Capítulo doze

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Revelações

Eles conversaram a noite toda, Gabriela acabou se perdendo na hora e foi ver o celular onde tinha milhares de ligações de sua mãe e de Carol.
_Ah meu Deus esqueci da hora e de avisar a minha mãe que estava na praia.
_Se quiser eu te levo, minha bicicleta está na casa de um amigo meu que mora nesse prédio. _apontou para um prédio alto. "De frente pra praia, uau." Ella pensou.
_Não precisa me levar não, to indo pra casa, depois a gente se fala.

Ao se despedir, Bruno a rouba um beijo, e ela o retribui. Sem pestanejar.
Ele continuava sendo um príncipe com ela, sem citar no nome da Rebeca em nenhum momento.

_Eu tenho mesmo que ir Bruno. _Ella diz se apressando e sorrindo.
_Sonha comigo. _Bruno disse sorrindo.
Ela se vira e vai embora, sorrindo. Pensava gostar mesmo do Bruno, e porque não dar uma chance pra ele né ? "É só ver no que vai rolar" ela pensava. A rua em que ela passa sempre está fechada e ela precisa pegar um atalho, esse atalho deu em uma estrada que ela não via a muito tempo, ela não passava por la a muitos anos. Antigamente só existia essa estrada, mas foram construídas outras com o tempo, e poucas pessoas usavam ali, era usada mais com corridas ilegais as vezes.
E foi ali nessa estrada antiga, que ela começou a se lembrar do passado e de tudo que aconteceu.

