Ferraz
Eternos segundos se passaram enquanto eu olhava a bela espécie á minha frente. Deus do céu!
Estava acontecendo uma festa nas minhas calças, só pode! Meu pau ficou duro no momento em que ela entrou na minha sala. Estava ferrado. Calma, Alexandre! Você é um profissional, respira fundo, mantenha a compostura e também suas calças.
Vendo meu real desconforto, a menina na minha frente. Que de menina não tinha nada, tomou a iniciativa.
– Bom dia, Dr. Ferraz, meu nome é Maria Clara e estou aqui recomendada pelo seu pai para acompanhá-lo como estagiária neste ano.
Fala alguma coisa, Alê. Desembucha, infeliz! – Bom dia, Maria! Meu pai me deixou informado sobre sua necessidade de horas complementares para o seu curso – coloquei meu sorriso mais falso, e me sentei depressa, para que ela não notasse a barraca armada dentro da minha calça.
Ela se sentou na minha frente, cruzou as pernas. E que cruzada de pernas! Seus olhos cor de mel, arregalaram-se me desafiando a falar. O que ela está esperando?
O segundo estalo do dia veio em minha cabeça. "Alexandre, seu burro! Você é o chefe, é você quem tem que conduzir a entrevista."
Eu me afastei da prisão que era o seu olhar e coloquei novamente um sorriso em meu rosto para começar essa bendita entrevista.
–Então... Maria... – comecei meu discurso, mas ela me interrompeu.
– Pode me chamar apenas de Clara, todo mundo me chama assim, Maria é muito sério. – E ela fez pela primeira vez algo que eu tive certeza, me assombraria pelo resto da vida: abriu o sorriso mais lindo que eu já vi no mundo. "Esta manhã vai ser muito, muito longa."
– Ok! Então, Clara, você é amiga da Príscila há muito tempo? Não me recordo de você.
– Sim, nós somos amigas há mais ou menos dez anos. – a menina colocou uma mecha do seu cabelo que caia pelo rosto atrás da orelha e eu fiquei fascinado por aquele movimento – Eu o vi umas duas ou três vezes quando veio visitar sua famı́lia, geralmente nas festividades de fim de ano. Se bem me lembro, o senhor estava morando nos Estados Unidos, certo?
– Sim. Você está certa, assim que me formei, eu me mudei para Boston para concluir uma especialização, e acabei ficando um tempo por lá, mas há três anos, – bati com os dedos sobre a mesa – quando papai me ligou informando da sua aposentadoria, eu resolvi voltar e assumir seu lugar aqui na Ferraz. – Levantei os braços, mostrando as dependências da minha sala– Mas me conta o que te fez se interessar por Direito Penal?
– Direito nunca foi a minha primeira opção. – ela colocou a bolsa que estava em seu colo na poltrona ao lado, ficando mais confortável – No começo, realmente, odiei a faculdade, tudo muito teórico e chato. Mas, assim que comecei a estudar direito penal, minha paixão pelas leis aflorou, e hoje não me vejo fazendo outra coisa. – ela sorriu outra vez. "Querida, por favor, mantenha o seu sorriso para você ou eu não vou me responsabilizar." Foda-se! Estava pensando nisso de novo.
– Então... Clara, nosso escritório é um dos mais conceituados da cidade e eu espero de você nada menos que todo o seu empenho e seu esforço. – impus a minha filosofia de trabalho, deixando bem claro que o escritório não era local de passa tempo. – Nossos casos são grandes e de pessoas com grande influência e importância no paı́s. Por isso, seu profissionalismo deve ser impecável. Está me entendendo?
– Claro! Desde que eu não precise fazer o seu café. – ela levantou uma das sobrancelhas como se quisesse dizer: "E agora? Quero ver como você vai sair dessa".
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O Amor Não Tem Leis - Livro 1
RomanceCamila Moreira Esta obra não é de minha autoria! Posto sem fins lucrativos, somente por gostar muito. O amor não tem leis, a primeira parte da história de amor de Maria Clara e Alexandre Ferraz. Alexandre Ferraz é um renomado advogado criminalista...