando a me preocupar era ver minha mãe chorando.

    Sinto uma leve dor no braço direito, procuro ver o que a causava e me deparo com uma agulha injetada em minha veia. Mas que diabos está acontecendo? Tento reorganizar minhas lembranças e aos poucos tudo vai fazendo sentido. Um ambiente claro, minha mãe estava chorando ao meu lado e agora uma agulha em meu braço.

- Mãe... O que aconteceu comigo? – Pergunto em desespero. Se eu estava aqui em um hospital, nada de bom poderia ter acontecido. Só de pensar no pior, meus olhos começam a lacrimejar – Fala. Por que estou aqui?

    Ela se levanta e solta a minha mão. Dirige-se até o soro e começa a mexer nele.

- Você precisa ficar calma e descansar mais, ok?

- Tudo bem Dra. Abby? - Vejo a enfermeira passar pela porta e falar com minha mãe, provavelmente deve ter ouvido minha agitação – Se quiser eu fico aqui com ela até voltar a dormir.

    Não. Eu não precisava dormir, só precisava saber a verdade, mesmo que ninguém quisesse me contar. Só não aceitaria o fato de estar aqui por causa dos remédios, isso não. Vejo minha mãe assentir com a cabeça e olhar para mim com um dos olhares mais tristes que eu já vi em seu rosto. Mas antes que ela saísse do quarto, vejo Alexa aparecer em sua frente.

- O que aconteceu?

Ela tenta entrar para me ver, mas minha mãe a segura.

- Vamos Alexa, ela está em estado de choque.

- Mas ela vai ficar bem, não vai?

    Nossos olhares se encontram por alguns segundos antes da porta ser fechada pela enfermeira. Se isso era um sonho, seria um dos piores pesadelos que eu já havia tido.

    Pisco algumas vezes e luto contra o efeito do remédio que minha mãe havia aumentado no soro. Mesmo me debatendo começo a ficar fraca e meu corpo a relaxar, já era tarde demais.


...


    Sabe aquela sensação em que você acorda e perde a noção de tudo? Não sabe onde está e nem que horas são? Pois então, foi isso que senti quando abri os olhos e me encontrei no mesmo lugar, em um hospital. Agora que minha lucidez estava voltando, parecia estar á noite pelo escuro que o quarto se encontrava.

- Mais calma?

    Ouço a voz de Alexa e a vejo se levantar da poltrona e aproximar-se da cama, pode soar como mentira, mas ouvir sua voz fez me sentir tão confortável, como se tudo fosse ficar bem, independente do que tivesse acontecido.

Clarke + A-Lexa - ImpossibleOnde histórias criam vida. Descubra agora