Era uma noite, a lua estava radiante e brilhosa. Ella andava com Hugo, Gustavo e sua prima Octavia. Brincavam na beira daquela estrada. Hugo sempre foi bagunceiro quando criança, e como seus pais eram militares, facilmente tinha acesso a armas, mesmo sem eles saberem, ele tinha uma mira muito certeira. Até hoje tem, mas não usa. Gustavo era o namorado de Gabriela, irmão de Hugo, Ella era perdidamente apaixonada por ele. Hugo sabia disso, mas era apaixonado por Gabriela, porém nunca disse nada para ninguém a não ser Octavia, ele não poderia dizer sabendo que Ella gostava do seu irmão.
_Gustavo, avisa seu irmão que ele não pode ficar brincando com as armas dos seus pais ? _Ella disse
_Não nos falamos. _disse Gustavo.
_Ah para Ella, não vou usar, só se tiver necessidade, somos maiores de 15 anos vai. _disse Hugo.
_Nossa, pessoas extremamentes velhas vocês. _Octavia disse rindo.
_Fala isso porque é a mais velha do bonde._Gustavo disse a fazendo cócegas.
_Para Gustavo, PARA. _Octavia se mexia dando altas gargalhadas.
_Gustavo, para que ta vindo um carro, é perigoso.
_Ai Gabriela, para de ser tão chata, sempre querendo dar ordens.
_Gustavo, fala direito com ela, pra que isso. _disse Hugo irritado.
_Ninguém aqui ta falando com você idiota. _Gustavo disse parando e se irritando, mas Hugo não deu ouvidos e continuou andando.
Gabriela andava mais devagar que o resto deles, pois seu sapato estava machucando o pé. O mesmo carro que ela avisou que estava vindo, voltou, foi quando desceu dois caras e o carro foi embora. Sem poder ser visto mais. Um deles pegou Gabriela no colo, tapando sua boca, rapidamente ela mordeu a mão dele e gritou, os meninos se viraram e paralizaram, Gustavo correu em direção a Gabriela, mas foi pego pelo outro cara. Eles os levaram para o meio do mato, Hugo e Octavia os seguiram.
Amarraram Gabriela e Gustavo, cada um em um tronco.
_Eu não queria pegar você, eu queria só a menina, mas você deve servir pra alguma coisa.
_O que vocês são ? Apenas bandidos que não né. _Gabriela disse, se mantendo corajosa por fora e apavorada por dentro.
_Traficantes de órgãos. _ele disse rindo e fazendo os outros rirem.
O coração de Hugo parou por alguns momentos e voltou novamente, Otacvia chorava em silêncio. Hugo também. Foi quando sem pensar entrou no lugar onde todos estavam e quis negociar com o cara.
_Temos mais uma criancinha corajosa aqui. _o cara disse rindo.
_Vamos negociar. _Hugo disse fixando seus olhos nos olhos do bandido.
O bandido riu alto. Uma menina loira apareceu.
_Você acha que eu não sei da sua vida Hugo ? Hahahahahaha eu sei de tudo, sei que o menininho do tronco é seu irmão e que você é apaixonadinho por essa garota. E eu ? Eu só queria o seu amor. _Ela fez carinha de triste e logo depois deu uma gargalhada. _Pois bem, vamos ver qual dos dois você mais ama. Mate um e deixe o outro viver. Quem você escolhe?
_O QUE TA ACONTECENDO ? _Gabriela disse chorando, dessa vez deixando o pavor tomar conta de seu corpo.
_Eu não sei quem você é menina. _Hugo disse se desesperando também.
_É claro que não sabe. _ela disse com riava. _Por todo o momento que estudamos juntos você nunca olhou pra mim, só tem olhos pra essa garota. Ainda quero saber o que ela tem demais.
Ela ria alto.
_Esses são meus irmãos, eles fazem tudo o que eu mando eles fazerem, se você não matar um e deixar o outro viver. _ela fez uma pausa e logo voltou _TODOS MORREM, inclusive você. _ela sorriu.
_Hugo, faça o que é certo. Eu te amo irmãozinho.
_Gustavo, não, eu não posso te perder, Hugo ele é seu irmão, você não pode fazer isso.
_Hugo ande logo com isso, não costumo ser paciente. _a menina loira disse, se sentando em uma cadeira alta, como se fosse a rainha, uma mulher que servia água para ela os observou.
_São só crianças. _e fez sinal em negação com a cabeça, erguendo um copo de água para a menina.
A menina chutou o copo.
_São apenas crianças pra você, eu sofri nas mãos deles. Eu sofri na mão desse menino por anos, eu realmente o amo._ela muda automaticamente sua feição.
_Eu realmente amo você Hugo.
_NÓS SEQUER SABEMOS QUEM VOCÊ É. _Ella gritou. A menina levantou.
_Não sabem ? Ou não lembram? Lembra de uma menininha gorda que sentava atrás de vocês três no intervalo e tentava fazer amizade ? Era eu, e vocês não davam a mínima, como eu queria te ver morta garota. _Ela disse se virando novamente. _Agora faça Hugo, ande.
Hugo olhou para os lados, foi quando viu Octavia com um pedaço de pau na mão chorando, fazendo sinal para que ele continuasse. Pegando a arma ele fez um movimento rápido.
_Eu te amo muito meu irmão. _ e atirou contra o peito de seu irmão.
_NAAAAAAAAOOOOO. _Gabriela gritou.
Foi quando Hugo correu em sua direção e a soltou, Otacvia em um pulo a puxou para perto dela correndo no meio do mato.
_Péssima escolha querido Hugo, um dia se arrependerá, isso se não ficar com a culpa pro resto da sua vida. _a menina disse dando uma gargalhada de puro ódio. Foi quando ele atirou para cima da menina a matando na hora. E como ele era bom de mira, matou os outros dois, só a senhorinha viveu dali. Ele tinha apenas 15 anos quando tudo isso aconteceu.

Em meio a todos esses pensamentos Gabriela não percebeu que estava no meio da avenida desnorteada, olhando para o mato, chorando se lembrando do passado, que asombrava ela todos os dias, mas ali ainda mais, por ser o mesmo lugar onde tudo ocorrera. Foi quando um carro a atingiu, a tacando para cima e a derrubando do outro lado da avenida, a fazendo desmaiar na hora.

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