A grande família

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Capítulo cinco

Samira

Oi, Mãe? Como assim, oi mãe? Estávamos na casa da mãe dele?

Olhei para ele com um olhar que demonstrava toda a minha surpresa e confusão.

— Sim, mãe. — Ele afirmou com o telefone na orelha, enquanto eu o olhava. E pelas caras que fazia ao ouvi-la, ela parecia estar eufórica do outro lado da linha e falando sem parar, porque ele revirava os olhos e sorria tentando falar — Tem almoço? ... Ah tá... Sei que vocês almoçam tarde no domingo... Tá... Sei que faz tempo que não almoço com vocês... Sim... Pode abrir o portão pra mim? Sim... Tô... Tô aqui... Isso, aqui na frente.

Rodrigo desligou o telefone com um sorriso no rosto e me olhou como se não precisasse me explicar. Nem um minuto tinha se passado, quando uma mulher de cabelos castanhos, magra e usando óculos, abriu a porta da frente, acompanhada por mais duas mulheres que se pareciam muito com ela, só que mais novas. Irmãs do Rodrigo, presumi.

— Ah, seu cachorro! — Uma das duas mulheres, que tinha um sorriso muito parecido com o sorriso do Rodrigo, disse vindo até ele, o deu um tapa carinhoso e o abraçou depois.

— Para de brigar com ele, Raquel. Tadinho do meu bebê. — Disse a mãe abraçando o Rodrigo quando a irmã se afastou.

— Até que enfim apareceu, cabeção. — A outra irmã falou o abraçando também.

— Vamos entrar, a comida está esfriando. Quase não pega o almoço, hein Rodrigo! — A mãe falou colocando a mão na cintura como se o repreendesse.

— Vamos, mas antes me deixem apresentar a minha amiga Samira.

Nesse momento tive vontade de me virar entrar no carro e sair correndo sem olhar para trás. As três mulheres se viraram de frente para mim, que estava logo atrás delas, e me fitaram de cima a baixo, enquanto eu me sentia uma presa acuada com aqueles olhares.

— Amiga? — Perguntou uma das irmãs com a sobrancelha arqueada e sorrindo em divertimento, mas foi cutucada pela mãe.

— Oi, Samira. Muito prazer, querida. Sou a mãe do Rodrigo, me chamo Rita. — Ela me abraçou com um sorriso insinuador no rosto. — Como ela é bonita, Rodrigo.

Ele sorria descaradamente, enquanto eu não sabia onde enfiar a minha cara.

— Sá, essas são as minhas irmãs, Raquel e Roberta.

— Olá, muito Prazer. — Falei sem jeito e elas ainda me olhavam como se eu fosse uma E.T.

— Oi, Sá.

— Oi, Sá.

Notei que elas estavam se divertindo com o apelido que o Rodrigo tinha me chamado e ainda não sei se gosto delas.

— Bom, vamos entrar. A comida vai esfriar. — Dona Rita disse sorrindo.

Rodrigo sorria para mim, todo dono de si e eu, após as irmãs e a mãe dele se virarem para entrar, lancei a ele um olhar repreendedor.

Assim que entramos, um senhor alto com cabelos grisalhos, saía de um corredor que dava direto na sala e olhou para o Rodrigo sorrindo e em seguida me olhou esquecendo-se completamente do filho.

— Pai, essa é a Samira, uma amiga. Samira esse é meu pai.

— Como vai? — Me apressei a cumprimentar estendendo a mão.

— Olá, tudo bem? Me chamo Roberto. — Ele tinha um sorriso amistoso no rosto, assim como as irmãs e a mãe do Rodrigo, mas todos me olhavam como se eu fosse um brinquedo novo. Talvez fosse isso mesmo que estivessem pensando, que eu o novo brinquedo na mão do Rodrigo.

DEGUSTAÇÃO De repente meu  anjo - Série AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora