Padre

VI

06

Intruso.

Hannah dormia enquanto Ezequiel velava ou sono da irmã, exercitando companheirismo e cuidado para que a jovem não desaparecesse novamente da maneira desconhecida. Ele estava exausto, mas não desistiu da guarda. Após o evento aterrorizante para os órfãos, eles podem se afastar de todos os presentes, afetados principalmente pelos novos hóspedes, que são mostrados completamente misteriosos. Ezequiel tentava esconder da irmã o que havia sentido no período em que ela estava ausente, ainda pior quando encontrara no porão antigo e mal iluminado. Hannah entretanto, buscava entender a atividade incomum. A jovem exclusivamente ignorante ao que ocorre ao seu redor atribui o fato ao estresse que permanece presente na residência por uma certa temporada.

Por não obter respostas sobre o que ocorreu, Hannah prefere seguir em frente e tentar esquecer, pois não há motivos para preocupação. E apesar de tamanho esforço para passar despercebido, ela enxergava um irmão preocupado e com um sentimento de culpa e amargura. Nunca foi um jovem que conseguiu burlar a verdade, era tão fiel e transparente como um tecido caro. Um Novak não desejável pode ativar o alarme novamente, portanto, alegava estar tudo bem, ignorando uma sensação estranha que podia lhe circular. Ela tornou-se determinada a lutar para esquecer o evento, tanto quanto o irmão a determina protegida.

•••

Castiel passou o par de dias pensando na conversa que tivera com Dean. Sua mente se tornara uma grande bolha de confusão, mas aos poucos ele percebia a gravidade do recado. A ideia de ter um hospedeiro em seu corpo o assustava como o inferno, mesmo que ele não entendesse certamente o que isso significava. No entanto, ter uma resposta concreta depois de tanto tempo de certo modo o reconfortava. Ele não aceitava, o medo era quase palpável na ponta de seus dedos, o seu pavor parecia sugar a sua alma, mas agora ele sabia a motivação. Ele não conseguia esquecer as palavras de Dean, e compreendia que o mais novo identificado exorcista não tinha toda a certeza, tampouco os seus colegas. O poder da dúvida também o cercava e isso fez com que ele ficasse ansioso. Sua rotina alimentícia não voltara ao normal, mas ele se esforçava com veemência para comer. Com o seu cérebro inquieto e pensativo, ele precisava de forças para se manter acordado e assim formar teorias. Mesmo as mais fantasiosas.

Quando Benjamim o alertou da futura conversa o seu corpo reagiu muito bem. Nenhuma marca tinha surgido, trazendo um conforto momentâneo. O Novak não pensava nas dores o tempo todo, o fato pareceu distraí-lo o suficiente para se preocupar com novos assuntos. Não era somente pelo pavor que sentia, da insegurança que o rondava, ou de todo o seu histórico problemático. O de olhos azulados também pensava em como os novos hóspedes poderiam trazer mais surpresas para sua mente hiperativa.

Castiel agora encontrava-se envolvido em um canto específico de sua cama, observando rostos sérios e preocupados ao seu redor. Uma fina camada de tecido ocultava seu corpo magricela, e a julgar o modo que suas mãos se fecham contra o lençol ele era sem duvidas o mais tenso de recinto. As bolsas roxas não abandonaram os olhos, mas diminuíram. Seu coração pulsava ansioso, não completamente preparado para o que poderia acontecer. Ele já não se importa tanto com o fato, desde que não conseguia controlar realmente os seus sentimentos nos últimos dias que se passaram.

Sua mãe estava presente próxima dele e discretamente batia os dedos contra as pernas demonstrando impaciência. O controle de emoções não era o grande potencial da família. Após contar a verdade para o rapaz houvera uma pequena discussão entre eles, com um retrato dramático quebrado durante isso. Eles não tinham conversado muito depois do evento e a matriarca não sabia dos seus falatórios com Dean Campbell, mas ela estava ali por ele. Rowena não quis se importar sobre o que ele pensaria de sua aproximação, mesmo que seu coração soubesse que Castiel era um bom menino e que a perdoava.