Após um grande dia de conquista, no morro do alemão, comunidade do Rio de Janeiro que estava prestes a receber uma Unidade de Policia pacificadora. Davi, Sub Tenente do Batalhão de operações Especiais, um dos protagonistas dessa conquista, descansa ainda sentindo em seu corpo a agonia de subir um dos mais perigosos morros do rio de janeiro. Solteiro ele prefere ficar em casa e acompanhar pela televisão o desfeche desse episódio alternando entre seus clássicos do rock e algumas latas de cerveja.
Seu telefone toca, ele o olha, mas está longe de seu alcance e sua preguiça o impede de pegá-lo imediatamente. A chamada do telefone insiste durante alguns infinitos segundos, até que ele se levanta.
– Ah. É você... – Ele vê a foto de seu amigo. – Alô. – atende.
– Fala, Davi. De bobeira?
– Sim. Cai pra cá, - Davi responde. - Estou entornando umas aqui e ouvindo um som.
– Estou aqui no portão, estacionando o carro.
– Só entrar, não está trancado.
Segundos depois a porta se abre, o rapaz se depara com Davi sentado, sem camisa e com as pernas sobre uma mesa de centro, uma lata de cerveja na mão, um largo sorriso e estendendo a mão para a cozinha.
– Pega uma lá.
O rapaz não pensa duas vezes e segue até a cozinha, abre a geladeira e abre uma lata antes de fechá-la, deixando o som audível para Davi. Ele retorna para a sala, senta-se ao lado do amigo, olhando para a televisão ligada, sem som e passando a reportagem sobre a operação e ao som de Holy diver de Ronie James Dio, que vinha de seu computador. - Embora seja Brasileiro, nunca conseguiu se adaptar as musicas de seu país.
Davi estende a mão para seu amigo, que a aperta.
– Largado aqui hoje. – Davi começa. – Assistindo a essa falsa vitória. E você Wagner, como foi o trampo? – Ele perguntou só por perguntar.
Wagner além de seu amigo, também compartilha da mesma profissão. Soldado da policia de vias expressas.
– Nada de mais. O de sempre. Minha vida não tem a mesma adrenalina que a sua. Ele sorri e da um gole em sua cerveja.
– Sabe, cara... Eu fico pensando, eles insistem em pacificar essas porras de favelas para poderem fazer presença para gringos, um projeto fadado à falência, e a gente fica no meio dessa merda toda... Fala tu.. – Ele dá um gole na cerveja e então prossegue. - Recebemos uma miséria, colocamos nossas vidas em risco por porra nenhuma.
– Sei como é. O pior, daqui alguns meses as forças armadas saem da comunidade, vocês saem da comunidade e pra quem vai sobrar isso? Pra nós e para os novatos.
– Comunidade é o caralho, Wagner, Está falando igual viadinho agora? Favela, porra! – Davi deixa escapar uma longa risada.
– Pode crê, irmão... – Wagner o acompanha na risada. – Favela...
Davi interrompe o assunto apontando para a caixa de som que acabara de começar a tocar The unforgiven de Metallica.
– Aí, Por mim eu ficaria ouvindo isso aí até amanhã. – Declara Davi.
– Nem fala. - Wagner concorda. – Ouvindo, e bebendo, até amanhã. Mas infelizmente o dever vai chamar, e a gente vai ter que atender.
Os dois permaneceram bebendo e conversando durante longas horas, até que Wagner se foi e Davi se organizou para o trabalho no dia seguinte e se deitou para dormir. No dia seguinte o jovem acorda e se levanta atrasado, um dia atípico em sua vida. O despertador já estava tocando há mais de uma hora. Ele corre para o banheiro, toma um rápido banho e pula dentro da roupa, pega sua mochila e segue para o carro sem tomar café. Normalmente ele acorda uma hora antes para poder curtir a sonolência e seu café lentamente antes de um agitado dia de trabalho.
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iQuant I - A transformação
Fiksi IlmiahHá anos cogita-se a possibilidade de haver vida fora da terra. Milhares de pessoas dizem ter avistado óvnis e algumas outras afirmam ter sido abduzidas. Já vimos milhares de reportagens falando sobre Agroglífos, ou círculos em plantações, supostamen...