Coincidences Happen

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Na segunda-feira seguinte, Luke iria a sua primeira aula na faculdade. Estava ansioso e ao mesmo tempo tinha um pouco de medo. Tudo aquilo parecia acontecer rápido demais. O ensino médio durou tantos anos que agora não fazer parte dele era no mínimo, estranho. Seu pai e os amigos já tinham falado ser assim mesmo, era tudo uma novidade, mas no final dava tudo certo. Porém os pensamentos do loiro ocupavam-se também com outras coisas; com o sumiço repentino de Michael.
Fazia quase duas semanas e ele não ligava, não o procurava nem dava sinal de vida, mesmo tendo prometido. E o mais irritante era essa preocupação, essa angústia em seu peito, como se esperasse algo dele, afinal, não estavam juntos nem nada. Tinham saído duas vezes e só. Eram praticamente estranhos... Mas onde diabos aquele cara tinha se metido?!
Passou seu último dia livre segurando o celular na frente do rosto esperando por alguma ligação. Ah merda, merda, merda! Estava fazendo de novo, sendo como um adolescente impaciente na frente do telefone. Mas ainda relutante, não conseguia evitar aquilo. Jogou o aparelho para longe.
Okay, Michael nunca saberia dessas crises de carência do garoto.
A noite foi caindo e mesmo assim nada do outro dar notícias. Chega de bancar a vítima, foda-se aquele cara, se ele só queria sair uma vez, ótimo para ele.
Frustrado, o loiro desceu para o jantar com sua família. Seu pai o encheu de conselhos sobre a mulherada na faculdade, das noites de farra e tudo mais. Depois de ouvir tanta ladainha, voltou ao quarto com os ouvidos latejando. Deitou-se com os braços debaixo da cabeça admirando o branco e monótono teto. Ótimo programa de fim de férias.
Michael... O que aquele ser tão estranhamente desejável e atraente queria com um cara feito Luke? Ele era sem graça, simples, monótono, o total oposto dele! Certamente poderia ter qualquer um só de piscar aqueles olhos verdes... Ah! Queria desaparecer por pensar em coisas desse tipo.
Quando pode dormir, por fim, foi traído, mas uma vez, por sua mente. Por entre seus sonhos, a imagem de Michael se esgueirava, de propósito, sobre sua cama, trajando o roupão branco da primeira vez que se viram
- Luke... – sussurrava o maior com o corpo de quatro por cima dele. A voz do loiro não saía, e apenas seus gemidos faziam-se presentes com as investidas dele sobre as partes de seu corpo.
A mão grande acariciava-o nas laterais do abdômen, subindo e descendo esquentando aquela área. Sua língua passeava pelo pescoço escorregando até a altura do peito mordendo toda a sua extensão. Luke controlava-se ao máximo, mas a sensação de tê-lo tocando-o dessa forma o deixava louco. Cravava os dentes nos largos ombros dele a fim de abafar os gemidos, contorcendo as mãos nos lençóis.
O garoto sentiu a cabeça doer e quando deu por si estava estirado no chão de seu quarto com o cobertor enrolado nas pernas, abraçando o travesseiro, preso á boca. Soltou-o cuspindo em seguida, indo até o banheiro; havia tido outro daqueles sonhos.
Escovou os dentes mais do que irritado e extremamente de mau humor, desceu as escadas para o café da manhã.
- BOM DIA LUK... – seu pai parou no meio da frase chegando um pouco para trás com as mãos na frente do rosto ao ver o filho e sua cara de poucos amigos.
- Dia. – respondeu atravessado.
- Aconteceu alguma coisa Lukey? – Jack servia o café com o mesmo sorriso de sempre e Ben já comia as torradas sem se importar com nada.
- To bem, só um pesadelo...
- Devia parar de comer tanta besteira, ta ficando gordo. – falou Ben com a boca cheia.
- Quem gosta de comer adoidado aqui é você, não enche!
- Você é tão sensível... Por isso que come demais... E engorda.
Bufando, Luke se levantou da mesa agarrando um pedaço de pão.
- Fui, volto de noite!
- Boa aula Luke! Não se esqueça de agradar as garotas no primeiro dia! As calouras sempre gostam disso!
Abstraindo-se do comentário do pai, ele trancou a porta caminhando até o ponto de ônibus.
- Ben, seja mais legal com o Lukey, ele precisa de apoio!
- Ele que é sensível demais...
No ponto Luke batia o pé já sem paciência para nada. Não que a faculdade fosse longe, dava para ir andando, mas preferia não chegar atrasado logo no primeiro dia; na próxima semana passaria a acordar mais cedo.
Sentou-se na janela do veículo observando o movimento chato da manhã. As lojas ainda abriam e o transito congestionado deixava seus ouvidos doloridos. Puxou os fones da bolsa e o ajeitou em cima da cabeça, escutando bandas aleatórias até chegar à frente da faculdade.
Parou diante dela, encarando os enormes prédios do campus; tão diferentes do ensino médio. De agora em diante, esta seria sua visão pelos próximos quatro anos.
Abaixou os fones, deixando a música continuar tocando alta sobre os ombros. Foi andando devagar um tanto quanto perdido no meio de tantas pessoas. Esbarrou em uma, duas, três, quatro, e quando quase caiu ao bater na quinta, uma mão segurou seu braço equilibrando-o.
- Obriga... – a fala engasgou no meio do caminho quando o cabelo de cor azulada apareceu na sua frente.
- Ta parecendo um gatinho perdido, Luke. – disse Michael com o sorriso sarcástico de sempre.
- Mi-mi-mi-Michael?!
- Eu mesmo! Sentiu saudades? – quando chegou mais perto do rosto do garoto, o loiro chegou a pensar em ir mais para frente, porém conteve-se no último minuto com a voz conhecida de Arzaylea ao longe, afastando-se dele.
- Luke! Finalmente te achei!
- Lea?
- Você demorou! O Calum e o Ash já chegaram e... Amigo seu? – perguntou apontando para Michael.
- Sim mocinha, e você? É amiga dele? – respondeu o maior segurando a mão da garota e a beijando.
- Ah... Sim sou amiga dele sim! - achou aquilo um pouco estranho, mas tudo bem, os amigos do Luke eram assim mesmo.
- N-não é nada disso Lea! – esbravejou Luke entrando no meio dos dois.
- Luke? - fez cara de desentendida, o que na verdade estava.
- É que é que... Depois a gente se fala! – o garoto se afastou, apressando puxando Michael pelo pulso, que ainda conseguiu virar-se para Arzaylea, dando um “tchauzinho” à ela.
A garota fitou os dois saindo apressados para o outro lado perguntando-se o que teria feito de errado.
Mais afastados do enorme contingente de alunos, Luke levou o outro para uma parte mais tranquila, onde podiam conversar sem dar suspeitas, e foi logo o enchendo de perguntas:
- Onde você estava nesses últimos dias?!
- Nossa, ficou com saudade mesmo?
- Responde!
- Tava resolvendo uns problemas, eu te disse...
- Quem leva mais de uma semana pra resolver um problema?  Se era tão grave assim, porque não ligou?
Michael respirou fundo bufando em seguida com tudo aquilo, jogando os cabelos para trás. Estava mesmo sendo pressionado pelo garoto? Ele tinha mais coragem do que aparentava. 
- “Estava resolvendo uns problemas” implicam numa gama enorme de possibilidades. Se eu não liguei foi porque não deu tempo.
Luke virou um pouco o rosto depois da frase um tanto quanto envergonhado por agir dessa forma. Realmente, não tinha direito nenhum de perguntar essas coisas, afinal, mal se conheciam. Mas como antes, algo o compelia a querer saber tudo sobre aquele homem, e entender o que se passava em sua mente tão perturbada.
Já ia se afastar para os prédios quando foi envolto pela cintura, ficando de costas para ele. A cabeça de Michael encostou em seu ombro para poder ver seu rosto, corado - novidade.
