n o v e

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  Em algum momento houveram velas, taças, garrafas, talheres e um emaranhado de coisas caprichosamente preparadas para me receber; agora, sob aquela mesa, só restavam dois corpos em êxtase, peles que queimavam como fogo.

— Você não vai... Não vai me convencer com sexo! — acabo deixando escapar uma euforia absurda que não deveria ter transparecido.

Ele puxa meu cabelo e deposita seus lábios macios em meu cangote.

— Eu não preciso, baby — o toque suave arrastando-se pela curvatura, levando consigo a jaqueta — Não percebe como seu corpo auto se entrega?

Os dedos deslizam de meus braços para o quadril e para o cós da calça; ele arrasta um pouco o pano para baixo e arfo com a sensação que ricocheteia no centro de minhas pernas — Você gosta disso, não é? — mas eu não respondo.

Acabo deixando um gemido responder.

Seus lábios se comprimem em um sorriso pervertido contra minha pele.

Gostaria muito de afastá-lo, de proferir com palavras grosseiras que ele não tinha poder sobre meu corpo como achava, mas estou tão estressada pelos últimos dias, tão amedrontada por aqueles pesadelos e precisava daqueles momentos de adrenalina e prazer; gozar é melhor que brigar, não é? e daí se ele queria apenas me usar? E daí se o sexo era a única coisa que lhe importava?

Eu queria foder também. Queria sentir prazer outra vez.

Sem sentimentos, sem estupro, apenas duas pessoas e um ato carnal consentido.

E eu precisava mostrar para mim mesma que podia sim foder com a mesma pessoa por mais de uma vez sem me apaixonar por este.

Eu nunca me apaixonaria por Antoine. Nem ele por mim. Isso era um fato!

Ele volta a me beijar e me deita e se intensifica no meio de minhas pernas.

beau, parfait —meus cabelos são um emaranhado em seus dedos.

A regata ultrapassa meus braços em uma par de segundos.

Meu ar sumiu. Perdi o controle.

Não posso nem conter os gritos quando seus lábios deixam minha clavícula para dar atenção à meus peitos. Sua boca perfeita e desenhada abocanha um dos mamilos, lambendo e mordiscando o lóbulo rosado enquanto seu polegar e indicador massageiam o outro. Ahhh! É tão bom!

— Tão gostosa, porra... — e me vira de costas, o corpo sobre a mesa.

Estou encarando a anoitecida Madri com um misto de sentimentos em meu peito; enquanto a calça jeans e a peça íntima final são quase arrancadas.

Ele tira a camisa e se debruça sobre mim — sua pele tocando em minha pele, seu toque me queimando por inteira — beija meu ombro e o meu cabelo e o pescoço, sinto seu volume roçar minha bunda, e me empino até encontrá-lo.

Está tão duro que aproveito do detalhe como um incentivo para rebolar.

Ouço-o proferir palavrões em seu idioma. "Putain! Merde!"

E isso me deixa instigada a provocá-lo.

— Amber —meu nome é como veludo em sua voz — Ah Amber...

Aperta minha nádega e a estapeia e a aperta novamente.

— Aceite ser só minha, por favor — sussurra em meu ouvido, o dedo deslizando para a frente até encontrar minha entrada, brincando na mesma — Serei tão bom para você, baby.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora