Always There...

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Era apenas mais uma noite quente do mês de março, ou ao menos deveria ser... Deveria estar feliz, era seu aniversário e todos os seus amigos haviam lhe feito surpresas durante aquele dia que apesar das reclamações dos outros quanto ao clima escuro de céu nublado, estava perfeito para si, refletia bem seu estado de espírito naquele dia e nos dias anteriores. Não costumava ser assim, normalmente se sentia feliz no dia de seu aniversário, dia de ser mais bajulado do que de costume... Mas naquele ano parecia que estava tudo muito diferente e sabia o porque... Sentia falta dele.

Sentado, sozinho no interior escuro da casa de Peixes, seus olhos procuravam algo... Um sinal quem sabe, de que aquele a quem tanto amava ainda estava ali... Em vão! Não estava. Não mais estaria. Nunca mais.

Não era a primeira vez que Aphrodite sentia sua falta, tampouco o primeiro aniversário que passava sem ele, mas aparentemente seria sempre assim. Sempre esperaria que na manhã de seu aniversário, Ele fosse aparecer com os demais Cavaleiros ao redor e algum presente em mãos. Ou que depois de um dia de cumprimentos e "feliz aniversario" pra todo lado, fosse pego por algumas das surpresinhas de seu amado quando voltasse à noite para o templo que guardava... Não. Não seria assim... Não deveria se iludir. Seus olhos e seu coração não deveriam traí-lo daquela forma. Sentiu-se vazio. Mas sabia que não podia chorar... Não podia se dar ao desplante de entristecê-lo. Mas, entristecer a quem? Ele não estava lá!

Levantou-se de onde estava. Fora do templo a noite parecia mais fresca. Parou nas escadarias, observando seu jardim de rosas... Sentia-se como elas... Solitário e intocável. Lembrou-se de quantas vezes havia se assustado ao vê-lo surgir de repente por detrás do jardim, e de quantas vezes o advertiu de que era perigoso demais para qualquer outro Cavaleiro que não fosse o dono do jardim ficar ali, e o outro apenas sorria... Sorria divinamente.
Desceu as escadarias de sua casa, atravessou o jardim colhendo uma única rosa, continuou andando...

Os momentos que havia compartilhado com ele passavam em sua mente, enevoados pela tristeza que cobria seus "olhos de um azul celeste", era assim que costumava referir-se aos olhos de Aphrodite... Costumava exaltar-lhe a beleza, a delicadeza e principalmente a força. Fazia questão de que Aphrodite percebesse o quão valoroso guerreiro se tornaria quando deixasse de ser "apenas uma criança".

Continuou andando, e suas lembranças traziam de volta os motivos pelos quais havia se apaixonado por tal Cavaleiro, Aphrodite o admirava, o respeitava acima de tudo... O amava. Não podia reclamar de nada, tivera toda a atenção que jamais imaginaria que o outro lhe daria...

Seu coração e seus passos o guiaram até o templo que tempos atrás era guardado pelo homem que Aphrodite ainda tão criança aprendera a amar. Entrou. E como que o espirito de seu guardião ainda permanecesse ali, sentiu uma leve brisa tocar seu rosto. Lembrou-se do toque suave das mãos do outro em seu rosto antes do único beijo que trocaram, e do afago em seus cabelos dizendo: "Você ainda é apenas uma criança". Não conseguiu se conter, tentou com todas as suas forças permanecer de pé, mas caiu prostrado e aos prantos. A rosa que trazia nas mãos caiu aos pés da armadura que costumava proteger o corpo de seu amado. Levantou os olhos e mais uma vez a brisa leve tocou seu rosto, observou cada detalhe da armadura, e a brisa que continuava parecia acalmá-lo.

Ainda permaneceria ali por algum tempo, mas as lágrimas por hora haviam secado...

Levantou-se. Pegou a rosa que estava caída aos pés da armadura e depositou-a carinhosamente no punho cerrado da mesma. Virou-se para sair do templo. Na entrada, voltou-se novamente para a armadura e esboçou um leve sorriso... Sim, ele ainda estava ali. O guardião da nona casa sempre estaria ali.



Notas da Autora

Como eu disse na descrição, essa fanfic foi escrita uns anos atrás e eu sei que posso não ter feito muito sentido, e eu nem shippo DihxAioros, nem faz o menor sentido, mas a pessoa que me fazia falta naquele momento, pra mim, sempre foi o guardião da nona casa.

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