- Se estava com tanta saudade assim de mim... – falou o maior roçando a boca na orelha dele – Podia ter brincado um pouquinho pensando na nossa pequena noite juntos...
Luke respondeu debatendo-se:
- Eu não sou tão necessitado assim a ponto de ficar fazendo essas coisas sozinho!
- Eu fiz nesses dias enquanto pensava em você Luke.
O loiro se calou perplexo com aquilo. Michael tinha... Pensado nele?
“Calma lá! A parte importante da frase não foi essa! Ele fez pensando em mim.. Aquilo?!” Indagou-se em sua mente.
- Fiquei imaginando sua carinha quando estava na sua casa. Foi tão bom quando pensei nas expressões que você deve fazer quando está transando... Queria saber se de verdade seria assim também...
Luke queria soltar-se do seu aperto, mas a respiração quente dele rente a sua bochecha o distraía de tal ação. Segurava os pulsos do outro como se fosse empurrá-lo, mas isso apenas o trazia para mais perto. “Epa como é?” Parou para refletir por alguns segundos. “Transar? Ele... ele queria transar?!”
Arregalou os olhos caminhando para frente sentindo-se livre de seu aperto. Pôs o punho na frente da boca, protegendo-se de qualquer coisa, voltando-se para ele.
- Como... Como pode dizer uma coisa dessas em público, a outro homem!
- Do jeito que acabei de fazer. – sorriu.
- Não diga besteiras! Você é um completo estranho pra mim, nem em um milhão de anos eu faria uma coisa dessas!
- Basta me conhecer então, ué! Eu tenho 1,87 de altura, peso 75 kg, olhos verdes e cabelos azuis; mas isso você já sabe; meu aniversário é 20 de novembro...
- Para de gracinhas!
- Ué, quem queria me conhecer é você, agora que já sabe dos detalhes, podemos nos aprofundar mais ainda.
Michael tentou chegar perto de Luke novamente, mas teve sua cara empurrada pelo garoto de imediato.
- Estamos em público, pelo amor de deus!
O maior bufou, já sem paciência com aquilo afastando a mão da sua frente e agarrando seu pulso.
- E daí? Deixa eles olharem; só vê quem quer.
- Michael, é sério. - disse com a voz mais grossa fazendo o outro se exaltar um pouco com a mudança repentina de atitude dele.
Afastando-se Michael pôs as mãos nos bolsos do casaco, resmungando. Luke respirou mais aliviado, certificando-se que ninguém tinha ouvido a conversa deles. Ao menos era um local vazio.
- Agora me responde uma coisa. – falou fitando o outro sério que continuava com a cara fechada, praguejando – Porque você está aqui na faculdade, acaso me seguiu?!
Ouviu as risadas dele tomarem conta de toda a área. Michael parecia se divertir muito com aquilo, ao passo que o outro apenas se irritava mais, deixando as veias pulsarem em sua testa. Ele não sabia ser uma pessoa séria.
- Fala sério garoto; eu também tenho vida, sabia? Eu estudo nessa faculdade.
- Hã?! – a surpresa de Luke expressou-se além da sua voz para seu rosto – Como assim, desde quando?!
- Cara, sabia que essa é a única faculdade da cidade toda? É comum quase todas as pessoas se encontrarem aqui!
- E-eu sei disso! – retrucou – Mas é que eu... Eu não esperava que você fizesse... Faculdade...
- Não sou tão velho assim.
- N-não não é isso! Desculpa, eu só... Você estuda o que?! – “Okay acalme-se, está fazendo papel de bobo, e já está começando a agir como ele mudando de assunto tão de repente. Ele não poderia...”
- Análise de sistemas. – respondeu o maior.
“Ele poderia... Merda!”
Descrente e sem nenhum outro comentário, Luke voltou-se para os prédios caminhando na sua direção.
- Ei! Para onde você vai?
- Aula. Não quero chegar atrasado.
Michael riu, para seu desespero.
- Nos vemos pelos corredores, Luke.
Tudo bem sabia que aquela faculdade era a única da região, e de fato, encontrar Michael ali não era uma surpresa tão grande. Mas ele simplesmente não tinha jeito de quem é responsável, ou comprometido com os estudos. Podia na verdade imaginar o “sádico”, apelidinho novo que acabara de dar a ele; se metendo em tudo quanto é briga na escola, e em qualquer outro lugar.
Chegou na frente dos prédios de novo, sendo auxiliado por alguns instrutores até sua sala. As aulas foram cansativas, como todo primeiro dia: apresentações, comentários já conhecidos, a ladainha de sempre. Mas apesar da chatice, Luke ficava cada vez mais apreensivo e atento ao sair de uma sala para outra já que Michael cumpriu o que disse até bem demais: a cada corredor que virava encontrava-se com ele, trocando olhares, mas principalmente, fugindo das investidas do maior. Os dois poderiam não ter nenhuma matéria juntos, pois Michael estava em outro período, ainda assim ele conseguiu de todas as maneiras ver Luke, falando besteiras, abraçando-o, e ás vezes, tentava agarrá-lo num beijo, sendo frustrado por um empurrão do menor.
- Luke, algum problema? – perguntou Lea. Estavam na mesa do refeitório.
- Hã? Não nenhum, por quê? - desviou-se do assunto.
- Você ta olhando para os lados como se estivesse procurando alguém e também está usando o Ash de escudo...
- Luke... – comentou o moreno fazendo sombra sobre o loiro – As pessoas estão olhando...
- Francamente Lucas, você deveria se portar melhor em um lugar comunitário. – terminou Calum ajeitando o cabelo.
- Acredite em mim, é justamente para evitar um escândalo que eu estou paranoico desse jeito.
- As suas aulas foram difíceis? – perguntou a garota, inocente.
- Bom... Mais ou menos... Digamos que o complicado foram os intervalos...
- Ah! Você se perdeu?! Porque eu me perdi! Esse lugar é tão confuso!
Ao longe Luke pode ver, para o seu infortúnio, a figura de Michael se aproximando com o olhar ainda distraído analisando à sua volta: estava o procurando.
- Da licença gente – cortou a fala da garota a ignorando completamente – Mas eu preciso ir, nos vemos depois!
Mal se despediu dos amigos, já estava correndo para fora daquele imenso refeitório, indo até os banheiros, onde pensou ser um lugar seguro. Naquele horário da tarde ficava mais vazio devido ao movimento de volta ás aulas. E ninguém queria perder seu tempo livre indo até eles.
Entrou em uma das cabines sentando-se em um dos vasos; não era lá muito higiênico, mas era melhor do que ser encontrado vagando ali de um lado para o outro.
Bufou algumas vezes passando a mão na sua testa, jogando o cabelo para trás. Tinha ficado nervoso ao ver Michael pela manhã, principalmente quando soube que agora estudavam na mesma faculdade... Cursando a mesma matéria! Isso era coincidência demais!
Tomou um susto ao ouvir o celular tocando. Sem nem olhar o visor atendeu-o apressado.
- Alô?
Por impulso jogou o corpo para trás quase caindo quando a porta da cabine se abriu e a figura de Michael apareceu; ele estava com o seu celular na mão fechando a parte de cima do aparelho.
- Achei você. – falou com aquele sorriso irritante.
- Mi-Michael?! - exclamou surpreso - Como... Como foi que você conseguiu meu celular?!
- Peguei enquanto você dormia depois da nossa primeira noite! - brincou vendo o rosto do menor corando - Você é bem arisco, sabia? To começando a achar que o gato da história aqui é você.
- Para de falar besteira! – esbravejou Luke – Quem ta me perseguindo feito um louco pela faculdade inteira é você!
- Qual o problema? Não posso mais falar com você?
- Se fosse só para falar.
Michael bufou chegando o rosto mais perto do de Luke, fazendo o coração do garoto chegar á garganta num segundo.
- Olha não sou um maníaco tarado do parque; não vou te sequestrar nem fazer nada que você não queira. Tenho meu orgulho, muito obrigado, e não sou necessitado, então dá para parar de ficar achando que vou te estuprar a qualquer momento?
O loiro calou-se virando um pouco o rosto para o lado, um tanto quanto envergonhado com aquilo. Levar um fora de um cara que era no mínimo um “mau exemplo” como Michael, era pelo menos, humilhante. Prendeu a respiração um pouco fechando e abrindo os olhos. Ao soltar o ar, disse:
- Desculpe...
- Tudo bem, eu te perdoo. – respondeu de imediato sem nem abalar-se - Mas só porque acertou minhas intenções dessa vez.
- Hã?!
Antes de protestar Michael segurou seus braços levantando-o e os erguendo para cima de sua cabeça, encostando suas costas no mármore frio da cabine.
- Seu filho da mãe! – gritou o garoto – Eu sabia que você ia fazer isso!
- Só dessa vez, Luke, você estava certo. – abocanhou os lábios dele encontrando sua língua, mas abandonou-a rapidamente encarando o garoto. – Mas eu falei sério: não farei nada contra sua vontade, então, se quiser que eu pare, diga agora.
As feições de raiva de Luke falavam por ele, mas ainda assim ficou sem emitir uma palavra. Era verdade que em nenhuma vez Michael o forçou a alguma coisa, mas também se aproveitava de qualquer chance para o agarrar. Não que ele também fizesse algo para impedi-lo... Ah! Droga de sentimentos confusos! Consciência, onde você estava?
O maior foi aos poucos liberando os pulsos do loiro vendo-o abaixar as mãos em seguida, pousando-as em seus ombros. Pensou que seria afastado, no entanto, ficaram assim olhando-se por mais uns instantes, até Luke virar os olhos ainda aborrecido para o canto deixando as bochechas coradas. Michael sorriu.
Segurou o queixo do loiro voltando-o para ele e tocando de leve seus lábios. Mordeu a carne macia deles até aos pouco colocar sua língua dentro dele, rodeando a língua de Luke com a sua como se fosse uma brincadeira. Ergueu a mão até a nuca do garoto afagando-lhe a parte de trás puxando os fios vez ou outra. Sufocou-se mais ainda no beijo quase puxando ar da própria boca de Luke.
Desceu a outra mão até o cinto de sua calça, mas antes de assustar muito o menor, apenas alisou a parte perto o umbigo, primeiro, por cima do pano, em seguida, levantou a blusa sentindo o calor daquela área.
Quando percebeu Luke já abraçava as largas costas de Michael o achegando para mais perto dele, forçando os peitos a se encostarem. Mesmo sem respirar a um bom tempo, não conseguia desgrudar os lábios dos dele, deixando uma pequena raiva brotar em seu interior por saber disso. Ainda não lhe era conhecido uma forma de parar seus impulsos.
Ao ver o garoto entregando-se mais, o maior passou a soltar a fivela de seu cinto devagar, esperando por algum protesto ou algo do tipo, mas como não os recebeu, continuou a desabotoar o couro, para em seguida, soltar o botão e abrir o zíper de sua calça. Fez o mesmo na sua antes, deixando os volumes se roçarem, forçando mais sua cintura contra e dele.
Luke gemeu alto ao sentir aquela parte de Michael. Era a primeira vez que o fazia, e estava relutante, ao mesmo tempo em que desejava tocar-lhe. O maior pegou um de seus pulsos de novo - durante o longo beijo ainda - descendo-o até aquela área tão ativa, fazendo o mesmo com o seu. Ainda com o pano debaixo das calças, seguravam as ereções um do outro. Michael parecia mais experiente nisso, pois já conseguia fazer o garoto estremecer com o menor contato, ao passo que Luke começava devagar os movimentos, como fazia consigo ás vezes.
- Michael... – sussurrou o garoto, livre do beijo, perto de sua orelha.
- Fala o que você quer? – respondeu o outro, também rente ao seu ouvido e o ar quente batendo sobre a pele.
- Eu...
A porta de metal do banheiro se abriu rangendo com força. Escutaram os passos de duas pessoas, rindo e conversando alto sobre alguns dos alunos novos - ótimo.
O rosto de Luke empalideceu e seu corpo ficou paralisado. Michael bufou baixo do seu lado. Antes que pudesse afastar-se o maior fez um sinal com os dedos para que fizesse silêncio, sorrindo em seguida. O loiro emudeceu, ficando assustado novamente; aquele cara era um maníaco, com certeza.
Segurou o gemido quando a mão dele voltou a pegar no volume de sua calça retirando-o do pano da cueca. Passou a descer e subir com os dedos, apertando com mais força a parte de baixo dele, acariciando a ponta que começava a ficar mais molhada.
Entre um beijo e outro Michael conseguia evitar que Luke soltasse algum ruído. Talvez fosse melhor que o garoto se concentrasse em outra coisa... Sorriu.
Levou a mão do loiro até a sua ereção, já fora do pano, fazendo as duas se encostarem, conforme as mãos se moviam, quase se entrelaçando, encharcando-se com a excitação.
“Eles não podem nos ouvir...” Pensava Luke no meio daquela situação, mas ainda assim, não conseguia parar de fazer aquilo. Estava bom... Estava bom demais! Era uma sensação incrível, deliciosamente nova, e mesmo que todo o seu bom senso o alertasse a parar, seu corpo agia sozinho, ou melhor: com seu consentimento.
Só para ver qual seria a feição no rosto daquele ser extremamente sádico, Luke apertou com vontade seu falo, aumentando a velocidade de subida e descida. Parou no instante seguinte com a boca entreaberta, absorto: o rosto de Michael tinha corado um pouco na mesma hora em que seus olhos se fecharam com força. O maior mordeu a lateral da boca deixando um filete de sangue escorrer e um curto e baixo gemido escapar. Ainda sim, a única coisa capaz de descrever aquela imagem era prazer. Michael desceu a cabeça ainda com essa expressão em sua face. Luke lambeu o canto de sua boca deleitando-se com aquela cena: era a primeira vez que Michael mostrava-se assim á ele. Enfiou a língua dentro da boca do maior, surpreendendo-o um pouco; aquela cara de tesão dele o deixara com um desejo maior do que pensava ter.
O maior estava se divertindo com aquilo. Descuidou-se ao soltar aquele gemido, mas também, pudera, não sabia que o garoto ia se atirar tanto em tão pouco tempo, ainda mais com a possibilidade de serem pegos. Mas tinha gostado daquilo: o loirinho sabia bem quando e como queria as coisas. Aproveitou o beijo roubado por ele para também aumentar a velocidade na qual acariciava seu membro.
Agarravam um ao outro, para cima, para baixo, deixando as bocas abafarem os sons, as línguas, lascivas, lambiam os pescoços, mordiscando algumas partes deles. Quando as visitas saíram do banheiro, e mais uma vez encontravam-se sozinhos, entregaram-se a um longo espasmo, liberando suas vontades um no outro.
- Mi-Michael! Ah! – Luke quase gritou gemendo por seu nome, encostando a testa em seu ombro, mordendo-o.
- Vai... – disse Michael tocando sua bochecha e erguendo a face dele - Deixa-me ver seu rostinho enquanto você goza...
- E-Eu... Eu vou!...
Cortou sua fala, encarando os globos verdes de Michael. No instante seguinte Luke deixava um grande alívio e uma sensação maior ainda de prazer escapar por entre os dedos do maior. Ouviu um rápido gemido de Michael rente á sua orelha, sentindo o líquido quente escorrer em si também.
Michael se afastou pegando um pedaço de papel e se limpando entregando o resto para Luke. O loiro não sabia se ficava com raiva, ou se apenas saía dali como se nada tivesse acontecido, afinal, também continuou com aquilo, mesmo com outras pessoas dentro do banheiro. Ouviu o barulho do zíper da calça do maior se fechando, fazendo o mesmo com a sua.
- Então. – Michael segurou seu queixo apoiando-se na parede com o outro braço – Como foi?
