Prólogo

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Prólogo

— Ah gato, volta pra cá, vem pra cama, vamos tentar um quarto ou quinto round. — Michele me chamava com uma voz arrastada enquanto eu vestia a minha calça e ela ainda estava nua, com os cabelos ruivos jogados pelo travesseiro branco.

— Sem chance, Mi. Eu nem se quer fico duas vezes com a mesma mulher, já para vocês não se apegarem. Porque como você sabe, eu sou um Angel. — Pisquei para ela.

— Bom, já é a segunda vez que transamos, então isso só pode ser o seu subconsciente dizendo que eu sou a mulher da sua vida.

Sorri para ela enquanto colocava a camisa e respondi:

— Acho que não. Na verdade acho que é porque eu estava bem bêbado ontem, para lembrar que você era figurinha repetida.

— Nossa, quanto machismo. — Ela disse revirando os olhos e continuou — Não se esqueça que eu também estava bem bêbada para lembrar que você era figurinha repetida. — Ela piscou para mim. — Mas eu adoraria que você fosse meu. Ah, olha podíamos ser ficantes fixos que tal?

Sorri mais uma vez balançando a cabeça em negativa enquanto colocava os sapatos.

— Você está engraçadinha hoje. Mas a resposta é não.

— Por que não? Somos amigos desde a faculdade e depois de quase um ano sem nos vermos olha aonde viemos parar: em uma reprise. Ah e você viu o que eu posso fazer. — Ela passou a língua pelos lábios tentando ser sensual.

— Por que não, gata! E pensa... Por que eu escolheria comer um único tipo de comida o resto da vida, quando eu tenho o rodízio inteiro onde eu posso escolher um prato cada dia?

Aff. Você na faculdade já era um canalha, mas ser dono da Angels mexeu com você e você se tornou o pior tipo. — Ela revirou os olhos, mas ainda sorria.

— Vai dizer que você não gosta de um canalha? E outra coisa, é muita opção, Mi.

— Se o canalha for você, eu adoro. — Ela sorriu — Você tinha tudo para ser um príncipe, com esse sorrido lindo e esse rostinho perfeito, mas prefere ser o canalha.

— Não é questão de preferência, é questão de ser mais forte que eu. Não sei se consigo me apegar.

— Claro que consegue, é só querer.

— Então acho que não quero. — Falei enquanto colocava o celular e a chave do carro no bolso.

Olhei-me no espelho para ajeitar o cabelo e fui até ela na cama, dei um selinho em sua boca e me virei para sair.

— Te vejo a noite? — Perguntei antes de passar pela porta.

— Claro.

— Então, até mais tarde.

— Até. E Feliz aniversário, Rodrigo.

Sorri para ela largamente.

— Obrigada, Mi. Ah e obrigada pelo presente de hoje, ou melhor, pelos vários presentes dessa noite.

— Eu que agradeço. E já sabe se quiser repetir, estou à disposição.

— Acho que não. — Respondi sorrindo e fechando a porta atrás de mim.

Fui para casa descansar, que a noite a festa do meu aniversário me esperava na Angels.

DEGUSTAÇÃO De repente meu  anjo - Série AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora