Com a ruiva

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Capítulo seis

Samira

Estudar medicina não estava fácil: eram dias de estudos no ap do Gu, onde minha amiga Lili morava, aqui em casa e na casa do Igor, sem contar a biblioteca da faculdade. Dou graças a Deus por ter amigos tão maravilhosos, que fazem das tardes de estudos, momentos de diversão e descontração e isso acaba fazendo com que fique menos ruim, só estudar.

Não tenho muito tempo para outras coisas e isso inclui sair à noite e pegar uns gatinhos. Ando muito cansada e não sei como o Igor aguenta trabalhar e estudar. Só consigo admirá-lo ainda mais por isso.

Fazia umas duas semanas que não via mais o Rodrigo, mas virava e mexia ele me mandava uma mensagem sugerindo um encontro, mas para mim nunca dava, por conta dos estudos e também por tentar me manter o mais longe possível dele. Não quero assumir para mim mesma que passar um tempo com ele, me deixou balançada e muito menos para meus amigos, quando me perguntam sobre como ficou o meu caso com o Rodrigo e eu minto, dizendo que saí com ele mais algumas vezes, mas que não passou de sexo casual.

Claro que não contei nada sobre a aposta, o fim de semana do nada (onde foi feito tudo), nem das mensagens que trocamos e muito menos da visita a casa dos pais dele. Que preciso confessar que foi o que mais mexeu comigo, mais do que deveria.

Ter feito parte da família dele por uma tarde, mexeu com a minha certeza sobre a minha solteirice e sobre manter distância do Rodrigo. Até senti vontade de ter uma sogra, coisa que eu sempre tive pavor.

Penso nele dia sim e outro também e o beijo de despedida que ele me deu não me sai da cabeça. Eu não deveria pensar; me recrimino sempre que me pego pensando no fim de semana inocente e pervertido que passamos juntos. Ele não é o cara certo, então não devo pensar. E o toque do meu celular indicando uma chamada de vídeo da Lili me tirou dos meus pensamentos:

— Oi, fofa. — A cumprimento e ela revira os olhos para o apelido, como sempre.

— Amigaaa... Temos uma festa bafo, para ir na Angels.

— Temos?

— Sim, temos. Uma festa a fantasia e eu vou de par com o João. Príncipe e princesa.

Pi, pi, pi. — Falei fazendo sinal de piscando, abrindo e fechando a mão.

— O que isso, doida?

— Isso é o aviso de que você está de par com o cara errado. Era para estar de par com o Gu.

Ela riu.

— Ah, não pira! Eu e o Gu não estamos mais juntos, ele até veio me chamar para ir com ele, mas o João já tinha me chamado. — Ela deu de ombros e eu revirei os olhos.

— Só faz merda. Mas tá, mudando de assunto, de qual princesa você vai?

— Bela adormecida.

— Perfeita. — Ela riu.

— E pode arrumar uma fantasia para você, porque você vai comigo, amiga.

Ok! Eu vou, mas do quê? Não tenho a mínima ideia de fantasia.

— Vai de Globeleza. Se quiser eu te pinto. — Ela gargalhou e eu ri junto.

— Isso, vou ficar linda com as peitchola de fora.

—Claro que vai.

— Engraçadinha.

Na tela da TV, no meio desse povo... — Ela cantou batendo pandeiro na mão enquanto eu morria de rir.

DEGUSTAÇÃO De repente meu  anjo - Série AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora