21 de Dezembro

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Pela quinta vez essa semana, acordo no meio da noite. Minhas roupas grudam no corpo, e eu imagino que esteja muito vermelha. Minhas bochechas queimam. De repente, como uma onda, minha cabeça é inundada por pensamentos e começa a latejar, como se fosse explodir.

E se eu tivesse pegado uma pneumonia que me impedisse de sair de casa e encontrar Bridgit no parque Grimsborough às duas da manhã?

E se o carro de Summer tivesse parado de funcionar?

E se Bridgit tivesse olhado para trás quando Summer e eu estávamos tirando dois revólveres do porta-malas do carro?

É nesses momentos que concluo que tudo seria mais fácil se tivesse sido eu, e não Bridget. Não a minha melhor amiga.

Se nada disso tivesse acontecido, eu não estaria acordada no meio da noite, tremendo e suando frio.

Eu a imagino pairando sobre o quarto escuro, iluminado apenas pelas frestas da cortina que faziam adentrar a luz da lua. Os olhos negros. A boca semi aberta, como se revivesse toda a dor que eu causei. Como se gritasse, mas não pudesse ser ouvida.Os punhos cerrados, prontos para agarrar meu pescoço a qualquer minuto.

Bridget, morta. Tão diferente. Tão distante.

Eu balanço a cabeça, em uma tentativa de afastar aqueles pensamentos. Levanto da cama e me dirijo até a varanda. Me sento na rede de descanso da minha avó, de cor tabaco e bege contrastantes, e com um cobertor enrolado pelo corpo, observo as casas da vizinhança. Todas quietas, adormecidas.

Na noite de 11 de Outubro, meu pai me disse:
"Não se preocupe, querida. As almas boas vão para o céu. É lá que está Bridgit. Olhando por você"

Não acho que Bridgit foi para o céu. Não sei para onde ela foi, e sinceramente, espero não saber. Mas se eu tenho uma certeza na vida - e eu tenho - é a de que, seja lá o que for o céu, não é para lá que eu vou.

Fico deitada na rede até perceber que o céu está clareando. Meus olhos lutam para ficarem abertos. Então, eu os fecho. Em pouco tempo, minha musculatura relaxa, e o vento balança a rede, como quem embala um bebê para dormir. Assim, como um bebê, eu adormeço e, por algumas horas, consigo me esquecer de Harvey Pines, de Summer, do parque Grimsborough e até de Bridgit. E quando acordo, sinto que ela está me olhando. Mas não do céu.

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⏰ Última atualização: Nov 24, 2018 ⏰

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