Com o rosto vermelho, Luke abriu a porta da cabine saindo, parando na frente da pia com a cabeça um pouco abaixada.
- Você... Você é louco?! – esbravejou – Eles podiam ter no escutado!
- Mas não ouviram, relaxa... Você também quis. - sorriu sarcástico.
- Eu sei disso! – gritou já possesso – Mas isso é uma reação normal quando se está fazendo esse tipo de coisa! E eu também... Eu também...
- “Também” o que? - indagou impaciente.
-  Eu nunca fiz esse tipo de coisas com outro homem, eu não sou gay!
- Nem eu.
- Por isso eu...- parou por alguns instantes encarando Michael com o rosto em dúvida enquanto o outro continuava indiferente.
“Ta, espera, volta a fita um pouco, ele disse o que mesmo?!”
- Você... Não é... Gay?... - repetiu vagarosamente para reforçar as palavras.
- Não.
- Mas... Nessas últimas semanas você... Deu em cima de mim, e me agarrou, me beijou, e agora isso... – o cérebro de Luke estava quase pifando de vez agora; ele era sádico, maníaco, egocêntrico, e ainda por cima: não tinha saído do armário?!
Michael enfiou as mãos nos bolsos, agora parecendo não tão mais brincalhão como antes. Luke parou com os devaneios para analisar aquela feição séria.
- Você é mais um desses tipos de pessoa? – perguntou o maior, bufando, e com a voz entediada.
- Tipo de pessoa?
- Olha vou ser bem claro: eu não escolho uma pessoa pelo fato dela ser homem ou mulher, se eu to a fim eu vou atrás dela; ponto final. No momento, estou a fim de você, então vou te perseguir e te agarrar sempre que me der vontade, não porque você é homem, mas pelo simples fato de ter me agradado. Essa coisa de “gay” “hetero”, no final é só um bando de merda que enfiam na cabeça das pessoas todos os dias.
Tudo bem, o lado politicamente correto e sem preconceitos de Michael era um ponto positivo que o cara tinha, Luke tinha de admitir. Nunca pensou em vê-lo dizendo coisas desse tipo. Mas como assim está “a fim dele”, vai “agarrá-lo quando quiser?!” Esse discurso machista e possessivo era exatamente o tipo de coisa da qual tentava evitar que ele o fizesse. Ainda assim essas palavras, de certa forma, não irritaram Luke, mas sim deixaram as maçãs de seu rosto um pouco vermelhas, tanto por seu significado, quanto por todo o resto, porém ainda mais por se sentir um idiota ao condená-lo como muitos outros fazem sem nem saber de nada. Jamais tivera esse tipo de pensamento, nem sua família. Na verdade, nesse ponto, o que sempre diziam importar é como você se sente em relação á alguém. O resto, é apenas detalhe.
Engolindo a seco e com a cabeça um pouco abaixada devido à culpa, Luke falou com a voz serena:
- Me desculpe, eu não quis ofender você.
Michael respirou fundo jogando o cabelo para trás de novo.
- Tudo bem, já passou. – aproximando-se do garoto abraçou sua cintura dando-lhe um rápido beijo – Então, quando nos vemos de novo loirinho? – sorriu.
Luke pensou em dar-lhe um soco, mas devido a sua última bola fora, decidiu deixar aquela vez passar. Apoiou as mãos no peito de Michael com a face um pouco voltada para o lado, envergonhado, como sempre ficava na presença dele.
- Amanhã, depois da aula... – suas palavras saíram automáticas, quase como um sussurro entre os dentes, mas ainda assim o outro ouviu, gargalhando em seguida.
- Ótimo. – roubou-lhe outro beijo, para então soltar o menor e caminhar até a porta, ainda risonho – Será nosso segundo encontro, loirinho.
Depois que saiu Luke apoiou as mãos na pia abrindo a torneira e jogando um pouco de água em seu rosto. Iria sair com Michael de novo, ir a um encontro com outro homem mais uma vez... Encarou seus olhos no espelho pensando: “O que estou fazendo mesmo?...”
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Lucky Cat • Muke • LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora