CAPÍTULO 1

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Vinicius

— Pois é Vinicius, você vai ter que começar seu estágio o quanto antes. De preferência hoje mesmo. — Paulino, o meu professor da faculdade me explica e então eu suspiro cansado. — Está cansado? Eu te avisei.

Esse comentário me irrita, Paulino é cheio das graças. Suspirei porque, conforme estou lendo aqui no documento em que me entregou, tenho que entregar esse documento em uma empresa no centro, hoje de tarde.

Saco! Hoje não dá! Encaro rapidamente Paulino e depois me viro pedindo só um minuto. Julia já deve estar me esperando, temos que fechar um acordo com uma empresa de chocolate Belgas. Porém eu também tenho que começar esse estágio, ou vou ficar detido em algumas matérias desse semestre.

Coloco o celular no ouvido e após olhar as horas, bagunço meus cabelos. Tô com uma idéia doida aqui, Julia vai ter que me ajudar.

Vinicius Menezes! Aonde você está?! — Julia pergunta num tom nervoso assim que atende.

— Julia, escuta. Estou encralacado aqui na faculdade,e preciso passar no centro ainda hoje. — Começo a explicar e já escuto ela bufar do outro lado. Mulher estressada do caramba. — Você vai buscar os representantes no aeroporto com o Danilo. E leva eles para o restaurante que temos parceria, lembra?

Vinicius? Tá ficando maluco? Olha só o que está me dizendo! Uma das cláusulas do contrato, era "Nada de acordos em restaurantes!." — Escuto ela cochichar com alguém e acho que deve ser Danilo , o "secretário", ainda tenho que ver isso direito. — Vini escuta, você anda muito sobrecarregado ultimamente, tira uns dias para você se organizar, é sério não estou brincando.

— Ai, é verdade. Cara, o que vou fazer agora? — Murmuro apertando o aparelho em meus dedos.

Não me chame de, cara. — Desdenha com a voz e então retorna a falar. — Vamos fazer assim, venha pra cá. Vou pedir para que Danilo vá ao centro pra você, libero ele só por hoje, para você poder ir assinar o contrato comigo. Agora acelera!

Após isso, Julia desliga e eu fico tentando descobrir quando foi que ela descobriu que preciso levar algo no centro? Bichinha rápida viu.

Volto para a mesa onde Paulino, se concentra na tela do computador e pego a folha em cima da mesma.

— Amanhã eu trago isso assinado. — Explico já saindo praticamente correndo. E por último sussurro só pra mim. — Eu espero mesmo.

Meia hora depois, estou entrando no estacionamento coberto da empresa. Nem precisei estacionar direito, logo Julia já estava espancando o vidro de meu carro como se a vida dependesse disso.

— Calma mulher! Vai quebrar o vidro do meu filho, nessa agressividade.

— Para de graça Vinícius, sai logo daí peste.

— Irritadinha. — Resmungo saindo do carro e só então reparando em Danilo ao seu lado. — E aí, Danilo?

— Oi, senhor Vinicius. — Me cumprimenta com um sorriso de boca fechada.

— Me fala o que você precisa fazer no centro.

— Entregar esse documento pro início do meu estágio, nessa empresa aqui... — Mostro pra ela o documento na pasta e então do nada, ela toma a pasta da minha mão, junto com a chave do meu carro. — Oche, que isso doida?

— Toma aqui, Dan. — Entrega minhas coisas ao cara que a encara sorrindo. Esse daí não me engana. — Vai num pé e volta no outro. Não demora por favor.

— Tudo bem, querida. Eu sou especialista em tudo. — Então após piscar um olho para a baixinha ele entra no meu carro e se vai.

— Por que tinha que ir com o meu carro?

— Porque ele vai ao centro, para você. — Faz uma cara de esnobe e estreito os olhos pra ela. — Para de ser chato, anda logo. Pedi ao motorista da empresa, ir buscar os quatro integrantes da presidência deles. Devem estar chegando.

— Para de ser chato, anda logo... — Tento imitar zombateiramente sua voz enquanto entramos no elevador. — Queria ver se fosse o seu carro, na mão de qualquer estranho. Ia fazer um escarcéu.

— Danilo não é um estranho. — Começa o seu discurso de proteção. Não sei pra que tanta preocupação com esse homem. — Já trabalha conosco à anos. É de confiança.

— Julia me poupe, eu não confio nem na minha sombra, vou confiar num maluco que aparece do nada para trabalhar especificamente para ser seu secretário. — Resmungo enquanto andamos em direção a minha sala. — Não nasci ontem não, querida. Alguma coisa vocês escondem, e quando eu descobrir...

— Nossa que medinho, vai se arrumar que está parecendo um mendigo. Não sabe nem seu nome direito e quer arrumar confusão. — Exclama baixo bem perto de mim, já que paramos no meio do corredor. — Se você quer provocar, eu tenho uma arma secreta desde pequena, vai querer?

Na hora que ela fala isso, eu lembro da encrenqueira da Millena, fecho a cara para ela ver que não gostei.

— Não comece baixinha!

— Tenta a sorte! — Sussurra dando meia volta e indo para sua sala.

Entro na minha sala, que um dia já foi do Eduardo. Mandei fazer uma geral aqui, quando comecei a trabalhar. Mamãe queria que fechasse essa filial e transferisse para outro lugar. Dizem que aqui nessa empresa, já aconteceu de um tudo. Não sei o que houve, preferi não saber, porém só uma repaginada já está de bom tamanho. Dei três semanas de férias, para cada um dos funcionários e mudei tudo aqui dentro. A empresa que um dia levou o sobrenome, Magalhães, agora não tem nada haver. Leva o sobrenome meu e de Julia, Menezes. Sem contar que de qualquer forma eu tenho todo direito sobre essa empresa. Por fim, vou ao banheiro que tem na minha sala e me ajeito.

Volto para minha sala bem na hora que a baixinha estressada entra e começa a me puxar pra fora, falando que eles tinham chegados. Cruz credo, garota mais apressada, tá doido.

— Pare de me arrastar, Julia!

— Anda logo então, estamos atrasados por sua culpa.

— Você está muito elétrica hoje, tomou muito café de novo? Sabe muito bem, que não pode exagerar na cafeína. — Começo o meu sermão do dia, mas ela me interrompe.

— Tá Vinicius, depois! — Exclama baixo e se volta para o elevador que acaba de abrir, e eu encaro rapidamente meu telefone, uma mensagem. — Boa tarde, senhores. Sou Julia Menezes, como estão? Espero que tenham tido um bom vôo.

Levanto a cabeça rapidamente quando sou beliscado discretamente por Julia. Ela está completamente irritante hoje, toda vez que ela fica responsável por um acordo, fica desse jeito, mandona e insuportável.

— Esse aqui é nosso segundo presidente. Nós dois somos os responsáveis por aqui.

Encaro as quatro pessoas a minha frente e vejo dois homens e duas mulheres. Um senhor de idade de cara amarrada, um homem mais jovem acho que só um pouco mais velho que eu. Uma mulher de estatura média, morena com um sorriso cativante. E por fim, uma loira alta quase do meu tamanho, belíssima, não sei porquê mas só de ve-lá, um arrepio que não sei destinguir ser bom ou ruim, arrepia até os cabelos da nuca.

Eita, segura essa empolgação Vinicius!

🖐💘🖑
Oie gente, tudo bem?

Cheguei, ehh e nem demorei. Kkk Agora me digam, quem será essa loira que causa arrepios em Vini?

Quem sabe vocês não acertam... 😉

Bom, é isso. Até o próximo beijocas💋

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